domingo, 31 de janeiro de 2010

Auschwitz - 65 anos - 4 - "The Final Solution" - 3

"Não serei candidato em nome de nenhum partido. Serei candidato por Portugal "

Livro Recomendado - "Vagão J"


"Sobre um 'povo' como espécie em vias de extinção"


A propósito de um artigo de João César das Neves no DN, António Guerreiro, no seu Ao Pé da Letra, no Expresso, publicou um artigo que, pela sua importância, transcrevo:

Comentando os últimos dados da taxa de fertilidade, João César das Neves proclamava, esta semana, no "DN": "Somos um povo em vias de extinção."
A que entidade se refere o cronista? Que povo é este que falta às regras da procriação e se extingue sem glória? Não é o povo como sujeito político e soberano. Não sendo este corpo político unitário (que, de resto, não se reproduz nem se extingue, pode é ser aniquilado no seu direito), também não é uma outra realidade que a palavra "povo" designa: a arrai-miúda, o "menu peuple", a classe que ocupa a parte inferior da pirâmide social (que é, dizem os sociólogos, cada vez mais numerosa). E também não é a entidade com a qual identificamos uma forma de enraizamento popular. O "povo" de J.C.N. é um tipo singular ("em vias de extinção", como dizemos das espécies).
E tal coisa existe? Se entendermos que alguém que se naturalize português continua a não fazer parte da espécie; daí a exortação de J.C.N. à procriação. A espécie só existe como construção, figuração mítica poderosa que, na melhor das hipóteses, é "Kitsch" e, na pior, serve fins sinistros. Quem não ouviu falar do "Volk" alemão?

"The Third and The Seventh"

The Third & The Seventh from Alex Roman on Vimeo.

31 de Janeiro de 1891

Cartoons - "Blackoutusconi "

Cartoon de Rodrigo

sábado, 30 de janeiro de 2010

Jazz

Cinema - Clássicos - "Dr. Strangelove"

Dr. Strangelove (1964) Realização de Stanley Kubrick


Filme recomendado - "Invictus"



Realização de Clint Eastwood

Uma entrevista a não perder

Entrevista de Eric Hobsbawn à New Left Review

Assim vai a Europa - Tony Blair

Tony Blair faria tudo outra vez

Com indivíduos deste calibre o mundo é muito difícil de mudar. Cabe-nos a nós tentar fazê-lo.

Auschwitz - 65 anos - 4 - "The Final Solution" - 2

2010 - Bi-centenário de Chopin - 10

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Auschwitz - 65 anos - 2


Alan Stoleroff é norte-americano e judeu. É meu amigo e companheiro nas batalhas pela justiça na Palestina. Escreveu esta mensagem hoje.

Partilho-a com orgulho de ser sua amiga:

Pensamentos de um Judeu no Dia de Lembrança do Holocausto

Neste dia de Lembrança do Holocausto de 2010, que evoca o extermínio deliberado de seis milhões de judeus pelo regime nazi da Alemanha, terei muito que ponderar. Mas enquanto judeu consciente, não me é preciso um dia oficial de Lembrança do Holocausto para reflectir sobre o seu significado. O Holocausto está cravado na minha consciência desde criança e tem sido forçosamente objecto de reflexão ao longo da minha vida.

Antes de mais, o Holocausto pertence à Humanidade e não apenas a nós judeus. Não deveremos cobiçar a sua memória. Sobretudo enquanto judeu, parece-me necessário evocar a memória de todos os seres inocentes, muitos mais milhões ainda, que foram escravizados, dizimados e exterminados - judeus, ciganos, polacos, eslavos, homossexuais, pessoas com deficiências e outras - em nome do mito da raça suprema. É preciso reflectir sobre o racismo e a intolerância em geral, que se prolongaram ao longo do século XX e deste século, que motivaram os crimes enormes que, hoje em dia, rotulamos como “genocídios”. Parece impensável, mas à nossa volta continua a oprimir-se e a destruir-se povos por pertencerem a grupos étnicos diferentes em lutas competitivas por territórios, recursos e poder político.

Contudo, neste dia de Lembrança do Holocausto de 2010 os meus pensamentos são focados em vários temas específicos. Em primeiro lugar, no conflito entre os judeus de Israel e os árabes da Palestina. Para muitos judeus, a sobrevivência do Holocausto traduziu-se na procura de refúgio exclusivo num Estado-fortaleza de Israel na esperança de que o que aconteceu não voltasse a acontecer. Entendo essa procura mas não aceito a falsa segurança que se tenha obtido à custa do povo palestiniano. Apesar da crença bíblica na nossa eleição pelo Todo-Poderoso como o seu povo ou de estratégia sionista da separação, face às normas da civilização moderna que emergiu dos escombros da Segunda Guerra Mundial a nossa procura de salvação e de auto-determinação não nos conferiu o direito de desapropriar um outro povo que habitava esse território durante a nossa longa Diáspora, facto que de algum modo foi reconhecido pelas Nações Unidas ao dividir a Palestina, por bem ou por mal, em dois estados para dois povos. Na guerra que sucedeu a essa decisão da comunidade internacional, Israel ganhou a sua independência e mais terra ainda e os palestinianos sofreram um desastre nacional, ficando com apenas 22% da sua Palestina. E desde a guerra de 1967, em que Israel conquistou os territórios que tinham permanecido dos palestinianos, esse povo, o nosso Outro, tem vindo a sofrer uma ocupação cruel – através da qual Israel continua a apropriar-se ilegalmente de mais território e mais recursos palestinianos. Desde 1948 que o povo da Palestina tem sido progressivamente desapossado da sua terra secular e tem sofrido o desmembramento da sua nação. Alguns chamam a essa experiência genocídio. Os palestinianos referem-se não a uma Shoah mas a uma Naqba. Quer concorde ou não com o rótulo, enquanto judeus temos que ponderar o seu significado e a diferença aparente entre duas palavras que implicam, ambas, a destruição de um povo.

Outro dos meus pensamentos dirige-se mais particularmente ao povo palestiniano de Gaza, cercado e preso no que me parece cada vez mais um campo de concentração. Acabámos de assinalar a passagem de um ano sobre o fim do massacre da operação Chumbo Fundido que resultou em 1.400 mortos, 313 dos quais crianças e numa destruição massiva.

Mesmo que se reconheça ao Estado de Israel o direito de se defender, como refere o Relatório Goldstone, o direito internacional nunca poderia justificar nem a desproporcionalidade da Operação Chumbo Fundido nem a manutenção deste cerco desumano. O direito internacional exige que se procure esgotar todas as possibilidades de resolução pacífica da situação antes do recurso à violência – o que Israel não fez, mantendo o cerco. Mas não se tratou de um caso de defesa legítima. Israel procurava um pretexto para restabelecer a sua força dissuasora na região e deliberadamente rompeu as tréguas em vigor na altura. A reacção previsível do Hamas ao ataque israelita do dia 4 de Novembro de 2008 forneceu ao Israel um pretexto para a sua guerra.

Deveremos ver nas bombinhas de Gaza não um pretexto para um castigo colectivo mas um sinal da aflição e mesmo da resistência de um povo, por mais mal dirigido que possa ser.
Actualmente, em vez de investigar as alegações contra as suas forças armadas, como pedido pelo Relatório Goldstone, Israel está a investir muito esforço na propaganda para contrariar esse Relatório preparado para as Nações Unidas pelo judeu sionista Richard Goldstone. Israel tem estado assim na vanguarda das tentativas para mudar as leis que regulam a guerra. Mobilizando argumentos sobre as “assimetrias” na guerra contra o terrorismo, Israel está a enfraquecer o direito internacional, que tanto deve às lições do Holocausto, para facilitar a sua guerra contra o povo palestiniano. A única assimetria pertinente em causa é a do poder militar de Israel em relação a uma população sem meios eficazes para a sua defesa.

É intolerável que nada de efectivo tem sido feito para acabar com o cerco a Gaza ou aliviá-lo. Israel nem sequer deixa entrar cimento no território. Em contradição com os valores humanistas que se tornaram oficiais depois do Holocausto, o mundo ocidental só permite que esta situação (que a Amnistia Internacional apelidou de “castigo colectivo”) se tenha produzido e mantido devido à demonização racista dos árabes e dos muçulmanos em geral e dos palestinianos em particular. Apontando o dedo aos fundamentalistas islâmicos do Hamas, a propaganda israelita tem diabolizado o povo palestiniano de Gaza devido à sua resistência a Israel.

Ironicamente, a ocupação e o anti-semitismo reforçam-se mutuamente.
Para muitos judeus, cuja consciência social nasceu da nossa história de opressão e do Holocausto, a política de Israel constitui uma mácula indelével na nossa tradição supostamente humanista. Mas a propaganda israelita frequentemente intitula judeus que pensam como eu “self-hating Jews”, ou seja, judeus que se negam a si próprios. Esta táctica apagou a crítica da ocupação durante muito tempo, mas está a perder eficácia depois do massacre de Gaza. Actualmente, o alvo dessa propaganda é o próprio juiz Goldstone, tratando-o de “anti-semita” numa campanha cujo objectivo é descredibilizar o relatório da sua comissão sobre os crimes de guerra em Gaza.

Porém, há cada vez mais judeus que, como eu, consideram a política dos governos de Israel inconsistente com a sua identidade de judeu num mundo que conheceu o Holocausto. Propomos a alternativa de uma paz justa com base no direito internacional e o fim do cerco ilegal de Gaza e o fim da ocupação dos territórios palestinianos.

Eis o que muito me dá que pensar neste Dia de Lembrança do Holocausto, mas nisso pensarei enquanto judeu consciente e, neste fim-de-semana, juntar-me-ei nestes pensamentos a judeus de diferentes países europeus num congresso em Paris dos Judeus Europeus para uma Paz Justa.

Lisboa, 27 de Janeiro de 2010,
Alan Stoleroff
Professor universitário

Auschwitz - 65 anos - 1




Auschwitz

Greve dos Enfermeiros



Os Enfermeiros estão revoltados - E parece que têm razão.

"A day in Paris"

A day in PARIS from Benoit MILLOT on Vimeo.


Muito bom!

Assim vai a Europa - Roménia



Os direitos dos ciganos na Roménia

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A música portuguesa e a música mundial estão de luto



Música e guitarra de Jorge Fontes

Petição - "CANCELE A DÍVIDA EXTERNA DO HAITI"



Petição para os Ministros das Finanças, FMI, Banco Mundial, BID e credores bilaterais:

Enquanto o Haiti se recupera do desastre, por favor garanta o cancelamento imediato da dívida externa de USD$1 bilião do Haiti e peça que qualquer assistência de emergência pós-terremoto seja enviada na forma de doações e não empréstimos que geram dívidas.

Assine!

A "Justiça" na Colômbia - Principe Gabriel Gonzalez Arango


Ai, Lisboa, Lisboa! - Cinema Europa

Kino 2010 - 7ª Mostra de Cinema de Expressão Alemão - Há Cinema em Lisboa!


De 27/01 a 04/02 - Programa aqui

Petição - "“We call for full implementation of the Chittagong Hill Tracts Peace Accord.”"


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Petição - Pela saída imediata das tropas portuguesas do Afeganistão


Ao Presidente da República Portuguesa, Presidente da Assembleia da República Portuguesa, Primeiro-Ministro do Governo Português

As/os cidadãs/cidadãos abaixo assinados, considerando:

- Que a guerra e a ocupação do Afeganistão, há cerca de oito anos, por forças da NATO, apenas tem acentuado a deterioração da segurança dos povos e da estabilidade na região;

- Que a situação humanitária é catastrófica e vem alastrando, com a desestabilização no Paquistão e outras nações vizinhas do Afeganistão, como efeito directo da acção militar ofensiva, da NATO;

- Que a resolução dos problemas do Afeganistão depende essencialmente do seu próprio povo e das soluções de regime que este escolher; que, entretanto, as forças ocupantes não hesitam em impor e apoiar narcotraficantes e senhores da guerra, no Governo e na Presidência, instalados no poder por eleições que todos consideram fraudulentas;

- Que os protestos e resistência cívica à ocupação do Afeganistão crescem de forma notória nos EUA - potência responsável em primeira mão pelo empenhamento da NATO – e em vários países europeus, envolvendo todos os estratos da população, à medida que o desastre militar se vai tornando inevitável, falando-se mesmo, ao mais alto nível, dum novo Vietname;

- Que Portugal e seus cidadãos, pela sua participação militar na campanha da NATO neste país são considerados inimigos pelos combatentes afegãos, tornando-se assim alvos considerados legítimos de acções de guerra. Pelo que não é sustentável argumentar-se com a defesa de Portugal, dos interesses portugueses ou de seus cidadãos e muito menos de segurança interna, para manter forças no Afeganistão.

Exigem, de acordo com os artº.s 7º, 273º e 275º da Constituição da República e tendo em conta que quaisquer compromissos militares do Estado Português não podem violar o artº 7º, que elenca os Princípios Fundamentais da Constituição, a retirada imediata das forças armadas portuguesas do Afeganistão dado o carácter ilegal dessa intervenção à luz do Direito internacional e interno.


Assine!

Serge Gainsbourg - "La javanaise" (1963)

2010 - Bi-centenário de Chopin - 9

Prémios Pulitzer de Fotogafia - 1969

A mulher de Martin Luther King e a filha no funeral de King em 1968

Foto de Moneta Sleet, Jr.

"Chega de Saudade"

Vai minha tristeza,
e diz a ela que sem ela não pode ser,
diz-lhe, numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso Mais sofrer.
Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca,
dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...

Letra - Vinicius de Moraes, Música - Tom Jobim



Hoje é dia da Bossa Nova

domingo, 24 de janeiro de 2010

Filme recomendado - "O Laço Branco"




Realização de Michael Haneke

2010 - Bi-centenário de Chopin - 8

Modigliani - 24/01/1920

















Amedeo Modigliani

As declarações de um génio



Virginia Woolf

O Bloco de Esquerda apoia Manuel Alegre


Francisco Louçã, anunciou hoje o apoio do seu partido à candidatura "supra-partidária" de Manuel Alegre nas próximas eleições presidenciais, considerando que este trará "um projecto mobilizador de esperança e de convergência".