segunda-feira, 30 de novembro de 2015

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Escravos do século XXI - "Slavery In Supply Chains - A closer look at the Cotton Industry"




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Até Sempre Bia! Para mim estarás sempre viva!


Não! A Bia não morreu.

Beatriz da Conceição ficará para sempre na história do Fado e na minha vida. Tive o privilégio de a conhecer pessoalmente e com ela vivi noites memoráveis.

A última entrevista que deu, em 2012 a Anabela Mota Ribeiro, é um Puro Grito que vale a pena ler para perceber quem é esta grande fadista.

Até Sempre querida Bia!



terça-feira, 24 de novembro de 2015

"Calçada de Carriche" - poema de António Gedeão


Calçada de Carriche

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.

Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Barbara - m. 24/11/1997



World Press Cartoons 2015 - 6


Calvary - Marinela Nardi - Itália. Menção Honrosa

terça-feira, 17 de novembro de 2015

"In war"


In this nomadic, undefined, polymorphous, and unsymmetrical war, the populations on 'both shores' of the Mediterranean are taken hostage. And Europe has a nearly irreplaceable function.

"Le retour du boomerang"


Les origines de ce 13 novembre sont aussi à chercher du côté de la politique étrangère de l’Europe et de la France ces quarante dernières années. La démission de l’Europe sur la question palestinienne, l’occasion manquée avec la Turquie que l’on aurait pu si facilement arrimer à l’UE, l’alliance de la France avec les pétromonarchies… sont autant d’erreurs qui n’ont fait qu’aggraver le désastre et nourrir rancœur et radicalisation au Proche-Orient.

"Lettre de Marc Chagall à Paris"



Paris

Chacun dans son coin, nous nous sommes dirigés vers Paris, non pas pour avoir une carrière, car à ce moment-là il y avait peu de chance que nous y parvenions, mais afin de pouvoir nous exprimer librement et totalement et par dessus tout, pour trouver des outils artistiques afin d’extérioriser nos sentiments.

Je ne sais pas vraiment comment l’expliquer mais au fil des deux siècles précédents, Paris a été le seul endroit où l’on pouvait véritablement évaluer les vertus et les faiblesses d’une image.

J’ai quitté ma terre natale en 1910. A cette époque, j’ai décidé que j’avais besoin de Paris

J’y suis allé car je cherchais sa lumière, sa liberté, sa culture et l’opportunité d’y perfectionner mon art. Paris a illuminé mon monde de ténèbres comme le soleil lui-même l’aurait fait.

J’ai passé mes jours à vagabonder Place de la Concorde ou près des jardins du Luxembourg.

J’ai contemplé Danton et Watteau, j’ai arraché quelques feuilles.

Oh, si seulement je pouvais parvenir, chevauchant l’une des gargouilles de Notre-Dame comme s’il s’agissait d’un cheval, à tracer un chemin à travers cieux à la force de mes bras et mes jambes.

Te voilà, Paris. Tu es mon second Vitebsk [ville natale du peintre].

Marc Chagall

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

16 de novembro - dia do Mar



Falésias

Poder-me-ão encontrar, trago um rapaz na minha
memória, a casa a uma janela
da qual ele vem como um sabor à boca,
falésias onde o aguardo à hora do crepúsculo.

Regresso assim ao mar de que não posso
falar sem recorrer ao fogo e as tempestades
ao longe multiplicam-nos os passos.
Onde eu não sonhe a solidão fá-lo por mim.

Luís Miguel Nava




Mar, mar e mar

Tu perguntas, e eu não sei,
eu também não seio que é o mar.

É talvez uma lágrima caída dos meus olhos
ao reler uma carta, quando é de noite.
Os teus dentes, talvez os teus dentes,
Miúdos, brancos dentes, sejam o mar,
um mar pequeno e frágil,
afável diáfano,
no entanto sem música.

É evidente que a minha mãe me chama
quando uma onda e outra onda e outra
desfaz o seu corpo contra o meu corpo.
Então o mar é carícia,
Luz molhada onde desperta
Meu coração recente.

Às vezes o mar é uma figura branca
cintilando entre os rochedos.
Não sei se fita a água
ou se procura
um beijo entre conchas transparentes.

Não, o mar não é nardo nem açucena.
É um adolescente morto
de lábios abertos aos lábios de espuma.
É sangue,
sangue onde a luz se esconde
para amar outra luz sobre as areias.

Um pedaço de lua insiste,
insiste e sobe lenta arrastando a noite.
Os cabelos da minha mãe desprendem-se,
espalham-se na água,
alisados por uma brisa
que nasce exactamente no meu coração.
O mar volta a ser pequeno e meu,
anémona perfeita, abrindo nos meus dedos.

Eu também não sei o que é o mar.
Aguardo a madrugada, impaciente,
os pés descalços na areia.

Eugénio de Andrade



Mar

I

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.


II

Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro.

Sophia de Mello Breyner Andresen


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Até Sempre querida Amiga!


Conheci a Edú quando tinha 13 anos no Liceu Rainha D. Leonor.
Era uma moça com olhos grandes cheios de ternura.
Com ela aprendi muitas coisas: o Cinema nas sessões das 18 no Monumental e Império, Fernando Pessoa e Filosofia, mais tarde.
Tivemos altos e baixos na nossa Amizade, mas sempre foi a Edú. A minha amiga do peito, independentemente das divergências. Voltámos sempre a encontrar-nos.
Tenho dela recordações felizes e infelizes, mas a Amizade superou tudo. Nestes últimos meses da sua doença, foi com dor que a acompanhei. Nem sempre como devia. Ela sabe porquê. E isso é que importa.

"Quarante ans de conflit au Sahara occidental" - "Le conflit du Sahara en marge des dynamiques régionales"


Le nouvel environnement régional marqué d’une part, par la violence des groupes djihadistes et de l’autre par de nouvelles formes de revendications des jeunes Sahraouis peut-il contribuer à sortir le conflit du Sahara de son immobilisme ? Cela ne peut se concevoir que par un compromis entre des acteurs qui gagneraient à privilégier l’intégration maghrébine et la sécurité de la région sur des principes qui paraissent anachroniques. Les États de l’Europe du Sud, et en particulier la France et l’Espagne pourraient être de précieux facilitateurs à cette sortie de crise.

"Village refuses to be wiped off the map!


Sheikh Sayah al-Turi, head of the village, stands close to the ruins of his home in 2010. “We will not leave, we have documents proving this is our land and we will not leave,” he said.

Paulo Cunha e Silva - um homem da Cultura


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Portugal na imprensa estrangeira - "Pourquoi la nouvelle coalition au Portugal est une chance pour l'Europe"


Le gouvernement portugais de droite devrait chuter mardi 10 novembre, renversé par une alliance de gauche. Ce nouveau gouvernement représente une nouvelle chance pour la zone euro. Saura-t-elle la saisir ?

"Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura" - Domingos da Cruz


Estes homens estão presos porque liam um livro. Estão acusados de atentado contra o Presidente e tentativa de golpe de estado.

Este é o "perigoso" livro.

Hedy Lamarr - 100 anos





Eleições em Myanmar dão vitória a partido de Suu Kyi


"India’s Sacred Cows and Unholy Politics" - Shashi Tharoor


The headlines out of India in recent weeks have often made sickening reading. Startlingly, the central protagonist in most of these stories is that most peaceable and innocent of animals, the cow.A Muslim man was beaten to death by a mob in a small town an hour from New Delhi in response to rumors that he had slaughtered and eaten a cow, sacred to Hindus. Another man died after being attacked by villagers who believed he was involved in cattle smuggling. And a trucker was killed in Udhampur, in the state of Jammu and Kashmir, over rumors that he had been involved in cow killings. Three deaths in just three weeks.