segunda-feira, 10 de março de 2008

Os refugiados da fome


A noite estava negra, sem lua. O vento soprava a mais de cem quilómetros por hora. Levantava vagas de mais de dez metros que, com um barulho pavoroso, se abatiam sobre a frágil embarcação de madeira. Esta tinha partido de uma enseada da costa da Mauritânia, dez dias antes, tendo a bordo cem refugiados africanos da fome. Por um milagre inesperado, a tempestade atirou a barca para um recife da praia de El Medano, numa pequena ilha do arquipélago das Canárias. No fundo da barca, os guardas-civis espanhóis encontraram os cadáveres de três adolescentes e de uma mulher, mortos de fome e de sede. (veja aqui o texto completo).

Jean Ziegler

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