Realização de Diogo Varela Silva
Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
30 de Novembro de 1935: Morre, em Lisboa, o poeta português Fernando Pessoa
Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos
in: A Tabacaria
Fado de Pessoa
cantado por Ana Moura
Letra e Música: João Pedro Pais
domingo, 29 de novembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Até Sempre Bia! Para mim estarás sempre viva!
Não! A Bia não morreu.
Beatriz da Conceição ficará para sempre na história do Fado e na minha vida. Tive o privilégio de a conhecer pessoalmente e com ela vivi noites memoráveis.
A última entrevista que deu, em 2012 a Anabela Mota Ribeiro, é um Puro Grito que vale a pena ler para perceber quem é esta grande fadista.
Até Sempre querida Bia!
terça-feira, 24 de novembro de 2015
"Calçada de Carriche" - poema de António Gedeão
Calçada de Carriche
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
domingo, 22 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
"Terrorismo verbal"
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
"We risk more in not accepting Syrian refugees into the US"
terça-feira, 17 de novembro de 2015
"Le retour du boomerang"
"Lettre de Marc Chagall à Paris"
Paris
Chacun dans son coin, nous nous sommes dirigés vers Paris, non pas pour avoir une carrière, car à ce moment-là il y avait peu de chance que nous y parvenions, mais afin de pouvoir nous exprimer librement et totalement et par dessus tout, pour trouver des outils artistiques afin d’extérioriser nos sentiments.
Je ne sais pas vraiment comment l’expliquer mais au fil des deux siècles précédents, Paris a été le seul endroit où l’on pouvait véritablement évaluer les vertus et les faiblesses d’une image.
J’ai quitté ma terre natale en 1910. A cette époque, j’ai décidé que j’avais besoin de Paris
J’y suis allé car je cherchais sa lumière, sa liberté, sa culture et l’opportunité d’y perfectionner mon art. Paris a illuminé mon monde de ténèbres comme le soleil lui-même l’aurait fait.
J’ai passé mes jours à vagabonder Place de la Concorde ou près des jardins du Luxembourg.
J’ai contemplé Danton et Watteau, j’ai arraché quelques feuilles.
Oh, si seulement je pouvais parvenir, chevauchant l’une des gargouilles de Notre-Dame comme s’il s’agissait d’un cheval, à tracer un chemin à travers cieux à la force de mes bras et mes jambes.
Te voilà, Paris. Tu es mon second Vitebsk [ville natale du peintre].
Marc Chagall
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
16 de novembro - dia do Mar
Falésias
Poder-me-ão encontrar, trago um rapaz na minha
memória, a casa a uma janela
da qual ele vem como um sabor à boca,
falésias onde o aguardo à hora do crepúsculo.
Regresso assim ao mar de que não posso
falar sem recorrer ao fogo e as tempestades
ao longe multiplicam-nos os passos.
Onde eu não sonhe a solidão fá-lo por mim.
Luís Miguel Nava
Mar, mar e mar
Tu perguntas, e eu não sei,
eu também não seio que é o mar.
É talvez uma lágrima caída dos meus olhos
ao reler uma carta, quando é de noite.
Os teus dentes, talvez os teus dentes,
Miúdos, brancos dentes, sejam o mar,
um mar pequeno e frágil,
afável diáfano,
no entanto sem música.
É evidente que a minha mãe me chama
quando uma onda e outra onda e outra
desfaz o seu corpo contra o meu corpo.
Então o mar é carícia,
Luz molhada onde desperta
Meu coração recente.
Às vezes o mar é uma figura branca
cintilando entre os rochedos.
Não sei se fita a água
ou se procura
um beijo entre conchas transparentes.
Não, o mar não é nardo nem açucena.
É um adolescente morto
de lábios abertos aos lábios de espuma.
É sangue,
sangue onde a luz se esconde
para amar outra luz sobre as areias.
Um pedaço de lua insiste,
insiste e sobe lenta arrastando a noite.
Os cabelos da minha mãe desprendem-se,
espalham-se na água,
alisados por uma brisa
que nasce exactamente no meu coração.
O mar volta a ser pequeno e meu,
anémona perfeita, abrindo nos meus dedos.
Eu também não sei o que é o mar.
Aguardo a madrugada, impaciente,
os pés descalços na areia.
Eugénio de Andrade
Mar
I
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
II
Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Até Sempre querida Amiga!
Conheci a Edú quando tinha 13 anos no Liceu Rainha D. Leonor.
Era uma moça com olhos grandes cheios de ternura.
Com ela aprendi muitas coisas: o Cinema nas sessões das 18 no Monumental e Império, Fernando Pessoa e Filosofia, mais tarde.
Tivemos altos e baixos na nossa Amizade, mas sempre foi a Edú. A minha amiga do peito, independentemente das divergências. Voltámos sempre a encontrar-nos.
Tenho dela recordações felizes e infelizes, mas a Amizade superou tudo. Nestes últimos meses da sua doença, foi com dor que a acompanhei. Nem sempre como devia. Ela sabe porquê. E isso é que importa.
"Quarante ans de conflit au Sahara occidental" - "Le conflit du Sahara en marge des dynamiques régionales"
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Portugal na imprensa estrangeira - "Pourquoi la nouvelle coalition au Portugal est une chance pour l'Europe"
"Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura" - Domingos da Cruz
Estes homens estão presos porque liam um livro. Estão acusados de atentado contra o Presidente e tentativa de golpe de estado.
Este é o "perigoso" livro.
"India’s Sacred Cows and Unholy Politics" - Shashi Tharoor
domingo, 8 de novembro de 2015
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
terça-feira, 3 de novembro de 2015
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
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