Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
A "BARRACA" NÃO PODE SER EXTINTA
A Sua Excelência O Presidente da República
Dr. Aníbal Cavaco Silva
Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República
Drª Maria da Assunção Andrade Esteves
Exmo Senhor Primeiro Ministro
Dr. Pedro Passos Coelho
Responsável pela Pasta da Cultura no Governo de Portugal
Exmo Senhor Secretário de Estado da Cultura
Dr. Barreto Xavier
Exmo Senhor Lider da Oposição
Dr. António José Seguro
Secretário Geral do Partido Socialista
O TEATRO PORTUGUÊS NÃO PODE PRESCINDIR DOS SEUS GRUPOS DE REFERÊNCIA!
Os subscritores desta petição são pessoas que ao longo dos 37 anos de vida do Grupo de Teatro A Barraca conheceram o seu trabalho e por ele se sentiram beneficiados:
São pessoas, jovens ou já não, que viram pela primeira vez Teatro naquela Casa - É Menino ou Menina?, Fernão Mentes? D.João Vl , Pranto de Maria Parda, O Baile, Felizmente há Luar!, D.Maria a Louca etc etc...- e nunca mais esqueceram a alteração de olhar que um bom espectáculo pode trazer à vida das pessoas,
São pessoas do interior do País que viram muitos dos espectáculos desta Companhia que nunca deixou de se apresentar fora das suas zonas de conforto, para que os da Provincia que pagam os seus impostos como os da Capital não perdessem alguma coisa do que se vai produzindo nos grandes centros,
São idosos que puderam assistir a preço zero a espectáculos de qualidade mudando assim os seus domingos na cidade,
São professores de todos os graus de ensino que puderam complementar o seu trabalho e a aprendizagem dos seus alunos com a fruição de obras que ajudaram à compreensão dos programas escolares,
São criadores, autores que viram as suas obras levadas à cena com rigor e criatividade,
São profissionais de Teatro que encontraram na Barraca um sólido e solidário posto de trabalho, onde aprenderam e beneficiaram de um bom ambiente que lhes permitiu exercer com rigor e alegria a sua profissão,
São amigos conhecidos ou desconhecidos que ao longo dos anos olharam para A Barraca como um Grupo de Teatro indispensável às suas vidas porque ou as embelezou, ou as instruiu ou lhes ajudou a criar referências, ou as animou e as divertiu , dando-lhes sempre mais do que recebeu.
PETIÇÃO
O Grupo de Teatro A Barraca encontra-se na eminência de suspender a sua actividade devido aos brutais cortes a que foi sujeito pela actual Secretaria de Estado da Cultura.
Com 37 anos de trabalho ininterrupto viu a sua actividade desprezada inexplicavelmente durante o período de 1984 a 1995, em que o governo lhe negou ano após ano os apoios que foi concedendo a outras companhias e projectos de que hoje alguns deles já não há notícia.
O Governo que tem a incumbência Constitucional de apoiar a Cultura sujeitou o Teatro a cortes enormes, não com vista a poupar no orçamento devido ao momento que o País atravessa mas, como nas outras áreas, para poder alterar o paradigma cultural que visava a democratização da cultura e poder gastar desmedidamente nas suas áreas de preferência, viagens faraónicas, implementação de uma cultura de elite, extinguindo a itinerância, impossibilitando uma política de preços que torne o teatro mais acessível, impedindo assim a ampla divulgação do conhecimento e aprendizagem, condições essenciais para o nosso desenvolvimento e modernização. A Barraca tem-se oposto a tais medidas
E por essa razão
A BARRACA que é dos grupos que acolhe mais companhias e, de forma particular, as da descentralização; A BARRACA que é um dos grupos cujo repertório mais incide em novos textos dramáticos na abordagem da história e da memória portuguesas; A BARRACA que é um dos grupos de Lisboa com uma maior ligação ao público da zona onde tem o seu teatro - Cinearte;
A BARRACA que não só tem serviço educativo, como é dos grupos de Lisboa que organiza mais sessões para público escolar; A BARRACA que tem escola de actores; A BARRACA que é dos grupos com um percurso histórico singular e de elevadíssima projecção nacional e internacional - alguns dos seus espectáculos e os actores que neles participam e participaram são referências do teatro contemporâneo português; A BARRACA que é dos grupos de Lisboa que realiza mais espectáculos em itinerância; A BARRACA que mantém uma pluralidade de actuações: trabalho social e comunitário, apoio a grupos de amadores, formação, escola de espectadores, descentralização, acolhimento e residências artísticas, trabalho com estabelecimentos de ensino, digressões internacionais, relação de cooperação com os países de língua portuguesa, parcerias com autarquias, intercâmbios artísticos; A Barraca que acaba de criar um programa como os Encontros Imaginários que agita o meio sócio-cultural da cidade, e apesar das dificuldades dá todos os dias provas de talento e de vitalidade,
A Barraca recebe hoje um apoio da Secretaria de Estado da Cultura que é muito inferior a um terço do atribuído a qualquer outra Companhia com lugar semelhante ao seu na História do Teatro Portugês, e que não lhe permitirá continuar por muito mais tempo a sua actividade.
E se não temos dúvidas que essa é a vontade do actual Governo, temos a certeza de que não é a vontade dos subscritores desta Petição que aqui propõe a revisão imediata da situação.
Então, o caso é simples:
A BARRACA não pode ser o grupo que foi classificado com (zero) nos parâmetros de "Serviço educativo" e de "Exercício de actividade fora de Lisboa”. A BARRACA não pode ter sido
classificada em 31ª, entre as 54 estruturas teatrais apoiadas.
Por isso, para bem do teatro português, a DGArtes tem que repor a verdade e actuar com a mais elementar justiça, revendo os critérios e atribuindo um financiamento condigno à realidade. Sem paternalismo, nem favores, mas simplesmente justo.
O TEATRO PORTUGUÊS NÃO PODE PRESCINDIR DOS SEUS GRUPOS DE REFERÊNCIA!
VIVA O TEATRO A BARRACA!
Primeiros signatários:
María del Pilar del Río Sánchez Saramago
Cartão Cidadão Nº 30741254, Jorrnalista / Presidente da Fundação José Saramago, Lisboa
Claudio Figueiredo Torres
Cartão de Cidadão Nº 00672594, Arqueólogo, Mértola
Mário Costa Martins de Carvalho
Cartão de Cidadão Nº 310478, Escritor, Lisboa
Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta
Cartão de Cidadão Nº 135553, Arquitecta, Lisboa
José Manuel de Melo Antunes Mendes
Cartão de Cidadão Nº 2235909, Professor universitário, Lisboa
Victor José Melicias Lopes
Cartão de Cidadão Nº 01396596, Sacerdote Católico, Lisboa
Armando Rodrigues do Nascimento Correia Rosa
Bilhete de Identidade nº 7280791, Professor do Ensino Superior Artístico, Évora
Adelino Clemente Gomes
Cartão de Cidadão Nº 00639979, Jornalista, investigador associado do Cies-IUL, Lisboa
Fernando Dias Dacosta
Bilhete de Identidade Nº 64787, Escritor, Seixal
José Rui Martins Henriques
Cartão de Cidadão Nº 3731494, Actor, Mértola
Miguel Real
Professor, Bilhete de Identidade Nº 2166013, Sintra
"This perverse rage against the poor"
A Lei da Segurança alimentar vai permitir que 75% da população rural e 50% da urbana (800 milhões de indianos) tenham acesso a, pelo menos 5 Kg de cereais por mês e por pessoa a preços subsidiados. Custará ao Estado 360 milhões de euros. A classe média alta reagiu mal como seria de esperar. Os ricos estão irritados!
With the economic boom petering out, those who benefitted from it are angry with the government forthe Food Security Bill because it is paying attention to the needs of the underprivileged for a change.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Quantos somos e porquê?
A população portuguesa voltou a descer pelo terceiro ano seguido e o saldo migratório negativo foi um dos principais contributos para a quebra.
Excertos do artigo do Público.
Quais as razões para este panorama? As pessoas não querem ter filhos? As pessoas preferem viver no estrangeiro?
Obviamente que não.
Tudo se explica com as políticas seguidas nos últimos anos pelos partidos que nos governaram e governam. Políticas neoliberais para quem as pessoas são o último interesse e o lucro da banca e do grande capital o primeiro interesse.
A emigração atingiu os valores do tempo do salazarismo. E quem emigra já não são os rendeiros que viviam em casas sem chão, nem os que fugiam da guerra. São os jovens qualificados deste país.
Vamos ficar sentados a ver "a banda passar"?
Relatório completo do INE.
Quais as razões para este panorama? As pessoas não querem ter filhos? As pessoas preferem viver no estrangeiro?
Obviamente que não.
Tudo se explica com as políticas seguidas nos últimos anos pelos partidos que nos governaram e governam. Políticas neoliberais para quem as pessoas são o último interesse e o lucro da banca e do grande capital o primeiro interesse.
A emigração atingiu os valores do tempo do salazarismo. E quem emigra já não são os rendeiros que viviam em casas sem chão, nem os que fugiam da guerra. São os jovens qualificados deste país.
Vamos ficar sentados a ver "a banda passar"?
Relatório completo do INE.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Portugal na imprensa estrangeira - "La ruina convertida en arte"
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
"O DESPREZO PELOS MANIFESTANTES DA CGTP" - José Pacheco Pereira
Excelente!
Uma coisa que mostra como quem está do lado do poder não percebe (ou melhor não quer perceber), o que está a acontecer em Portugal, é o modo como exibem um racismo social com os manifestantes da CGTP, tão patente nos comentários à saga da ponte. Pode não ser deliberado, mas sai-lhes do fundo, naturalmente. Os filhos dos comentadores e opinadores podem ir às manifestações dos “indignados”, que são aceitáveis, engraçadas e chiques, e que tem muita cultura e imaginação, mas nenhum irá às da CGTP. Eles “são sempre o mesmo”, ou “mais do mesmo”, eles são “pouco criativos” que insistem em fazer manifestações “que não adiantam nada”. Eles são “os feios, os porcos e os maus”.
Os manifestantes da CGTP não são da classe social certa, não ambicionam ir tomar chá com Ricardo Salgado, ou ir comer aos restaurantes da moda, não são frequentáveis e, ainda pior, não se deixam frequentar. Têm, muitos deles, uma vida inteira de trabalho e de muitas dificuldades. Tem um curso, uma pós-graduação e um doutoramento em dificuldades. São velhos, um anátema nos nossos dias. Tiveram ou tem profissões sobre as quais os jornalistas da capital não sabem nada, foram corticeiros, mineiros, soldadores, torneiros, mecânicos, condutores de máquinas, pedreiros, ensacadores, motoristas, afinadores, estivadores, marinheiros, operários têxteis, ourives, estofadores, cortadores de carnes, empregados de mesa, auxiliares educativos, empregadas de limpeza, etc., etc. Foram e são cozinheiros e cozinheiras em cantinas, e não chefs. E foram ou são, professores, funcionários públicos, enfermeiros, contabilistas.
Este desprezo social é chocante quando é feito por quem tem acesso ao espaço público e que trata os portugueses que se manifestam, - e, seja por que critério, são muitos, pelo menos muitos mais, muitíssimos mais dos que estariam dispostos a vir para rua pelo governo, – como uma “massa de manobra” do PCP, que merece uma espécie de enjoo distanciado, umas ironias de mau gosto e um gueto intelectual. Façam vocês o que fizerem, “não contam”. Vocês são umas centenas de milhares, vocês são “activistas” e por isso se vêem muito (quem não se vê nada são os do “outro lado”), mas “não contam” para nada. Existirem ou desaparecerem é a mesma coisa, nenhum dos “de cima” se pode ou deve preocupar convosco. Votam em partidos anacrónicos, têm hábitos plebeus, vão fazer campismo de férias, fazem excursões organizadas pelas autarquias, jogam a sueca, as mulheres passam-se pelo Tony Carreira e todos acham que tem direitos. Vejam lá, imaginem lá o abuso, acham que tem direitos… Eles são os maus portugueses, os que estão de fora do “arco governativo”, os que não percebem o "estado de emergência financeira", aqueles cujos "interesses" bloqueiam o nosso radioso empreendedorismo.
Tudo isso é verdade, e tudo isso é mentira. Estes portugueses fora de moda e fora das modas, pelo menos tem o enorme mérito de sentirem um agudo sentimento de injustiça, eles que sabem mais da vida real, concreta, vivida do que todos os seus críticos juntos. Não é a eles que se pode dar lições de trabalho, nem de esbanjamento, nem de perseverança, nem de sacrifício. Pode-se discordar deles, mas merecem respeito. Pelo que foram, pelo que são e porque não se ficam.
Daqui.
Uma coisa que mostra como quem está do lado do poder não percebe (ou melhor não quer perceber), o que está a acontecer em Portugal, é o modo como exibem um racismo social com os manifestantes da CGTP, tão patente nos comentários à saga da ponte. Pode não ser deliberado, mas sai-lhes do fundo, naturalmente. Os filhos dos comentadores e opinadores podem ir às manifestações dos “indignados”, que são aceitáveis, engraçadas e chiques, e que tem muita cultura e imaginação, mas nenhum irá às da CGTP. Eles “são sempre o mesmo”, ou “mais do mesmo”, eles são “pouco criativos” que insistem em fazer manifestações “que não adiantam nada”. Eles são “os feios, os porcos e os maus”.
Os manifestantes da CGTP não são da classe social certa, não ambicionam ir tomar chá com Ricardo Salgado, ou ir comer aos restaurantes da moda, não são frequentáveis e, ainda pior, não se deixam frequentar. Têm, muitos deles, uma vida inteira de trabalho e de muitas dificuldades. Tem um curso, uma pós-graduação e um doutoramento em dificuldades. São velhos, um anátema nos nossos dias. Tiveram ou tem profissões sobre as quais os jornalistas da capital não sabem nada, foram corticeiros, mineiros, soldadores, torneiros, mecânicos, condutores de máquinas, pedreiros, ensacadores, motoristas, afinadores, estivadores, marinheiros, operários têxteis, ourives, estofadores, cortadores de carnes, empregados de mesa, auxiliares educativos, empregadas de limpeza, etc., etc. Foram e são cozinheiros e cozinheiras em cantinas, e não chefs. E foram ou são, professores, funcionários públicos, enfermeiros, contabilistas.
Este desprezo social é chocante quando é feito por quem tem acesso ao espaço público e que trata os portugueses que se manifestam, - e, seja por que critério, são muitos, pelo menos muitos mais, muitíssimos mais dos que estariam dispostos a vir para rua pelo governo, – como uma “massa de manobra” do PCP, que merece uma espécie de enjoo distanciado, umas ironias de mau gosto e um gueto intelectual. Façam vocês o que fizerem, “não contam”. Vocês são umas centenas de milhares, vocês são “activistas” e por isso se vêem muito (quem não se vê nada são os do “outro lado”), mas “não contam” para nada. Existirem ou desaparecerem é a mesma coisa, nenhum dos “de cima” se pode ou deve preocupar convosco. Votam em partidos anacrónicos, têm hábitos plebeus, vão fazer campismo de férias, fazem excursões organizadas pelas autarquias, jogam a sueca, as mulheres passam-se pelo Tony Carreira e todos acham que tem direitos. Vejam lá, imaginem lá o abuso, acham que tem direitos… Eles são os maus portugueses, os que estão de fora do “arco governativo”, os que não percebem o "estado de emergência financeira", aqueles cujos "interesses" bloqueiam o nosso radioso empreendedorismo.
Tudo isso é verdade, e tudo isso é mentira. Estes portugueses fora de moda e fora das modas, pelo menos tem o enorme mérito de sentirem um agudo sentimento de injustiça, eles que sabem mais da vida real, concreta, vivida do que todos os seus críticos juntos. Não é a eles que se pode dar lições de trabalho, nem de esbanjamento, nem de perseverança, nem de sacrifício. Pode-se discordar deles, mas merecem respeito. Pelo que foram, pelo que são e porque não se ficam.
Daqui.
domingo, 27 de outubro de 2013
Filme recomendado - "Hannah Arendt"
Realização de Margarethe von Trotta
O pensamento e a obra de Hanna Arendt são das mais importantes para nos fazer compreender o mundo. O mal como referência de um século "maldito", a tentativa de explicar o inexplicável não humano, a interpretação do holocausto, do totalitarismo, são a sua obra e um constante percurso da compreensão do ser humano como mistério.
Um filme a não perder!
Das várias críticas que li fica a do meu amigo Carlos Melo Ferreira que consegue aliar a crítica cinematográfica à importância do acontecimento que foi o julgamento de Eichmann na história do nazismo, na obra de Hanna Arendt e na compreensão do mundo em que vivemos.
"É tempo de agir!"
Foto de Rui Borges
Declaração política da manifestação Que se lixe a Troika! Não há becos sem saída!, lida por Joana Manuel e Luísa Ortigoso.
"Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado"
Texto lido por André Albuquerque, ator desempregado, na manifestação Que se lixe a Troika! Não há becos sem saída a 26/10/2013.
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado, um ator desempregado. Em Novembro volto à labuta. À bilheteira e sem direitos, que é para não pensar que desaperto o cinto das calças. Os humanos não passam sem pão e água e os países não existem sem Cultura. O Coelho gosta da Nini e do Lá Féria, o Costa dá praças ao Tony. Na Ajuda o cacilheiro está sempre primeiro. Portugal embarcado e emigrado. Portugal afundado e eu continuo desempregado.
De Bragança até Faro: corta na saúde, corta na educação, corta na cultura, corta na dança, corta no cinema, corta no teatro. E depois? Depois privatiza, privatiza filho. O Teatro S .Carlos Santander Totta apresenta! O Teatro Sonae S.João vai estrear! O D.Maria II BPN orgulha-se de apresentar: Duarte e Loureiro a caminho da Carregueira!...há coisas que só mesmo no teatro...
"Artigo 78.º, Fruição e criação cultural, ponto 1: Todos têm direito à fruição e criação cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural." Porra para a constituição...o que é que a constituição já fez por ti hoje? O que é que a porra da constituição já fez por ti alguma vez na vida? Queime-se a constituição, queime-se o código do trabalho, glória ao pai, ao filho e ao trabalho temporário!
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
E quero ainda dizer, que isto aqui, que isto aqui, é uma cambada de ativistas, uma cambada de sindicalistas e uma cambada de lambões! Vão trabalhar, porra! Vão p'rá estiva 80 horas por semana, vão lavar escadas às 5h da manhã, vão ter dois empregos que é bom p'rá tosse, vão chapar massa em cima de andaimes, trabalham e ainda vêm a vista, vão servir às mesas, ficam com varizes, mas trabalham os gémeos, estão desempregados? Apanhem o cacilheiro gondoleiro. E a Luísa? Continua a subir a calçada...
Deus no céu, Soares dos Santos na terra. Pingo Doce, venha cá! Venha cá ver como se destrói a produção nacional, venha cá ver como se faz uma fundação instrumental. Pingo Doce: um litro de vinho aliena e estupidifica um milhão de portugueses. O Pingo é mais doce com a sede na Holanda, o Pingo quer ir ser ainda mais doce para o meio da Colômbia, o Pingo já é doce na Polónia do Wojtila. Pingo Doce: erva, coca, igreja e exploração, e tudo sem custos de produção.
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
E queria chamar para junto de mim Isaltino Afonso de Morais! E queria chamar para junto de mim Alberto João Jardim! E queria chamar para junto de mim Avelino Ferreira Torres! E queria chamar para junto de mim Valentim Loureiro! E queria chamar para junto de mim Oliveira e Costa! E queria chamar para junto de mim Alves dos Reis! E queria chamar para junto de mim Al Capone!
"Artigo 20.º, Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva, ponto1: A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos." Alguém tire a venda à Justiça, por amor da Constituição.
"Artigo 74.º, Ensino, ponto 1: Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar. Artigo 75.º, Ensino público, particular e cooperativo, ponto 1: O Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população. Artigo 64.º, Saúde, ponto 1: Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover. Ponto 2: O direito à protecção da saúde é realizado: alínea a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito." Ah, maldito tendencialmente! À venda neste leilão temos também um artigo de grande valor económico, um maravilhoso contrato swap dirigido à sua PPP de estimação, esqueça a lei fundamental do seu país e governe-se com artigos financeiros do mais tóxicos que há. Sabe qual é o preço certo?
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
“Faz-me um bocadinho de impressão que 15 pessoas por mais eminentes que sejam tenham o poder de condicionar a vida de milhões de pessoas da forma como têm”, a saber: O Ulrich dos aguentas, o Catroga dos pintelhos, o Ferreira do Amaral das pontes, o Luís e o Nuno Amado dos bancos, o Ulrich dos aguentas, o Salgado dos espíritos santos, o Belmiro dos carnavais, o Durão dos caldos entornados, o Pires de Lima das cautelas, o Seguro do qual é a pressa, o Ulrich dos aguentas, o Moedas dos especialistas adolescentes, o Portas dos submarinos e dos vices, o Passos Coelho das enxadinhas para trabalhar, o Cavaco dos muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito...e as pistolas do Buiça? Emigraram com ele para a Suíça. Foi ao Campo Pequeno não havia viv'alma, no Terreiro do Paço estavam umas pessoas a correr patrocinadas pela telefonia, pegou na mulher e nos filhos e toca de zarpar. Já não teve de dar o salto, mas as lágrimas caíram-lhe na mesma.
"O que é que não temos? Satisfação! O que é que nós queremos? Revolução!". Hoje é outra vez o primeiro dia do resto das nossas vidas, temos todos e todas um brilhozinho nos olhos. A austeridade não é inevitável. O pensamento não é único. Eu cruzei a ponte. Pára o porto, pára Coimbra, pára Braga, pára Viseu, pára o Funchal, pára Vila Real, pára Évora, pára tudo! O Alentejo é nosso outra vez. "A paz, o pão, habitação, saúde, educação. Só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir." "Não nos venham com cantigas, não cantamos para esquecer, nós cantamos para lembrar que só muda esta vida, quando tiver o poder o que vive a trabalhar." Se o ataque é brutal, a greve é geral. Salários e pensões não pagam dívidas, o empobrecimento não paga dívidas, a exploração não paga dívidas. Trabalhadores e trabalhadoras em luta contra a carestia de vida. A troika cheira mal dos pés, a troika é burra, morra a troika, morra pum! A troika é a velha, mas nós não somos nêsperas.
Spartacus morreu na cruz, a Revolução Francesa morreu na cruz, o 25 de Abril ainda está na cruz, é tempo de o resgatarmos.
"Artigo 1.º, República Portuguesa, Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular, e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária."
Liberdade, igualdade, fraternidade. Eu sou Spartacus. O povo, quando estiver unido, jamais será vencido.
"Artigo 21.º, Direito de resistência: Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública." A austeridade ofende os meus direitos, as minha liberdades e as minhas garantias.
Liberdade, igualdade, fraternidade. Eu sou Spartacus. Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado, mas resisto. A maré vai-se levantar. Eu cruzei a ponte. Não há becos sem saída. O Povo contra-ataca. Nós ou a troika?
De Bragança até Faro: corta na saúde, corta na educação, corta na cultura, corta na dança, corta no cinema, corta no teatro. E depois? Depois privatiza, privatiza filho. O Teatro S .Carlos Santander Totta apresenta! O Teatro Sonae S.João vai estrear! O D.Maria II BPN orgulha-se de apresentar: Duarte e Loureiro a caminho da Carregueira!...há coisas que só mesmo no teatro...
"Artigo 78.º, Fruição e criação cultural, ponto 1: Todos têm direito à fruição e criação cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural." Porra para a constituição...o que é que a constituição já fez por ti hoje? O que é que a porra da constituição já fez por ti alguma vez na vida? Queime-se a constituição, queime-se o código do trabalho, glória ao pai, ao filho e ao trabalho temporário!
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
E quero ainda dizer, que isto aqui, que isto aqui, é uma cambada de ativistas, uma cambada de sindicalistas e uma cambada de lambões! Vão trabalhar, porra! Vão p'rá estiva 80 horas por semana, vão lavar escadas às 5h da manhã, vão ter dois empregos que é bom p'rá tosse, vão chapar massa em cima de andaimes, trabalham e ainda vêm a vista, vão servir às mesas, ficam com varizes, mas trabalham os gémeos, estão desempregados? Apanhem o cacilheiro gondoleiro. E a Luísa? Continua a subir a calçada...
Deus no céu, Soares dos Santos na terra. Pingo Doce, venha cá! Venha cá ver como se destrói a produção nacional, venha cá ver como se faz uma fundação instrumental. Pingo Doce: um litro de vinho aliena e estupidifica um milhão de portugueses. O Pingo é mais doce com a sede na Holanda, o Pingo quer ir ser ainda mais doce para o meio da Colômbia, o Pingo já é doce na Polónia do Wojtila. Pingo Doce: erva, coca, igreja e exploração, e tudo sem custos de produção.
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
E queria chamar para junto de mim Isaltino Afonso de Morais! E queria chamar para junto de mim Alberto João Jardim! E queria chamar para junto de mim Avelino Ferreira Torres! E queria chamar para junto de mim Valentim Loureiro! E queria chamar para junto de mim Oliveira e Costa! E queria chamar para junto de mim Alves dos Reis! E queria chamar para junto de mim Al Capone!
"Artigo 20.º, Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva, ponto1: A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos." Alguém tire a venda à Justiça, por amor da Constituição.
"Artigo 74.º, Ensino, ponto 1: Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar. Artigo 75.º, Ensino público, particular e cooperativo, ponto 1: O Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população. Artigo 64.º, Saúde, ponto 1: Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover. Ponto 2: O direito à protecção da saúde é realizado: alínea a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito." Ah, maldito tendencialmente! À venda neste leilão temos também um artigo de grande valor económico, um maravilhoso contrato swap dirigido à sua PPP de estimação, esqueça a lei fundamental do seu país e governe-se com artigos financeiros do mais tóxicos que há. Sabe qual é o preço certo?
Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado.
“Faz-me um bocadinho de impressão que 15 pessoas por mais eminentes que sejam tenham o poder de condicionar a vida de milhões de pessoas da forma como têm”, a saber: O Ulrich dos aguentas, o Catroga dos pintelhos, o Ferreira do Amaral das pontes, o Luís e o Nuno Amado dos bancos, o Ulrich dos aguentas, o Salgado dos espíritos santos, o Belmiro dos carnavais, o Durão dos caldos entornados, o Pires de Lima das cautelas, o Seguro do qual é a pressa, o Ulrich dos aguentas, o Moedas dos especialistas adolescentes, o Portas dos submarinos e dos vices, o Passos Coelho das enxadinhas para trabalhar, o Cavaco dos muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito...e as pistolas do Buiça? Emigraram com ele para a Suíça. Foi ao Campo Pequeno não havia viv'alma, no Terreiro do Paço estavam umas pessoas a correr patrocinadas pela telefonia, pegou na mulher e nos filhos e toca de zarpar. Já não teve de dar o salto, mas as lágrimas caíram-lhe na mesma.
"O que é que não temos? Satisfação! O que é que nós queremos? Revolução!". Hoje é outra vez o primeiro dia do resto das nossas vidas, temos todos e todas um brilhozinho nos olhos. A austeridade não é inevitável. O pensamento não é único. Eu cruzei a ponte. Pára o porto, pára Coimbra, pára Braga, pára Viseu, pára o Funchal, pára Vila Real, pára Évora, pára tudo! O Alentejo é nosso outra vez. "A paz, o pão, habitação, saúde, educação. Só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir." "Não nos venham com cantigas, não cantamos para esquecer, nós cantamos para lembrar que só muda esta vida, quando tiver o poder o que vive a trabalhar." Se o ataque é brutal, a greve é geral. Salários e pensões não pagam dívidas, o empobrecimento não paga dívidas, a exploração não paga dívidas. Trabalhadores e trabalhadoras em luta contra a carestia de vida. A troika cheira mal dos pés, a troika é burra, morra a troika, morra pum! A troika é a velha, mas nós não somos nêsperas.
Spartacus morreu na cruz, a Revolução Francesa morreu na cruz, o 25 de Abril ainda está na cruz, é tempo de o resgatarmos.
"Artigo 1.º, República Portuguesa, Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular, e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária."
Liberdade, igualdade, fraternidade. Eu sou Spartacus. O povo, quando estiver unido, jamais será vencido.
"Artigo 21.º, Direito de resistência: Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública." A austeridade ofende os meus direitos, as minha liberdades e as minhas garantias.
Liberdade, igualdade, fraternidade. Eu sou Spartacus. Portugal não é a Grécia e eu estou desempregado, mas resisto. A maré vai-se levantar. Eu cruzei a ponte. Não há becos sem saída. O Povo contra-ataca. Nós ou a troika?
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Perigosos comunistas
Mujtaba Rahman, do Eurasia Group, faz esta, e outras, extraordinárias declarações ao Finantial Times sobre o Tribunal Constitucional:
The court is a thorn in the side of both the government and Brussels and is perceived as almost communist by the markets,” says Mr Rahman. “It’s no exaggeration to say it’s the biggest impediment to the country’s clean exit from the bailout.
Na íntegra aqui.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
As armas químicas de Pinochet
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
"Cabe à Europa criar uma Web 3.0 responsável"
Cartoon de Tom Janssen
Depois das escutas da NSA e da recolha maciça de dados de utilizadores pelos gigantes da Internet, cabe à UE lançar as bases do futuro da Web. É a única entidade que pode garantir um ambiente “responsável e comum” onde cada um geraria as informações que lhe dizem respeito, estima um filósofo francês.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
A Comunicação Social que temos - Obrigado Troika!
Desde o passado dia 9 de outubro foi anunciada e comunicada aos órgãos de comunicação social a Manifestação Que se lixe a Troika - Não há becos sem saída que terá lugar no próximo dia 26 de outubro.
Subscrito o manifesto de apelo por quase 1.000 pessoas de todos os quadrantes sociais e profissionais, esta manifestação foi, até hoje, ignorada por essa comunicação social.
O Movimento Que se Lixe a Troika decidiu que era necessário que esta situação acabasse. Convocou uma manifestação a favor da troika. Extraordinário! Não houve jornal que não a noticiasse nem órgão de comunicação que não aparecesse.
É esta a informação (?) que temos.
Aqui fica para memória futura:
A manifestação de apoio à troika que acabou a mandá-la “lixar-se”
Protesto irónico a favor da troika junta cerca de 30 pessoas em Lisboa
Movimento "Que se lixe a Troika" traz ironia para a rua
domingo, 20 de outubro de 2013
O Grito
O grito que se solta
espaço a espaço
que se afunda
mole e aderente
que se adivinha
curvo e apertado
que é atmosfera
inconsistente
o grito que se insinua
pela tarde
se insinua mudo
incoerente
no vértice do mar
no espelho em face
na face que recorda
e se pressente
o grito que se sabe antigo
imenso
que ao sol se alastra
levemente
e levemente oscila
e se contorna
assim e devagar
serenamente
serenamente finge
e ignora
serenamente nu
serenamenteo grito que em tristeza
cai lá fora
no espaço que da chuva se
desprende.
Maria Teresa Horta
sábado, 19 de outubro de 2013
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