"Open Letter to Yanis Varoufakis & Dominique Strauss-Khan"



Rome, July 24, 2015

To Yanis Varoufakis and Dominique Strauss-Khan

Dear Yanis, dear Dominique,

There is a place on earth that represents Europe’s very roots: Greece. Let us begin there.

Athens, April 28, 1955. Albert Camus’ conference on “The future of Europe”.[1]

On this occasion, participants agreed that the structural characteristics of European civilization are essentially two: the dignity of the individual; a spirit of critique.

At that time (1955), human dignity was a focus of much debate in Europe.

Nobody doubted, however, the European “spirit of critique”. There were no doubts about the rationalist, Cartesian, Enlightened vision, which was agent and engine of continuous progress on the continent, as much in terms of technical-scientific domination as for political, social and economic domination.

Today, more than half a century later, we might well invert these two: human dignity is widely appreciated throughout Europe, albeit challenged by dramatic problems generated by immigration; it is the force of reason in Europe that no longer underlies continuous progress.

Why is this so? What happened?

It was not some shadowy curse that descended upon the continent. It was not some evil hand that sowed our fields with salt. So what did happen?

Just as the dinosaurs died off because an asteroid slammed into the planet, so was dinosaur Europe struck by 4 different phenomena. Each was revolutionary even when taken alone, but all together, one after another, they proved enough to cause an explosion, an implosion, paralysis: enlargement, globalization, the euro, the crisis.

And that is not all. During the process of political union, we took a wrong turn at one point. We failed to unite that which could be and needed to be united (such as defense). Instead, we united that which did not need to be united (for example, the size of vegetables).

This is why, in Europe today, it is not “more union” that we need. What we need is to propose, discuss and design new “articles of confederation”.

Dear Yanis, dear Dominique, we agree on the fact that life and civilization cannot be reduced to mere calculations of interest rates; we agree that today, in Europe, it is not the technicalities that need changing but the political vision. History teaches us that in order to reach our goal we must change what is inside people’s heads or – at the very least – admit that mistakes have been made. We agree that the piazzas of protest are to be avoided, but that we must find a new road, down which we can all walk, regardless of our country or political party of origin.

Paolo Savona, Emeritus professor of Political economy

Giulio Tremonti, Senator of the Italian Republic


[1] “L’avenir de la civilisation européenne – entretien avec Albert Camus”, Union Culturelle Gréco-Français, Athènes 1956.

"Sistema Ditatorial Europeu"


Poucos instrumentos ditos de “assistência financeira” existirão cujas letras e espírito revelem de modo tão flagrante a mentalidade ditatorial, de secretismo e de protecção à grande especulação financeira reinantes na União Europeia como o chamado Mecanismo de Europeu de Estabilidade (MEE). Mentalidade essa extensiva ao chamado arco da governação, que em Portugal o ratificou apressadamente e à sorrelfa mesmo antes de a Alemanha o fazer, esquivando-se a todo e qualquer debate público.
A esmagadora maioria dos cidadãos da União Europeia ignora a envergadura e a influência desta monstruosidade antidemocrática de que se vai falando a propósito da chamada “ajuda” à Grécia, e que transformará este país num pobre protectorado da Alemanha se não sair rapidamente do euro. Destino esse que está traçado para todos os outros membros da União Europeia com dimensões económicas equivalentes, ou mesmo superiores.
A propósito dessa aberração é importante que se saiba desde logo o seguinte: nos termos do próprio tratado que o criou, em Fevereiro de 2012, o MEE não existe para ajudar países em dificuldades, muito menos os seus povos. A “missão” do MEE é prestar “assistência financeira” a países da moeda única “afectados ou ameaçados por graves problemas de financiamento, se tal for indispensável para salvaguardar a estabilidade financeira da área euro no seu todo e dos seus Estados Membros”.
Isto é, o Mecanismo Europeu de Estabilidade existe para garantir a existência do euro tal como foi criado e existe, ou seja o marco alemão institucionalizado como moeda oficial em 19 países.
Cabe a este mecanismo, em coordenação com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI – a troika pura e dura – definir as condições em que será prestada “assistência financeira”, depois de, entre outras coisas, avaliar a sustentabilidade da dívida soberana de quem a solicitar. O objectivo confessado do MEE é funcionar “como defesa contra as crises de confiança que afectem a estabilidade do euro”. Isto é, a moeda única acima de tudo.
Como a elaboração e ratificação do MEE foram subtraídas ao conhecimento dos cidadãos, é importante ter a noção da estrutura interna e respectivos “privilégios e imunidades” constantes do tratado. O presidente é o presidente da zona euro, uma estrutura que não tem existência institucional no âmbito da União Europeia e cujo principal dirigente não é eleito por ninguém. O Conselho de Governadores é formado pelos ministros das Finanças dos 19 Estados da moeda única, cada um dos quais nomeia um administrador “de entre pessoas que possuam elevada competência em matéria económica e financeira”. Sobre a essência democrática deste processo está tudo dito.
Nos termos do tratado, o MEE, os seus bens, fundos e activos, independentemente de onde se encontrem e quem os detenha, “gozam de imunidade” perante “qualquer forma de processo judicial”; são “imunes de busca, requisição, confisco ou qualquer outra forma de apreensão arresto ou oneração”; são ainda “isentos de restrições, regulamentações, controlos e moratórias de qualquer natureza”.
Os governadores, administradores e pessoal, mesmo os que já não estejam em exercício, são obrigados a sigilo profissional e “gozam de imunidade de jurisdição” em relação aos actos praticados e documentos produzidos.
Os locais, arquivos e documentos do MEE “são invioláveis”; o MEE, os seus activos, bens, operações e transacções “estão isentos de qualquer imposto directo”, os bens por eles importados “estão isentos de quaisquer taxas”; as obrigações, títulos, juros e dividendos associados ao funcionamento do MEE “não estão sujeitos a qualquer tipo de tributação”.
O pessoal do MEE paga um imposto interno que “reverte em seu benefício”, ficando isento dos impostos nacionais sobre rendimentos.
Uma singela nota final: a União Europeia, que nunca se orientou verdadeiramente pelos mecanismos democráticos, desembocou na ditadura do euro, moeda que serve apenas um dos seus membros, a Alemanha. Qualquer país da Zona Euros que pretenda restaurar a sua soberania e viver em democracia tem de abandonar a moeda única, não há volta a dar-lhe.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

"They burned down my house"



Since their ancestral homeland was stolen from them and occupied by ranchers, Brazil’s Guarani tribe have been fighting to regain small pieces of their former territory. But with each new gain comes the renewed risk of violence from hired heavies.

Many Guarani communities in Brazil are under constant threat of attack and live in fear for their lives. When Tupã Guarani’s community was attacked, his house was burned down and he lost everything.

Through Survival’s Tribal Voice project, the Guarani can speak themselves to the world about their suffering.

Tupã sent this video, so you could see what happened to his home…


Acordo ou golpe de estado?


Ao início da manhã, o governo grego e os credores fecharam o acordo para um financiamento que pode chegar aos 86 mil milhões e incluir a reestruturarão da dívida e um pacote de 35 mil milhões para a criação de emprego. A Grécia continua no euro e a asfixia aos bancos vai acabar, ao contrário da austeridade.

"The Scream"



Eu caminhava com dois amigos ao pôr do sol... eu tremia de ansiedade... e senti um grito infinito passando através da natureza - Edvard Munch, 1893

"The Boat and the Bomb"



On the night of July 10,1985, the blasts of two limpet mines placed by French secret agents sank a ship protesting against nuclear testing in the Pacific and took the life of onboard photographer Fernando Pereira.

"Piketty : «l'Allemagne est LE pays qui n'a jamais remboursé ses dettes»"



Exemplaire, l'Allemagne ? Un modèle de rigueur budgétaire et de remboursement des dettes ? Non, répond l'économiste Thomas Piketty (photo AFP) dans une interview au journal allemand Die Zeit, dont Slate propose une traduction française des principaux arguments.

Dans cet entretien, donc, l'auteur du Capital au XXIe siècle rappelle, comme cela a déjà été dit, que l'Allemagne a bénéficié d'une restructuration de sa dette en 1953, au sortir de la guerre, ce qui lui a permis de remettre son économie sur les rails et d'aboutir au résultat que l'on connaît. Mais il va plus loin :

«Ce qui m'a frappé pendant que j'écrivais, c'est que l'Allemagne est vraiment le meilleur exemple d'un pays qui, au cours de l'histoire, n'a jamais remboursé sa dette extérieure, ni après la Première, ni après la Seconde Guerre mondiale. [...] L'Allemagne est LE pays qui n'a jamais remboursé ses dettes. Elle n'est pas légitime pour faire la leçon aux autres nations.»

Cette thèse, Thomas Piketty, chroniqueur à Libé, l'a plusieurs fois exposée,décrivant par le menu comment l'Allemagne, et aussi la France, ont fait jouer la planche à billets au sortir de 1945, obtenu des effacements d'ardoise et imposer les hauts patrimoines. D'après les accords européens de 2012, la Grèce se retrouve dans l'obligation «de dégager un énorme excédent de 4% du PIB pendant des décennies afin de rembourser ses dettes», rappelait-ildans notre journal. Une stratégie absurde, «que la France et l'Allemagne n'ont fort heureusement jamais appliqué à elles-mêmes».

On caresse l'espoir que les responsables du tabloïd Bild, qui redoublent chaque jour de violence envers la Grèce, auront lu cet entretien (aujourd'hui, le quotidien demande à Angela Merkel d'être une «chancelière de fer»).


Obrigada Grécia!



Os resultados do referendo na Grécia, independentemente do que vier a seguir, representam uma viragem histórica na União Europeia. Nada será como dantes. Os gregos provaram que é possível dizer não à ditadura financeira que é hoje a UE. Apesar, e por causa, da chantagem vergonhosa feita pelos dirigentes europeus (e, é bom dizer, de todos os quadrantes políticos) os gregos responderam que NA GRÉCIA MANDAM OS GREGOS.

A Democracia venceu!

Esta resposta do povo grego abre caminho à transformação da relação entre os estados na União e obriga todos a repensarem os caminhos que é forçoso mudar.

Obrigada Grécia!