sábado, 30 de novembro de 2013

Fernando Pessoa - 78 anos


 Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, in Mensagem

Dia da Livraria e do Livreiro


Atividades Aqui

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

International Day of Solidarity with the Palestinian People


I ask all in the international community to work together to translate the solidarity expressed on this occasion into positive action for peace and justice.

Secretary-General Ban Ki-moon Message on the International Day of Solidarity with the Palestinian People
29 November 2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"Evangelii Gaudium"



Esta economia mata

O Papa Francisco atacou o capitalismo sem limites como “uma nova tirania” e advertiu que a desigualdade e a exclusão social "geram violência" no mundo e podem provocar "uma explosão", na sua primeira exortação apostólica, divulgada nesta terça-feira pelo Vaticano.

Claro que em muitas coisas não estou de acordo com as posições do Papa. Em particular no que diz respeito ao aborto, às mulheres, etc. Mas também não tenho que estar ou deixar de estar. Não sou católica. Contudo, há aspetos deste documento verdadeiramente importantes. Em particular os aspetos relativos ao direito ao trabalho, à educação, à economia, à saúde.

Para aqueles que tanto têm atacado Mário Soares (de quem, a bem da verdade, não sou fã) a propósito da questão da violência falada na Aula Magna, espero que estes pensamentos os faça pensar melhor.

Aqui.

No dia 3 venha a S. Bento

"Quel che resta del Ventennio"


Silvio Berlusconi foi expulso do Senado pelos seus pares, que, numa votação há muito esperada, lhe retiraram a imunidade parlamentar, em 27 de novembro. Contudo, apesar de ter perdido o seu lugar no Parlamento e de poder vir a ser preso, o Cavaliere marcou a sua época e a sociedade italiana de uma maneira indelével, afirma a editorialista Barbara Spinelli.

Cartoon de Mauro Biani

Artigo aqui

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

III Congresso Internacional Fernando Pessoa


Quando se celebram os 125 anos do autor de Livro do Desassossego, a Casa Fernando Pessoa reúne mais de quarenta investigadores, críticos, tradutores e criadores de variados países que encontram neste escritor universal alento e inspiração para os seus percursos académicos ou artísticos. Pensamos que a vocação essencial da Casa onde o Poeta viveu os seus derradeiros quinze anos e onde se lê a sua Biblioteca Pessoal é a de promover o encontro entre toda a espécie de leitores da sua obra, e estimular o estudo e a criação a partir dela. A eternidade de um autor constrói-se num diálogo efectivo, activo, profundo, com os seus textos. Por isso lançámos, em 2008, este Congresso de contornos transdisciplinares e informais. Esta é a terceira edição, e a mais participada. Realizamo-la uma vez mais no Teatro Aberto, um teatro de auspicioso nome que tem realizado um trabalho a todos os títulos notável na afirmação da dramaturgia de expressão portuguesa. Contamos com o entusiasmo das entidades que nos têm apoiado, bem como dos congressistas convidados, para conseguirmos que este Congresso continue a crescer. Lisboa merece acolher regularmente os amantes de Pessoa. 
Sejam bem-vindos. E que este seja um encontro transformador.

Inês Pedrosa

Programa

Livro recomendado - "O Verão"


Naquele tempo era sempre festa - Cesare Pavese

Assim vai a Europa! - Cameron vai limitar direitos dos imigrantes


A livre circulação não deve equivaler a exportar o abono de família, proclamou o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

On January 1, the people of Romania and Bulgaria will have the same right to work in the UK as other EU citizens. I know many people are deeply concerned about the impact that could have on our country. I share those concerns.

Artigo aqui

"O que nos espera em 2014? O Orçamento do Estado para todos - documento ATTAC Portugal"


Um dossier de Frederico Pinheiro (coordenação), Bernardino Aranda, Luís Bernardo, Luís Lopes, Margarida Santos, Mário Tomé, Nuno Teles, Paula Gil, Paulo Coimbra, Sérgio Pinheiro e Helena Romão (revisão).

Aqui

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A propósito do 25 de novembro, das homenagens, etc - "A GRANDE MENTIRA DO 25 DE NOVEMBRO … …e ainda o seu aproveitamento por quem detesta a Revolução" - Manuel Duran Clemente


Finalmente foram precisos mais de 38 anos para hoje toda a gente ou a sua maioria concluir que não houve nenhum golpe de esquerda...mas sim um razoável golpelho de "medrosos" (duma direita merdosa) a maior parte deles representando,conscientemente ou não, os que tinham perdido privilégios no 25 de Abril de1974 e aos quais os meus camaradas, pouco cultivados nestas coisas da política,incluindo Costa Gomes e outros experts- com Melo Antunes[a comandar os"nove"],que não sabia de politica mais do que eu- se associaram, não com medo do Partido Comunista nem dum guerra civil, mas sim com medo dos poderosos americanos ,suas CIA e FBIs, que a pronto mataram J. Kennedy e Robert Kennedy, Luther King...Allende no Chile, Amilcar Cabral em Conakry, Mondelane em Moçambique, estudantes no México, o Black Power,...e toda a réstia de esperança dum ano de 1968 e de um Maio de 1968...E aqui na lusa pátria das lutas de 1962,1969 e 1973.....e dos heróis mortos, feridos e presos do PCP...e dos de outras cores, católicos progressistas ou sociais-democratas, ditossocialistas, exilados ou refractários por Franças, Bélgicas, Alemanhas, Suiças,Holandas ou Escandinávias...terras das sereias.

No Portugal minimamente consciente…nunca ninguém teve medo do PCP, nem de VascoGonçalves, nem do MFA...mas toda a gente sofreu e teve horror ao fascismo, aos maus acólitos da igreja e aos nefastos caciques locais que hoje ainda perduram...na direita,na igreja e nas localidades...

Por isso Melo Antunes após este episódio fratricida de 25 de Novembro de 1975,que umas bestas pretendem ainda comemorar, debaixo do chapéu de chuva de R.Eanes...dizia (a meu ver, eu suspeitíssimo) para salvar a sua pele e a dos seus "alienados medrosos" ..a democracia tem que contar com o PCP...que o mesmo era dizer a democracia tem de contar com todos nós que fizemos REVOLUÇÃO...que ele, como eu, fizemos...só com a diferença (por eu ser comunista deste os 30 anos..ou desde que nasci) não tenho a Medalha da Liberdade..(sendo dos primeiros dez a conspirar para o 25 de Abril). Coisa formal na qual me estou nas tintas… só nas tintas não. Completamente nas tintas...mas por mor dos meus pecados[ acho que S.Pedro ma vai entregar à entrada do Purgatório...].

Com a incultura destes militares adeptos de Melo Antunes e de Vasco Lourenço e com pontas da lança dos EUA (desconhecidos destes e de outros genuinos capitães de Abril) (CIAs,FBIs E CARLUCCIs) infiltrados desde sempre no MFA e que me dispenso de nomear...até por que alguns jazem mortos ...que é que se poderia esperar deste saloio rectangulozinho à beira-mar plantado...???As promessas europeias dessa outra figura.."ignorante" (ignorante como revolucionário, sim...)???Refiro-me a Mário Soares. É um intuitivo diletante que esteve sempre atrás do biombo da Revolução...como hoje está ...!!!

A diferença é esta...a esquerda "derrotada" estava e está com a Revolução...a dita "esquerda" vencedora está com o 25 de Abril...mascarada de 25 de Novembro.

Como não há 25 de Abril sem REVOLUÇÃO...para que serve o 25 de Novembro? Para,num momento destes, um dos mais graves da vida nacional, uns espertalhaços que ficaram adormecidos com os louros dos 25 de Abril/Novembro, conquistados por nós, se outorguem em dar força à direita e aos inimigos do povo português...

Ramalho Eanes....um andrógeno do 25 de Abril e da REVOLUÇÃO... teve o desplante[nesta era (hoje) sob resgate da troika] de aceitar ser homenageado no dia 25de Novembro..Se fosse ,um homem genuíno, do 25 de Abril, devia ter dito que NÃO,redondamente e sem equívocos. Mas não..ao terceiro terço dos mistérios dolorosos ,da santa madre igreja, após salvé rainhas...de oh clemente e oh piedoso.. que nem sei quem sois ..declarou aceitar a homenagem fracturante. Mas como tem uma missa em Alcains...(terra do meu apreço pelo belo cabrito que lá se esfola..)à qual prometeu não faltar...vai mandar a mulher(D.M.Portugal) e sua filha, alimentar, no dito jantar, a gula dos vampiros da nossa democracia...dos alegres e tristes algozes deste nosso burgo.

Mas sabem, no fim disto tudo, o que está em causa... é que alguns de nós que nascemos para chatear os malandros (de vários níveis) andamos para aí a espalhar que a culpa do que está a acontecer tem muito (quase tudo ou quase nada, ou qualquer coisa) a ver com uma certa data de um Outono de 1975....em que as nossas mais gloriosas esperanças(ao contrário dos dolorosos mistérios do terço da Virgem Maria) foram decapitadas por inconscientes medrosos ou por conscientes ao serviço do estrangeiro

E, ao lado desse desígnio, militares,como Melo Antunes,(chefe dos "nove") que passando por Bissau em Agosto de 1974 ,transpirava (vulgo:suava) ao ter de enfrentar seus jovens Duran Clementes,Jorge Golias,Faria Paulinos,Bouça Serranos,Jorge Alves,Barros Mouras,Celsos Cruzeiros,Sousa Pintos,Matos Gomes e outros nobres capitães ou militares de ABRIL ...."assessores"ou "adjuntos" dum homem digno Carlos Fabião...Eu estava junto de Fabião que de Bissau mandou o General Spínola dar uma volta ao bilhar grande.Meus amigos, fui eu que traduzi, ao telefone ,em Julho de 1973... Isto porque o general do monóculo queria, teimoso, aterrar em Bissalanca com as suas 27.000 fotografias para organizar mais um teatral e “falso” congresso do povo guineense…numa última tentativa de abafar a descolonização e evitar o inevitável: a já declarada e reconhecida, por quase 100 países,independência da Guiné-Bissau!!!Nessa ocasião pasme-se Melo Antunes ainda andava indeciso com a problemática descolonização. Por isso ,antes de morrer, declarou que ela tinha sido uma tragédia.
Espero que tivesse, no seu íntimo, responsabilizado essa “proclamada desventura”a António Salazar,a Marcelo Caetano e à ditadura fascista.

Um exemplo da ética de Ramalho Eanes.

Mas ainda hoje se fala aos quatro ventos da ética de Ramalho Eanes. Pois bem, vou-vos contar este acontecimento. Em 1977 o Conselho da Revolução (CR) para apaziguar os militares resolveu promover a publicação dum Decreto-Lei que reintegrava todos os militares “expulsos” das Forças Armadas em consequência dos eventos do 11 de Março e do 25 de Novembro. A coisa foi noticiada em caixa alta nos jornais. Só que esta aparente generosidade de Eanes e dos seus membros do CR estava eivada dum manhoso subterfúgio.Os militares do 25 de Novembro não tinham sido formalmente expulsos, logo a lei não iria aplicar-se a estes.. Depois de termos dado conta disso avisou-se Vasco Lourenço (eu mesmo escrevi uma carta a Melo Antunes) inquirindo-os se tinham consciência do logro. Estes discutiram o facto com Eanes.Afinal a lei não contemplava os militares injustamente acusados de golpe no 25 de Novembro...e não foram mesmo reintegrados.Só uma Lei de Amnistia, já de 1980, e saída da AR,veio repor a injustiça que o ético Eanes "gostosamente" deixou passar,nem sequer lavando as mãos como Pilatos. Ramalho Eanes impedira,em 1977, que o texto do tal Decreto-Lei fosse adaptado e nos contemplasse. Éticas e manhas.Manhas e lógicas de medo e de falta de saber!!!Como hoje...

Continuarei ...se não houver problemas técnicos...há mais para contar!!!


Manuel Duran Clemente



"International Day for the Elimination of Violence against Women"


"Um guião político para as Europeias de 2014" - Alexandre Abreu, João Rodrigues e Nuno Teles


Alexandre Abreu, João Rodrigues e Nuno Teles são 3 jovens economistas que se alinham à esquerda. São daqueles economistas que nunca vão aos telejornais porque as suas opiniões, propostas e soluções são antiliberais, são a favor das pessoas. Para os órgãos de comunicação social é muito melhor ouvir os mesmos que há quase 40 anos dizem o mesmo todos os dias. Alguns que até foram governantes e são também responsáveis pela situação da economia portuguesa.

Elaboraram um documento importantíssimo para a necessária reflexão que se avizinha para as próximas eleições para o Parlamento europeu no próximo ano.

Fundamental!

Conclusões:

No atual contexto, sabemos que as contradições colocadas pela Zona Euro à periferia
europeia não encontram em Portugal o seu expoente máximo. Todavia, tal
constatação não deve traduzir-se em maior tibieza por parte da esquerda portuguesa.

Pelo contrário, num quadro em que a diabolização da opção soberana tenderá a
crescer no espaço público, até na proporção em que a sua popularidade for
crescendo, é decisivo que a esquerda nacional consiga construir uma robusta
plataforma política soberana para o país que responda aos desafios políticos que se
colocarão à União Europeia no futuro, sejam eles produto de uma correlação de
forças sociais favorável em Portugal ou em qualquer outro país da periferia
Europeia.

Uma Europa solidária de esquerda implica por isso a ativa mobilização contra uma
integração europeia em cujo centro está a neoliberalização assimétrica do espaço
europeu. Assim, a campanha de uma força de esquerda que queira ser portadora de
um projeto de esperança para os que aqui vivem tem de saber articular três grandes
linhas: desobediência e recusa das perdas passadas e futuras de soberania, porque
quem manda aqui é o povo português; renegociação da dívida, porque esta foi o
produto de uma integração disfuncional e constitui um fardo intolerável; e exigência
de saída do Euro, porque é a única forma de recuperarmos os instrumentos de
política sem os quais não existe a escolha de que é feita a soberania democrática.


Na íntegra aqui

domingo, 24 de novembro de 2013

Freddie Mercury - sempre!




Freddie Mercury

"Calçada de Carriche" - António Gedeão



Calçada de Carriche

Luísa sobe, 
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.

Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada. 


António Gedeão

Barbara - m. 24/11/1997


Barbara

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Assim vai a Europa! - "L'ultima tentazione razzista"


Il razzismo è proprio dell'uomo. È un dato di fatto: tanto vale prenderne atto, impedire che progredisca e combatterlo per legge. Ma non basta. È necessario educare, dimostrare l'assurdità delle sue basi, smontare i suoi meccanismi, non abbassare mai la guardia. In questi ultimi tempi la società francese è percepita come un contesto violentemente razzista, ma in fondo non lo è più di tante altre. Il rifiuto dello straniero, del diverso, di chi è visto come una minaccia per la propria sicurezza è un riflesso universale, che può prendere di mira chiunque. In certi casi questa ripulsa può focalizzarsi su una comunità, ma ciò non vuol dire che le altre non ne saranno colpite. L'esercizio dell'odio non conosce discriminazioni: nessuno può credersi al riparo. Perciò vorrei rassicurare coloro che in Francia incitano a un "razzismo contro i bianchi": chi è roso dal razzismo non ama nessuno.

Lisbon & Estoril Festival 2013 - Vencedores






Vencedores aqui

Marcel Proust não morreu!



domingo, 17 de novembro de 2013

"É altura de A Barraca dizer alguma coisa sobre o que se está a passar"



A Secretaria de Estado da Cultura defende que o actual modelo de apoios financeiros às entidades artísticas "é sinónimo de transparência e equidade"


É altura de A Barraca dizer alguma coisa sobre o que se está a passar

A Barraca desde há anos orienta artisticamente um curso profissional de teatro integrado numa IPSS – o Instituto de Desenvolvimento Social apoiado pelo Ministério de Educação - que já pôs alunos na actividade profissional , preparando-se outros para seguir cursos superiores; A Barraca contou ao longo dos últimos anos com 50.000 espectadores/estudantes da peça “Felizmente há luar” que integra o programa do 12º ano; tem levado regularmente a efeito workshops de iniciação teatral onde jovens complementam a sua educação; tem transformado jovens estagiários em profissionais competentes e de brilhantes carreiras, no entanto A Barraca no modelo de apoios financeiros às entidades artísticas que o actual Secretário de Estado defende como “sinónimo de transparência e equidade” merece um 0 na alínea que se refere a sistema educativo. Ocorre que esta mesma companhia estimula desde há 37 anos a aprendizagem e o gosto pela história e a literatura,levando ainda este ano a cena uma obra do Professor Nascimento Rosa que incide sobre o pouco estudado Pessoa jovem, outra sobre a vida,o reinado e a loucura de Dona Maria I da autoria do Professor Brasileiro António Cunha. Além disto a Barraca tem correspondido a convites do sector educativo da Fundação Calouste Gulbenkian, realizando apreciados espectáculos sobre figuras da História e da Ciência ,querendo isto dizer que o trabalho da Companhia que enriquece e apoia e é escolhido pelo sector educativo da Gulbenkian e pelos professores do país inteiro, não é reconhecido pelo “transparente e equitativo” critério dos funcionários que servem a SEC.

Além disto “o modelo de apoio que é sinónomo de transparência e equidade” não reconhece o que todo o país conhece.Ou seja, o enorme trabalho desta companhia em levar há décadas o seu teatro a todos os pontos do país de forma regular. E atribui também zero ao “ exercício de actividade fora de Lisboa”. Na verdade actualmente as instituições fazem por impedir o transito das estruturas de criação que não querem pertencer aos lobbies nada transparentes nem equitativos que puseram em funcionamento.Mas atenção então terão que definir para que todos saibamos o que significa no actual regime a expressão “fora de Lisboa”. Depois com itens assim avaliados pode classificar-se em 31º lugar num ranking de 54 estruturas apoiadas uma companhia prestigiada no país e no estrangeiro apenas para tornar justo e transparente o roubo que se lhes faz. A Barraca é a 31ª Companhia do País.Podem-me dizer assim de repente quais são as 30 melhores?A trama está bem montada temos de reconhecê-lo,não tivesse custado ao estado português um incalculável gasto em aconselhamento jurídico.

O problema é que A Barraca tem com certo tipo de dirigentes uma diferença de opinião que poderia até ser uma divergência nobre ,se esses mesmo dirigentes não tentassem autoritáriamente sufocar as vozes discordantes como a nossa, e antes as olhassem como vozes de outra familia politico-cultural que democráticamente deveriam respeitar. Como os maiores deste país, desde sempre que o nosso trabalho foi dirigido a todos,concorrendo com ele para o enriquecimento de todos e não só de alguns como prescreve a actual politica cultural que destina o seu apoio a espaços ou regiões de excelência. Qual excelência? Quem a avalia ? Os comissários politicos ? Os seus agentes? E então para onde vai a obrigação de Fomento dessa Instituição que se chama Fundo de Fomento Cultural ?

O problema é outro e trata-se apenas, finalmente, de liquidar na área cultural uma conquista que se chamou democratização, que na área da educação está a ser ferida com o apoio especial ao ensino privado e que na saúde se está a destruir com o ataque ao serviço nacional de saúde. São crimes de colarinho branco. Roubos publicos aosimpostos que todos pagam para poderem usufruir da saúde,da educação e da cultura, bens que se tornaram não sei se irreversivelmente perdidos para muitos.E todos os pagam de Norte a Sul sem se olhar às tais regiões de excelência.

É isto que se passa nada mais.E por isso enquanto ao longo dos anos o estado investiu milhões de euros nos delfins do seu contentamento, apesar de ser sempre pouco o que se gaste em cultura, a Barraca e outras poucas estruturas de criação foram reduzidas sempre a miseráveis trocos dos quais fizeram milagres com sacrifícios pessoais enormes. E agora quando em nome da austeridade e despudoradamente se corta 30 ou 40 por cento a uns, roubam-se 70 por cento de quase nada a outros para acabar de vez com incómodas divergências.

O grave é que este procedimento acontece quando as defesas são nenhumas porque quem rouba ao teatro já lançou as pessoas na depressão económica que as leva a não poder gastar senão o estritamente necessário ,já reduziu à penúria o poder local que deixou de convidar actividades culturais porque a sua possibilidade económica fica-se pela indispensável limpeza e por algum socorro social imprescindível. Por isso as bilheteiras no teatro e as vendas às autarquias acusam a crise esperando todos a todo o momento a borla salvadora, ficando apenas as verbas faraónicas do governo para os emiratos de “excelência”. E donde deveria surgir o apoio de emergência surge a estocada do novilheiro que faz sangrar o adversário para que as forças se esvaiam.

Entretanto no ano de todas as desgraças em que a Dgartes nos enganou com conselhos ainda não sabemos se levianos se traiçoeiros, deixando-nos com um apoio que não paga a limpeza e a energia da casa, ainda conseguimos contar com 15 colaboradores permanentes e apresentar ao publico uma carreira de sessenta sessões do “Menino de sua Avó” trabalho acarinhado pelo publico,pelas escolas e pelo meio académico que estuda a obra de Pessoa , espectáculo que já fez duas viagens ao Brasil uma delas para reinaugurar oficialmente o Teatro Popular Oscar Niemayer de Niteroi. Ainda apresentámos na Sé de Lisboa com casas cheias a carreira de uma obra inédita sobre Santo António de Lisboa com a colaboração do historiador Manuel Pizarro. Ainda estreámos a peça O Lavadouro no tanque publico da Madragoa com uma carreira de sessões esgotadas e ambos os espectáculos estão convidados para repetir no próximo verão uma nova carreira . Ainda temos em cena para crianças a obra de Aquilino Ribeiro Romance da Raposa aconselhado pelo plano nacional de leitura,além de termos realizado com sucesso a convite da Fundação Gulbenkian uma obra sobre Garcia de Orta . Para quem tem zero em serviço educativo não está mal. Falamos de “equidade e transparência” ? Ou de intolerância para com o que não aceita os consevadorissimos padrões da vigente contra- reforma cultural.


Maria do Céu Guerra

Petição aqui

Mikhail Bakhtin - 17/11/1895


That is, moreover, the nature of the existence of any creative act: the author lives his objects and live himself within that object, but does not live the process of his own existence; the creative work is experienced, but it is a knowledge incapable of seeing and neither to perceive itself.

"Mexico: Build Accurate Database of Disappeared"


The Mexican government should ensure that the process of developing a national database of the disappeared is thorough, efficient, and transparent, Human Rights Watch said today. Development of the database should be coupled with serious investigations to determine the fate of thousands of people who remain unaccounted for.

cinanima 2013 - "Plug & Play"


Plug & Play ganhou o Grande Prémio Cinanima 2013.

Todos os prémios aqui.


PLUG & PLAY - Teaser from Michael Frei on Vimeo.

Farewell Doris!


Doris Lessing

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ó Crato, viste isto?


Também vais fazer exame a estes professores?

Agrupamento de escolas do Freixo distinguido pela Microsoft

"imigrarte" 2013



O programa do Festival ImigrArte 2013 conta com a participação de cerca de 250 artistas, 50 espectáculos divididos nas áreas da música, dança, teatro, desfile de moda, cinema, literatura, poesia, pintura, fotografia, workshops, debates, conferências.

Programa Aqui

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Há um novo Euromilhões - Rui Machete. Só que este não dá milhões


Rui Machete, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, passou a ser um novo euromilhões; nunca se sabe o resultado e é praticamente impossível saber. Ou Rui Machete é um testa de ferro para atirar barro à parede, ou é burro ou está ché-ché. Seja qual for a circunstância, deve sair rapidamente do governo.

Sobre Angola

Base das Lajes. Os EUA esqueceram-se de a pôr no orçamento.

SLN

2º resgate

André Bazin - m. 11/11/1958


André Bazin - Um dos mais importantes críticos de cinema de sempre. Co-fundador dos Cahiers du Cinéma, morreu com 40 anos.




cinanima 2013 - Há Cinema em Espinho!


Tudo aqui

"A identidade cultural europeia é um diálogo" - por Umberto Eco


Cena do filme A Grande Ilusão de Jean Renoir

Em plena Primeira Grande Guerra Mundial, Marcel Proust criou personagens ainda atraídos pela cultura alemã. A prova, segundo o semiólogo Umberto Eco, de que os intercâmbios culturais contribuíram mais que tudo o resto para forjar a Europa de hoje.

Original aqui

domingo, 10 de novembro de 2013

Roy Scheider - 10/11/1932





Roy Scheider

Álvaro Cunhal - uma pequena homenagem


Álvaro Cunhal faz hoje 100 anos.

Figura ímpar da política portuguesa.

Fui membro do PCP durante bastantes anos. Saí por não concordar com a linha política em muitos aspetos e porque não me podia rever na vida do "centralismo democrático".

Não posso, no entanto, deixar de prestar homenagem a um homem que foi central na história do século XX em Portugal. A sua resistência e perseverança, quase heróica, levam-me a pensar que sem ele o país seria hoje diferente. Acredito que para pior.

Parabéns e obrigada Álvaro!