segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Egoísmos Nacionais

Marie-Claire Hourat, uma belga francófona de Liége, é uma mulher d'armas. Armas de última geração. Munida de poderosos instrumentos da Web, à mão de qualquer um, juntou 140 mil nomes numa petição que, sem a ter lido, estou quase certo que rezava assim: “tirem dai as mãos! Não deixo que me levem daqui a Flandres”. Mas o feito não foi apenas esse, é que a seguir organizou, no Sábado passado, a maior festa que Bruxelas viu nos últimos tempos. Trinta e cinco mil belgas (na maioria francófonos da Valónia) desfilaram de bandeiras ao alto e cartazes como «1 wallon + 1 flamande = 2 belges» para uma esfusiante concentração de cor e cerveja.
Os Flamengos (60% dos belgas e os mais ricos) excitados com as promessas de políticos de vários quadrantes de que sem os Valões francófonos (mais pobres) teriam mais francos no bolso, querem a independência.
A situação está brava lá pela “capital” da Europa. E não está fácil de resolver porque os “Wallons” exigem coesão e solidariedade coisas que cada vez mais alguns políticos desconhecem o que seja.
A situação é muito diferente da que enfrentaram os Checoslovacos a seguir à “Revolução de Veludo” e ao fim da União Soviética. É que aí forem os “pobres”, os Eslovacos, a quererem separar os trapinhos. Os Checos com o bolso mais recheado logo concordaram e permitiram o divórcio mais feliz da história recente.

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