terça-feira, 3 de março de 2015

"Compêndio de práticas esclavagistas no séc. XXI" ou como vive quem trabalha no Continente


Na sequência de um relato revelando abusos cometidos sobre funcionários dos hipermercados Continente, algumas dezenas de trabalhadores desta empresa usaram este blog para divulgarem a avalanche de atropelos a que estão quotidianamente sujeitos. No capitalismo, a gestão empresarial não vê no trabalhador senão um capital que, em nome da performance, da eficiência, da rentabilidade e da competição, urge tornar produtivo, um custo que deve por todos os meios ser reduzido. A prática de formas modernas de escravatura é seguida pelas grandes empresas como método para garantir a obtenção de um volume sempre maior de capital, acumulável em paraísos fiscais. Por sua vez, quem está na base da hierarquia laboral sabe que, se não se dispuser a todo o género de atropelos e abusos, poderá a cada instante ser reciclado. A miséria degradante de quem trabalha por tostões tornou-se essencial para o sucesso da grande empresa capitalista, convertida num sistema gestionário sádico, cruel e, o que é deveras inquietante, cada vez mais perfeito. No seio deste, o corpo do trabalhador é alvo de uma gestão minuciosa, que garante ao patrão que com um máximo de controlo e um mínimo de investimento se retira daquele um máximo de rendimento. É assim que se fazem todas as grandes fortunas da Forbes.

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