domingo, 27 de abril de 2014

Vasco Graça Moura - 1942/2014



soneto do amor e da morte

quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.

Vasco Graça Moura, in Antologia dos Sessenta Anos

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Amanhã ao Carmo às 11 horas


A Direcção da Associação 25 de Abril informa que decidiu levar a efeito uma evocação a Salgueiro Maia, nela personificando a homenagem a todos os militares de Abril, no Largo do Carmo, no dia 25 de Abril às 11.00, evento para o qual desafia toda a população.


Mais informa que, nessa circunstância, o Presidente da Direcção da A25A proferirá uma intervenção de fundo na linha da que seria feita na sessão solene na Assembleia da República.

Após esse tributo, será organizada uma romagem ao edifício onde funcionava a PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, para evocação da memória dos cidadãos ali assassinados no fim da tarde de 25 de Abril.

Todos ao largo do Carmo às 11h00 de dia 25 de Abril

O 25 de abril e o cinema - "O retrato do 25 de Abril"


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Poemas e Canções para o 25 de abril - 2


Canto Moço

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de manhã clara

Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companhera da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.




Zeca Afonso

Nina Simone - m. 21/04/2003



Nina Simone

Livro Recomendado - "Uma viagem à Índia!


domingo, 20 de abril de 2014

Poemas e Canções para o 25 de abril - 1


Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen

Brasil - "descobrimento"

Senhor, 

posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer!

Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.


A 20 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil. A 1 de maio escreveu esta carta ao rei D. Manuel I.

Este livro está a dar que falar: veja o que pensa Paul Krugman sobre ele


terça-feira, 8 de abril de 2014

Jacques Brel - 85 anos



Siddhartha Gautama - Buda


Sidarta Gautama (em sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transl. Siddhārtha Gautama, em páli Siddhāttha Gotama), popularmente dito e escrito simplesmente Buda, foi um príncipe da região do atual Nepal que se tornou professor espiritual, fundando o budismo. Na maioria das tradições budistas, ele é considerado como o "Supremo Buda" (Sammāsambuddha) de nossa era, Buda significando "o desperto". A época de seu nascimento e de sua morte são incertos: a maioria dos primeiros historiadores do século XX datava seu tempo de vida como sendo de por volta de 563 a.C. a 483 a.C.; mais recentemente, contudo, num simpósio especializado nesta questão, a maioria dos estudiosos apresentou opiniões definitivas de datas dentro do intervalo de 20 anos antes ou depois de 400 a.C. para a morte do Buda, com outros apoiando datas mais tardias ou mais recentes.

Rwanda - 20 anos


6 de abril de 1994 é a data instituída do começo do genocídio no Ruanda: um péssimo exemplo do papel da ONU e da Comunidade Internacional sobre os Direitos Humanos.

In 100 days in 1994 approximately one million Tutsis and moderate Hutus were murdered in the genocide in Rwanda. The genocide took place following decades of tensions between Hutus and Tutsis, and a recent history of persecution and discrimination against Tutsis. On 6 April 1994 the plane carrying Rwanda’s President was shot down. Extremist Hutu leaders accused Tutsis of killing the President, and Hutu civilians were told by radio and word of mouth that it was their duty to wipe out the Tutsis.Despite its colossal scale, this genocide was carried out almost entirely by hand, usually using machetes and clubs. The men who had been trained to massacre were members of civilian death squads, the Interahamwe. The State provided support and organisation – politicians, officials, intellectuals and professional soldiers incited the killers to do their work. Local officials assisted in rounding up victims and making suitable places available for slaughter.Tutsi men, women, children and babies were killed in their thousands in schools and churches. Frequently the killers were people they knew – neighbours, workmates, former friends, sometimes even relatives through marriage.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Assim vai a Europa! - "Dark lands: the grim truth behind the 'Scandinavian miracle'"


Television in Denmark is rubbish, Finnish men like a drink – and Sweden is not exactly a model of democracy. Why, asks one expert, does everybody think the Nordic region is a utopia?

O Cinema está de luto! - Mickey Rooney



40 anos do 25 de abril - testemunhos e histórias sobre a resistência ao fascismo - 1


Casaram em 1969. Mas antes disso tiveram uma vida. E depois de 74 tiveram outra. E antes dessas tiveram vidas paupérrimas, onde crescia a revolta e, estranhamente, havia espaço para a felicidade. Conceição Matos e Domingos Abrantes usam nomes ternos para chamar o outro. Nomes que surpreenderiam quem os conheceu, de aço, na luta antifascista.