segunda-feira, 31 de março de 2014

Assim vai a Europa! - "France's local elections Devastating losses for the Socialists"


Brasil - 50 anos da ditadura militar


Octavio Paz - 100 anos


CUARTO DE HOTEL

I

A la luz cenicienta del recuerdo
que quiere redimir lo ya vivido
arde el ayer fantasma. ¿Yo soy ese
que baila al pie del árbol y delira
con nubes que son cuerpos que son olas,
con cuerpos que son nubes que son playas?
¿Soy el que toca el agua y canta el agua,
la nube y vuela, el árbol y echa hojas,
un cuerpo y se despierta y le contesta?
Arde el tiempo fantasma:
arde el ayer, el hoy se quema y el mañana.
Todo lo que soñé dura un minuto
y es un minuto todo lo vivido.
Pero no importan siglos o minutos:
también el tiempo de la estrella es tiempo,
gota de sangre o fuego: parpadeo.

II

Roza mi frente con sus manos frías
el río del pasado y sus memorias
huyen bajo mis párpados de piedra.
No se detiene nunca su carrera
y yo, desde mí mismo, lo despido.
¿Huye de mí el pasado?
¿Huyo con él y aquel que lo despide
es una sombra que me finge, hueca?
Quizá no es él quien huye: yo me alejo
y él no me sigue, ajeno, consumado.
Aquel que fui se queda en la ribera.
No me recuerda nunca ni me busca,
no me contempla ni despide:
contempla, busca a otro fugitivo.
Pero tampoco el otro lo recuerda.

III

No hay antes ni después. ¿Lo que viví
lo estoy viviendo todavía?
¡Lo que viví! ¿Fui acaso? Todo fluye:
lo que viví lo estoy muriendo todavía.
No tiene fin el tiempo: finge labios,
minutos, muerte, cielos, finge infiernos,
puertas que dan a nada y nadie cruza.
No hay fin, ni paraíso, ni domingo.
No nos espera Dios al fin de semana.
Duerme, no lo despiertan nuestros gritos.
Sólo el silencio lo despierta.
Cuando se calle todo y ya no canten
la sangre, los relojes, las estrellas,
Dios abrirá los ojos
y al reino de su nada volveremos.



segunda-feira, 24 de março de 2014

A CRISE ACADÉMICA DE 1962


A CRISE ACADÉMICA DE 1962

Escreve Ana Albuquerque:

Foi há 52 anos. Vale a pena recordar.

24 de Março de 1962, em plena ditadura.
A Polícia de Choque atacou e carregou forte e feio sobre os estudantes que se manifestavam em Lisboa, o que originou a primeira grande crise académica, a segunda seria sete anos depois, em Coimbra. Pode dizer-se que a crise académica de 1962 constituiu um dos principais momentos de conflito entre os estudantes universitários portugueses e o regime de Salazar.

Colette Magny cantou-os chamando-lhes "les gens de la moyenne".


Mas que cambada de incompetentes e estúpidos!


Há uma cambada de estúpidos que não percebe nada do que se passa em Portugal. Somos nós. Os portugueses. Vem isto a propósito do relatório do INE sobre as Condições de Vida e Rendimento realizado em 2013.

De acordo com este relatório, 18,7% dos portugueses estão em risco de pobreza.

Um relatório que não deve ter nada de científico face às declarações do grande líder parlamentar do PSD.

"Russia: Halt Orders to Block Online Media"


Russian authorities have blocked several independent websites and are proposing new laws that would further restrict freedom of expression. These moves, together with the detention of hundreds of peaceful protesters since early March 2014, are part of a newcrackdown on free expression and assembly as the crisis unfolds in neighboring Ukraine.

"LESSONS FROM EXXON VALDEZ, 25 YEARS LATER"


Monday is the 25-year anniversary of the 1989 Exxon Valdez oil spill in Alaska. Now seems a good time to reflect on lessons learned, and lessons lost.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Hoje é dia de comemorações






Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.


Alberto Caeiro, in Poemas Inconjuntos

Dia Mundial da Poesia

terça-feira, 18 de março de 2014

Medeiros Ferreira


Historiador, político, anti fascista. Morreu um homem coerente. Nos últimos tempos, Medeiros Ferreira andava por aí a combater o governo.

domingo, 16 de março de 2014

"Anda, Vem"



Anda, vem... por que te négas,
Carne morêna, toda perfume?
Por que te cálas,
Por que esmoreces
Boca vermêlha, - rosa de lume!

Se a luz do dia
Te cóbre de pêjo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.

Dá-me o infinito goso
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O arôma e o calôr
Da tua carne, - meu amôr!

E ouve, mancebo aládo,
Não entristeças, não penses,
- Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem peccado...

Anda, vem... dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;

Tenho Saudades da vida!

Tenho sêde dos teus beijos!

António Botto in Canções

Georg Simon Ohm - 16/03/1789


domingo, 9 de março de 2014

Porto


Já há uns tempos, por força do meu trabalho, que tenho passado uns dias no Porto.

Infelizmente, até este fim de semana, não tinha sido possível descobrir a cidade de acordo com o que merece.

Fui em trabalho e resolvi ficar o fim de semana. Ainda bem!

Esta é uma cidade fantástica! Uma beleza muito própria, gente acolhedora, qualidade de vida. Quase perfeita.

Não! Não venho morar no Porto. Prefiro outra luz. Mas é indispensável!

Obrigada Porto!

Charles Bukowski - 20 anos de saudade



Another Day

having the low down blues and going
into a restraunt to eat.
you sit at a table.
the waitress smiles at you.
she's dumpy. her ass is too big.
she radiates kindess and symphaty.
live with her 3 months and a man would no real agony.
o.k., you'll tip her 15 percent.
you order a turkey sandwich and a
beer.
the man at the table across from you
has watery blue eyes and
a head like an elephant.
at a table further down are 3 men
with very tiny heads
and long necks
like ostiches.
they talk loudly of land development.
why, you think, did I ever come
in here when I have the low-down
blues?
then the the waitress comes back eith the sandwich
and she asks you if there will be anything
else?
snd you tell her, no no, this will be
fine.
then somebody behind you laughs.
it's a cork laugh filled with sand and
broken glass.

you begin eating the sandwhich.

it's something.
it's a minor, difficult,
sensible action
like composing a popular song
to make a 14-year old
weep.
you order another beer.
jesus,look at that guy
his hands hang down almost to his knees and he's
whistling.
well, time to get out.
pivk up the bill.
tip.
go to the register.
pay.
pick up a toothpick.
go out the door.
your car is still there.
and there are 3 men with heads
and necks
like ostriches all getting into one
car.
they each have a toothpick and now
they are talking about women.
they drive away first
they drive away fast.
they're best i guess.
it's an unberably hot day.
there's a first-stage smog alert.
all the birds and plants are dead
or dying.

you start the engine.

Anonymous submission.

segunda-feira, 3 de março de 2014

"I hate! On war in Ukraine"


Writing from a critical position is not something to be widely appreciated in turmoil times. For some hysterical idiots I’ve succumbed to the fascists, for others–betrayed the Fatherland. Time is now precious and to be used efficiently. This is why I respond to all in a single post.

I hate the Euroidiots who started all this because of their little ticks and cultural chauvinism.

I hate the bastard who clung to power despite dozens of deaths and who now wants to return to the country on foreign tanks.

I hate the former opposition, who became today’s authorities, and who found nothing better than to “save the Ukrainian language” [by restricting Russian], populate the government with fascists, and promise unpopular social measures.

I hate Crimean authorities, who are so afraid for their places that they would happily serve as the doormat of an occupying administration.

I hate the tyrant in the Kremlin, who needs a little victorious war to strengthen the rouble and his own, almost unlimited power.

I hate all these “deeply concerned” EU and US bureaucrats, which introduce sanctions only when the government is all but toppled and give aid under conditions resembling daylight robbery.

I hate Ukrainian and Russian fascists, who cannot get used to the reality of a multicultural and multilingual country, and are ready to destroy it.

I hate myself and other leftists for spending most of our time in mutual recriminations rather than the building of a powerful political organization. Divided, we could influence little the Maidan or the anti-Maidan. Part of the blame lies with us.I hate those “liberals,” who were ready to cover for and never distanced themselves from the the fascists present on the Maidan to give a chance for truly all-Ukrainian democratic movement rather than pushing the country to a Civil War.

But I am for the world peace. I send these flowers from Wallonia. Snowdrops against the background of green leaves from last year. I hope this is not the last time we see them. I just returned to my divided country and pray that all it will all end with a Second Crimean rather than Third World War. Because this war won’t grow into a world revolution (the chances for that are much less than 100 years ago) but in a nuclear holocaust.

Russian comrades, go to the central squares of your cities so that you could stop the intervention into Ukraine.

Ukrainian comrades, let’s think what we could do. It’s clear that signing up in the Right Sector [which has issued a call for mobilization] is not an option.

"Documentary on oldest Shoah survivor wins Oscar a week after her death"



"Sentado no lugar certo na hora certa?" - a opinião de São José Almeida


“O homem anda há que tempos para discutir se é o Assis, se não é o Assis (…). Agora como é que é? Ele acelera e avança antes de 5 de Março porque foi Paulo Rangel que o obrigou ou fica a falar de borboletas até ao dia 5 de Março?” A fórmula usada por Marcelo Rebelo de Sousa, no congresso do PSD, para se referir ao líder do PS, António José Seguro, recorre a um tipo de linguagem desrespeitosa do que deve ser o tratamento institucional a dar a um líder partidário.

Marcelo Rebelo de Sousa usou um tom chacoteiro, mas outros intervenientes no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foram mais agressivos. E, já terminado o congresso, Nuno Morais Sarmento, antigo dirigente do PSD e ex-ministro e Durão Barroso, ao fazer uma palestra a convite da Câmara de Comércio Luso-Britânica, em Lisboa, num tom mais institucional e educado, não deixou de defender que Seguro está em risco na sua liderança, caso o PS ganhe as eleições europeias por pequena margem.

Por que razão será que os ataques a Seguro no congresso do PSD atingiram um grau de desrespeito em relação ao que deve ser o trato institucional? É normal que no congresso do principal partido que suporta o Governo se eleja como adversário político o líder do maior partido da oposição. É também normal que lhe sejam feitas críticas e desafios. Mas será normal dizer que Seguro “fica a falar de borboletas”?

Considerando que não houve um ataque de disparate colectivo no PSD e que os militantes e dirigentes deste partido não passaram a ter comportamentos deselegantes só porque estavam numa reunião partidária, tal como que Morais Sarmento não inventou a existência de instabilidade dentro do PS e o questionamento de Seguro por correntes internas do PS que gostariam de ver António Costa na liderança, a questão que se coloca é a de saber quais as razões desta fragilidade de Seguro? Ou seja, até que ponto Seguro contribui para que o vejam como um líder frágil e os seus opositores o desrespeitem.

O líder do PS promove iniciativas, mas por razões que se desconhece parece que o que pode correr mal corre sempre pior. No sábado, tentando "marcar" o congresso do PSD, a direcção do PS anunciou que ia avançar com um pedido de comissão parlamentar de inquérito ao negócio dos submarinos e dos blindados Pandur. Há mesmo quem tenha defendido que o presidente do PSD anunciou a candidatura de Paulo Rangel ao Parlamento Europeu para anular a pressão mediática da comissão de inquérito. Mas na quarta-feira, quando a iniciativa foi apresentada e votada, algumas das figuras de peso na bancada socialista – Jorge Lacão, Miranda Calha, Marcos Perestrello, Ana Catarina Mendonça Mendes, Isabel Moreira – abstiveram-se e assumiram que não subscreviam o pedido de inquérito (PÚBLICO 27/02/2014).

Já as conferências Novo Rumo, onde estará a ser preparado o programa de governo que o PS quer apresentar ao país, parecem não passar de uma reedição desfasada e requentada dos Estados Gerais de António Guterres, há quase 20 anos. As ideias que Seguro tem proposto, naquele fórum ou noutros, vacilam entre a polémica dos tribunais especiais e o lançamento de propostas como a de um “novo desenvolvimento” baseado em clusters, uma ideia que foi importada para Portugal há 20 anos no consulado de Cavaco Silva por um estudo de Michael Porter e que se baseia na ideia de que Portugal deve apostar na especialização em áreas em que pode ter vantagens competitivas.

Se é um facto que Seguro parece não conseguir fazer propostas que renovem o programa político da social-democracia, tem de ser reconhecido que ele faz política baseado em princípios e de acordo com o que são os pressupostos ideológicos em que acredita. Mas o que é facto é que há uma imensa pressão do Governo, do Presidente, de muita da opinião publicada para que o PS aceite um acordo sobre o modo de aplicar a política de austeridade e efectuar o reajustamento económico e financeiro do país. E aqui é legítimo perguntarmo-nos se esta pressão toda não significa apenas uma tentativa de vergar Seguro?

Observando a questão do ponto de vista da opinião pública, a realidade é que o PS está à frente do PSD nas sondagens com alguma expressão. Será que isto significa que o eleitorado está agradado com a prestação da direcção de Seguro no PS? Será que os analistas políticos e a opinião publicada estão desfasados do eleitorado? Será que as sondagens pecam por erro de distorção de amostra? Ou será que o PS sobe apenas porque beneficia da revolta e da azia em relação ao Governo que têm sectores da população como os funcionários públicos, os pensionistas, os desempregados? Será que se Seguro ficar calado ou propuser não importa o quê é a mesma coisa? Será que irá recolher os votos e até poderá chegar a primeiro-ministro apenas porque está na liderança do PS no momento em que o PSD for eleitoralmente castigado? Ou seja, sentado no lugar certo na hora certa?

And the oscar went to....