quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A origem do Pai Natal


Foi S. Nicolau que inspirou o Pai Natal.

Encontramos, na representação do Pai Natal, todo o simbolismo da personagem de S. Nicolau:
S. Nicolau ocupa um lugar privilegiado na tradição popular do Norte e do Leste da França, da Bélgica, da Holanda e do Luxemburgo. Na origem, S. Nicolau era o Santo Bispo de Myre (Lycie, Ásia Menor). A sua grande popularidade deve-se, essencialmente, à sua lenda. Não se conhece quase nada da sua vida. Foram-lhe atribuídos muitos milagres: salvou três oficiais condenados injustamente; interviu para preservar a honra de três donzelas; salvou barcos a afundarem-se; ressuscitou crianças, etc...

A festa de S. Nicolau - é ela que explica a importância que lhe dedicam alguns países da Europa - próxima do Solstício de Inverno, os serões entre mulheres, para a preparação dos próximos casamentos, a matança do porco (animal que representa um antigo símbolo pagão do mundo celta e germânico) assinalam uma passagem decisiva da vida na Terra e na existência daqueles que dela vivem. Antigos rituais de fecundidade estão na origem dos "charivaris" organizados pelos homens mais jovens destinados a assustar as jovens mulheres evocando o espírito dos mortos.

Ao longo dos anos, esta prática degenerou e tornou-se na festa contemporânea das crianças. A barba branca comprida de S. Nicolau encontramo-la no Pai Natal, a mitra de bispo transformou-se em boné, o casaco vermelho comprido encolheu. O Pai Natal viaja num trenó puxado por renas.

S. Nicolau viajava montado num burro. por este motivo, em algumas regiões de França, as crianças colocam debaixo do pinheiro de Natal, um copo de vinho para o Pai Natal e uma cenoura para o burro. O companheiro de S. Nicolau (que se chamava o "Père Fouettard", "Dame Perchta", "Hans Trapp" ou "Frau Hollé", consoante as regiões) participa directamente no simbolismo da fecundidade. Na lenda o "Père Fouettard" "o chicotadas" acompanhava-o para repreender as crianças que não se portaram bem.

A lenda instalou-se em toda a França e na Europa, e cada país ou região introduziu-lhe certas particularidades locais para uma melhor identificação da personagem.

Cada região de França adaptou a lenda de S. Nicolau à sua maneira e deu-lhe um nome diferente:
Chalande na Savoie,
Père janvier na Bourgogne e em Nivernais,
Olentzaro no país basco ou ainda
Barbassionné na Normandia.

Para os americanos, S. Nicolau é Sinter Klaas mais conhecido por Santa Claus.

Na Alemanha chama-se SANTA KLAUS.

Com a emigração dos alemães e dos holandeses no século XVII, o S. Nicolau foi levado para os Estados Unidos. Na América teve o desenvolvimento comercial que é do nosso conhecimento actual, transformou-se na sua maneira de vestir e na sua forma cultural para se tornar num Pai Natal mais convivial e em seguida regressou à Europa.

No século XIX, o escritor americano, Clément Clark, que era pastor, escreveu um conto de Natal para crianças, no qual aparece uma personagem simpática, alegre, sorridente. O Pai Natal tinha começado a adquirir os seus aspectos mais nobres. No trenó puxado por oito renas, começou a fazer sonhar milhões de crianças.

Neste conto, publicado em 1821, o Pai Natal é uma interpretação da lenda de S. Nicolau. A mitra foi substituída pelo boné, o báculo pela cevada, o burro por oito renas espertas. O S. Nicolau deixou de ser acompanhado pelo "Pére Fouettard".

Em 1809, o escritor Washington Irvig já tinha relatado as viagens aéreas de S. Nicolau durante a tradicional distribuição das prendas. É esta uma das razões pela qual o mito do Pai Natal fez sonhar tantas crianças.

Nesta época, O S. Nicolau era uma personagem distinta do Pai Natal. Foi a imprensa americana que reuniu num só e mesmo ser as diferentes personificações distribuidoras de prendas.

A publicação do famoso poema de Clement Clarke Moore, publicado pela primeira vez no jornal Sentinel, de Nova York, no dia 23 de Dezembro de 1823, intitulado A Visit From St. Nicholas contribuiu ainda mais para a unificação das personagens.

Recontado nos anos seguintes por importantes jornais diários americanos, esta história foi traduzida e relatada, mais tarde, em muitas línguas em todo o mundo.

Em 1860, o jornal Nova-Yorquino Harper's Illustrated Weekly, vestiu o Santa Claus com um fato vermelho, guarnecido de pele branca e subido com um cinto largo de couro.

Durante mais de trinta anos, Thomas Nast, ilustrador e caricaturista do jornal pintou em centenas de desenhos os aspectos da lenda de Santa Claus conhecido em França como sendo o Pai Natal.

Em 1885, Nast estabeleceu como residência oficial, do Pai Natal, o Pólo Norte,através de um desenho representando duas crianças a observar no mapa do mundo, o caminho percorrido pelo Pai Natal desde o Pólo Norte até aos Estados Unidos. No ano seguinte, o escritor americano George P. Webster retomava esta ideia e indicava que as manufacturas de brinquedos estavam instaladas e escondidas, durante os longos meses de verão, no gelo e na neve do Pólo Norte.

Existe também uma lenda russa que conta que o Pai Natal poderia ter sido o quarto Rei Mago que conduzia na estepe um trenó puxado por renas, cheio de brinquedos para as crianças.

Passaram-se dois mil anos e ele desistiu de encontrar o menino Jesus, então ele dá os presentes às crianças que encontra no seu caminho.

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