domingo, 2 de novembro de 2014

O estranho caso da revista "Análise Social"


A revista Análise Social foi fundada em 1963. De acordo com o seu site:

A Análise Social é a principal revista portuguesa em ciências sociais e na área dos estudos sobre Portugal. Durante mais de meio século, a revista manteve o seu cariz inovador devido à capacidade para atrair trabalhos que resultam de investigação de topo, tanto teórica como empiricamente, e à originalidade e importância dos temas abordados.

A Análise Social é uma revista multidisciplinar, especializada nas áreas da Sociologia, da História, da Antropologia e da Ciência Política. Dá prioridade à publicação de artigos que em cada uma destas áreas:

Apresentem investigação empírica baseada em formulações e modelos teóricos;
Desenvolvam novos métodos de análise e investigação;
Usem conceitos heurísticos para a interpretação da realidade;
Contenham implicações teóricas da investigação empírica;
Contribuam para o desenvolvimento de perspectivas comparadas sobre os temas estudados.

Apesar de a maioria dos artigos publicados focar a realidade portuguesa, a Análise Social está aberta à publicação de artigos sobre outras regiões especialmente quando contenham visões inovadoras de uma perspectiva comparativa e analítica.

A Análise Social é publicada quatro vezes por ano, está indexada no SciELO/Portugal e tem um rigoroso sistema de arbitragem científica.


Isto é: é uma revista científica. Para além disso é a revista ciêntifica mais antiga de Portugal, com tradições de investigação séria, credível e de referência.

Não sou académica. Sou uma cidadã interessada por estas matérias. Desde há muitos anos que esta revista é, para mim, a tal referência cientítifica importante. Até porque a revista pertence ao ICS, supostamente o Centro de investigação de Ciências Sociais de referência em Portugal.

Acresce que a Análise Social teve em, durante muitos anos, Adérito Sedas Nunes uma das suas grandes referências.

Vem isto a propóstito do caso referente à polémica referente ao seu último número retirado de circulação pelo presidente do ICS devido ao artigo de Ricardo Campos A luta voltou ao muro.

De acordo com o que se sabe  a Revista «Análise Social» suspensa devido a «linguagem ofensiva». Se caralho é ofensivo é só porque se refere a quem não convém.

A partir deste facto passou a existir uma polémica entre os que estão contra e os que estão a favor.

Não sendo sociológa ou coisa parecida não faço a menor ideia se o artigo é bom ou mau. Sinceramente, é o lado para que melhor durmo. Parece-me estranho que o presidente do ICS tenha interferido na vida de uma revista que, aparentemente, achou o artigo em causa, no mínimo, interessante.

Gostava de saber qual seria a reação de Jorge Almeida Fernandes se o jornal Público fosse retirado de circulação por um artigo seu de que o dono do jornal não gostasse.

Como cidadã fico muito preocupada. Este é o começo de uma nova censura a que alguns chamam dignidade.


Já agora, por curiosidade... aqui fica o Protocolo que é, na minha opinião, a causa de tudo isto.

Caralho!

Sem comentários: