quarta-feira, 13 de março de 2013

Francisco


Foi eleito um novo papa. Francisco de seu nome. Já ouvi várias opiniões sobre o nome. Francisco de Assis tem sido, em particular, muito falado. Sem dúvida uma referência. Mas também pode ser Francisco de Xavier já que o novo papa é jesuíta. Fica a dúvida.

Não sou católica. Até tenho amigos que me acusam de anticlerical primária. É verdade! Não gosto de padres, bispos, cardeais e papas. Não tenho da Igreja Católica uma boa imagem. Até tenho uma má imagem. Mas a Igreja é feita de homens. E, tenho que reconhecer, há bons homens na Igreja. Tive um primo padre que era uma excelente pessoa. Padrinho da minha irmã e um homem cordato, cheio de bons sentimentos. Há uma amiga minha que tem como amigo o seu confessor: um padre franciscano, cheio de humor, cheio de uma cultura humanista. "Conheço" o antigo bispo do Porto, o Bispo "vermelho", D. Januário dos Reis Torgal, etc.. E o etc. é bom. Quer dizer que há mais.

Achei importante ser da América Latina. Não ser europeu e, em particular, não ser italiano.

De acordo com as informações da imprensa ao longo dos anos deu prova da sua ortodoxia, manifestando a sua oposição incondicional ao aborto, à contracepção ou ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2010, escreve o Guardian, quando a Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a legalizar o casamento gay, o cardeal afirmou que a alteração legislativa representava uma forma de discriminação de crianças que, disse, deveriam ter o direito a ser educados por um pai e uma mãe. Ainda assim, admite o recurso ao preservativo para impedir doenças infecciosas – ficou famosa a sua visita, durante as cerimónias pascais de 2001, a um hospital para lavar e beijar os pés de 12 doentes com sida.

Confesso que fico desapontada. A Igreja Católica é uma instituição com grande influência e que pode fazer as pessoas católicas mais felizes: as sua posições quanto ao aborto, aos contracetivos, aos homossexuais, à posição das mulheres na hierarquia católica, à sexualidade dos padres pode ter um efeito positivo nos costumes, no pensamento e na forma de ver a igreja.

Assisti ao primeiro discurso deste papa: a 1ª impressão que me ficou foi positiva. São aquelas impressões perfeitamente irracionais: achei que tem cara de boa pessoa, tem ar de avô, gostei que desse as boas noites. Claro que, para mim, nada disto tem grande importância. Mas não meto a cabeça debaixo da areia. Para muita gente tem.

Vou esperar para ver. Espero que a minha 1ª impressão valha!

1 comentário:

João Estrela disse...

Mais preocupante é um passado obscuro, acusações de complacência (senão mesmo cumplicidade) com o antigo regime ditatorial. Não sou religioso (em geral) muito menos católico (em particular). Mas julgo que milhões de fieis em todo o mundo mereciam um representante menos suspeito.