sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Seamus Heaney


Exposure


It is December in Wicklow:
Alders dripping, birches
Inheriting the last light,
The ash tree cold to look at.

A comet that was lost
Should be visible at sunset,
Those million tons of light
Like a glimmer of haws and rose-hips,

And I sometimes see a falling star.
If I could come on meteorite!
Instead I walk through damp leaves,
Husks, the spent flukes of autumn,

Imagining a hero
On some muddy compound,
His gift like a slingstone
Whirled for the desperate.

How did I end up like this?
I often think of my friends'
Beautiful prismatic counselling
And the anvil brains of some who hate me

As I sit weighing and weighing
My responsible tristia.
For what? For the ear? For the people?
For what is said behind-backs?

Rain comes down through the alders,
Its low conductive voices
Mutter about let-downs and erosions
And yet each drop recalls

The diamond absolutes.
I am neither internee nor informer;
An inner йmigrй, grown long-haired
And thoughtful; a wood-kerne

Escaped from the massacre,
Taking protective colouring
From bole and bark, feeling
Every wind that blows;

Who, blowing up these sparks
For their meagre heat, have missed
The once-in-a-lifetime portent,
The comet's pulsing rose.


Seamus Heaney

Nobel Lecture by Seamus Heaney

Tibete - "Boycott Intercontinental"





Intercontinental Hotels Group, owner of Holiday Inn, is opening a luxury hotel in Lhasa, Tibet. The Intercontinental Resort Lhasa Paradise will be a playground for the rich in the heart of an oppressed nation.

Intercontinental will sell the image of a peaceful, spiritual and unspoiled land but, after more than 60 years of military occupation by the world’s largest dictatorship, Tibet is no paradise.

Intercontinental’s hotel will not benefit Tibetans: Tibet is being sucked dry and business in Tibet serves China.

Intercontinental must not profit from tyranny.

Join the boycott and tell Intercontinental chief executive Richard Solomons to get out of Tibet.


Assine aqui

"Vers des frappes chirurgicales sur la Syrie"



O Governo britânico anunciou que iria apresentar, neste 28 de agosto, no Conselho de Segurança da ONU, uma proposta de resolução “condenando o ataque com armas químicas” ordenado pelo [Presidente sírio] Bashar al-Assad e autorizando as medidas necessárias para proteger os civis”, de forma a obter um mandato para uma intervenção militar contra o regime de Damasco.

O recurso à força deve ser autorizado por, pelo menos, nove dos 15 membros do Conselho de Segurança. A Rússia e a China, que têm direito de veto, já manifestaram a sua oposição.


Cartoon de Raymond Burki

"Das desigualdades da morte."


Não me pronunciei sobre a morte do economista António Borges. Não estive de acordo com muito do que se escreveu no Facebook e na blogoesfera, mas concordo com muito do que se disse ou escreveu sobre o "pensamento" e o papel de António Borges em relação às medidas económicas e financeiras tomadas em Portugal durante os últimos anos.

António Borges era conselheiro deste governo. Um governo de malfeitores que desgraçou a vida de milhares e milhares de portugueses e, caso não se lhe ponha cobro, prepara-se para desgraçar a vida de muitos mais milhares.

Quando alguém morre tenho respeito sobre esse facto. No mínimo, não me pronuncio. Só o faço em relação a torcionários, ditadores, etc.. E, mesmo em relação a esses, o meu desejo era que todos fossem julgados e condenados pelos crimes que cometeram.

No entanto, agora sou obrigada a fazê-lo. Por dois motivos. Um deles diz respeito à falta de respeito e de sentido de estado do Presidente da República. No site da Presidência, há um grande destaque sobre as condolências enviadas por Cavaco Silva pela morte de António Borges. As condolências que parece que enviou às famílias e corporações dos bombeiros mortos são "particulares". Uma atitude revoltante e a prova de que, mesmo na morte, não somos todos iguais.


Mas o motivo principal deste meu post deve-se à Lúcia Gomes que publicou no 5DIAS.net um extraordinário texto. É esse texto que peço que leiam:

AQUI

Uma entrevista: 'João Cabral Fernandes "A cultura estalinista está presente no BE"'


Os jardins do Hospital Júlio de Matos foram o local escolhido para a entrevista com o psiquiatra João Cabral Fernandes, fundador em 1973 da LCI, Liga Comunista Internacionalista (formação política que depois daria origem ao PSR, Partido Socialista Revolucionário, que se integrou no Bloco de Esquerda). Ex-director clínico do Júlio de Matos, Cabral Fernandes é hoje um grande crítico dos partidos de esquerda - embora não se tenha passado para a direita e ainda acredite na revolução. Fiel à correlação de forças, votou no "traidor" Sócrates, para não se sentir responsável por colocar a direita no poder. A entrevista é sobre política e psiquiatria.

Na íntegra aqui.

sábado, 24 de agosto de 2013

A escravidão do século XXI - "Escravos do século XXI" por Andrew Cockburn


Este artigo foi publicado em 2003 na revista National Geographic. A autoria é de Andrew Cockburn e as fotos de Jodi Cobb. Foi publicado na íntegra no blog Exploração do homem pelo homem que, infelizmente, parece ter sido desativado.

O título não é uma metáfora. Falamos mesmo de escravos. Não de seres humanos que vivem como escravos, trabalhando por um salário miserável. Não são também os escravos de há 200 anos. Falamos dos 27 milhões de pessoas que, em todo o mundo, incluindo Portugal, são compradas e vendidas, exploradas e brutalizadas para dar lucro. São os escravos do século XXI.

Na íntegra aqui

Jorge Luis Borges - ano 114


Un hombre que cultiva un jardín, como quería Voltaire.
El que agradece que en la tierra haya música.
El que descubre con placer una etimología.
Dos empleados que en un café del Sur juegan un silencioso ajedrez.
El ceramista que premedita un color y una forma.
Un tipógrafo que compone bien esta página, que tal vez no le agrada
Una mujer y un hombre que leen los tercetos finales de cierto canto.
El que acaricia a un animal dormido.
El que justifica o quiere justificar un mal que le han hecho.
El que agradece que en la tierra haya Stevenson.
El que prefiere que los otros tengan razón.
Esas personas, que se ignoran, están salvando el mundo.


Jorge Luis Borges

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Beatriz da Conceição


Todas as homenagens são poucas para esta mulher extraordinária - a maior fadista portuguesa ainda viva - PARABÉNS BIA!

A BIA ”DA MÍSIA

BEATRIZ DA CONCEIÇÃO FAZ PARTE DO ALTAR DAS MINHAS DEUSAS FADISTAS.
POR DIVERSOS MOTIVOS. PODERÍAMOS SINTETIZAR DIZENDO QUE COM ELA APRENDI A “FALAR FADO”.
AQUI ”FADO” COMO UMA LINGUAGEM EMOCIONAL , LOCAL E UNIVERSAL.
SEM TER FEITO UMA CARREIRA INTERNACIONAL , A SUA ARTE, TEM TODOS OS ELEMENTOS DE UMA ARTISTA QUE PODE COMOVER TODOS OS CORAÇÕES DO MUNDO.
O QUE ELA CANTA E A SUA MANEIRA DE O CANTAR NÃO PRECISA DE TRADUÇÃO, ESTÁ EM LISBOA E NO MUNDO POIS O LOCAL E O UNIVERSAL ENCONTRAM-SE NA SUA VOZ.
VI-A E OUVI-A PELA PRIMEIRA VEZ NO PORTO, A NOSSA CIDADE, NA TAVERNA SÃO JORGE, ONDE EU IA CANTAR COMO “AMADORA” , MAS ONDE BASICAMENTE IA APRENDER,
LÁ ESTAVA ELA, VERTICAL , IGUAL A SI PRÓPRIA, CANTANDO A DOR MAS AO MESMO TEMPO INDOMÁVEL .
NÃO É FÁCIL PARA OS OUTROS ENCONTRAR UM SER HUMANO COM ESTA FORÇA, COM ESTA CORAGEM"
E ISSO REFLECTE-SE NA SUA MANEIRA DE ESTAR NO FADO, NA SUA EXIGÊNCIA DE QUALIDADE NOS POEMAS QUE CANTA E TAMBÉM A NA SUA EXIGÊNCIA PARA COM O PÚBLICO QUE A OUVE.
BEATRIZ DA CONCEIÇÃO É UM CASO SÉRIO NO FADO.
TEM UMA ESSENCIAL IDADE ARTÍSTICA QUE A CONSTRÓI E FAZ COM QUE TUDO O QUE SAI DA SUA GARGANTE NUNCA CAIA NA BANALIDADE.
ELA CANTA COMO CANTA, DIZ COMO DIZ, PORQUE PODE FAZÊ-LO.
E NÃO O PODE FAZER DE OUTRA MANEIRA, DAÍ A SUA LUCIDEZ.
ELA SABE MUITO BEM PORQUE FAZ O QUE FAZ, E DA MANEIRA QUE O FAZ.
ENQUANTO O MUNDO DE FADO ESTÁ CHEIO DE PESSOAS QUE NÃO CAUSAM ONDAS E QUE APROVEITAM AS MARÉS., A BIA TEM O SEU PRÓPRIO OCEANO, COM AS ONDAS AO SEU RITMO E AS TEMPESTADES QUE ELA CANTA DESDE O “SEU CORPO” SÃO TODAS SÓ DELA.
É UMA INTÉRPRETE FÍSICA, EPIDÉRMICA, QUE ATIRA PRA CIMA DE NÓS A VIDA, O DESTINO ....E NÓS TEMOS DE GERIR ESSA DÁDIVA. ESSE É O “MILAGRE BIA” QUE OPERA EM NÓS.
NOS SEUS FADOS NÃO É IMPORTANTE A VOZ, EMBORA ELA SEJA ESSENCIAL COMO INSTRUMENTO. ISSO É PARA MIM O QUE A DEFINE.
BIAZINHA, TENHO SAUDADES DE QUANDO ÍAMOS JUNTAS OUVIR A FERNANDA MARIA E CHORAR.
“CHORÁVAMOS A CHORAR” COMO DIRIA AMÁLIA...

MÍSIA 01 JULHO 2013 — Texto escrito a pedido de Alex Cruz de Malta para a página -homenagem Beatriz da Conceição.




~

"Palavras imensas"



A matriz das esquerdas é comum: reside na recusa daquilo a que Octavio Paz chamou “ a injustiça inerente ao capitalismo.” Essa é a sua essência. Mas a divisão entre revolucionários e reformistas vem quase desde o início. Talvez tenha começado no Congresso de Londres do Partido Social Democrata russo, em 1904. Lenine venceu Martov, com a sua teoria de partido de vanguarda, constituído por um núcleo de revolucionários profissionais, regido pela disciplina do centralismo democrático. Muitos marxistas criticaram essa ideia de introduzir de fora no movimento operário a consciência revolucionária, considerando-a um desvio voluntarista e idealista do pensamento de Marx, para o qual o ser (movimento dos trabalhadores) é que determina a consciência e as formas de organização, não o contrário. Hoje ninguém discute estas velharias ideológicas, embora nelas esteja a origem da Revolução Russa de 1917. 

Na íntegra aqui.

domingo, 18 de agosto de 2013

Honoré de Balzac - m. 18/08/1850



O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro.

Honoré de Balzac

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Charles Bukowski - 16/08/1920


don't forget

there is always somebody or something
waiting for you,
something stronger, more intelligent,
more evil, more kind, more durable,
something bigger, something better,
something worse, something with
eyes like the tiger, jaws like the shark,
something crazier than crazy,
saner than sane,
there is always something or somebody
waiting for you
as you put on your shoes
or as you sleep
or as you empty a garbage can
or pet your cat
or brush your teeth
or celebrate a holiday
there is always somebody or something
waiting for you.

keep this fully in mind
so that when it happens
you will be as ready as possible.

meanwhile, a good day to
you
if you are still there.
I think that I am---
I just burnt my fingers on
this
cigarette.


Charles Bukowski

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Fiama - 15/08/1938


Quando passa o tempo, as coisas
retornam aos elementos. E as cria-
turas. Para a transformação
final. Mas nem o fim
permanece. O cardume dos lagos
que morre embranquecido
por fim é de água. Os boquilobos
multicolores na beira das áleas
caem na terra e são terra.


Fiama in Três Rostos - Ecos