Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Livro recomendado - "Margem de certa maneira"
Um estudo inédito sobre a extrema esquerda portuguesa de inspiração maoista nos anos que anteceram a Revolução de 1974.
Autor: Miguel Cardina
Autor: Miguel Cardina
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Olof Palme - 28/02/1986
Olof Palme foi assassinado há 26 anos. Uma grande perda para a Suécia, a Europa e a esquerda.
"Publicar, publicar, publicar"
As publicações "a metro" passaram a ser na Universidade e Centros de Investigação um problema grave para os investigadores. Os curricula passaram a "contar" o número de publicações ao invés da qualidade e originalidade do que se publica. Este "post" de Miguel Cardina no Arrastão é, por isso, muito importante para compreender melhor o que está em causa.
Quem trabalha em ambiente académico conhece bem a pressão do “publish or perish”. Pressão mais forte em universidades ou centros mais marcados pela ideia de “competição” e sedentos em divulgar uma imagem de “inovação” e “internacionalização”; pressão menos forte em locais onde a investigação se entende como parte de um processo socialmente enquadrado e cujo impacto – académico mas também social – não se resume à quantidade de publicações. Pressão, é preciso dizê-lo, que não é necessariamente má, bem pelo contrário: ela pode funcionar como um estímulo para quebras inércias e dinamizar plataformas colaborativas entre pessoas e/ou centros que trabalham numa mesma área - ainda que possa igualmente contribuir para alimentar manchas cinzentas em torno de autorias, nomeadamente em casos onde exista relação hierárquica.
Continuar a ler aqui
Quem trabalha em ambiente académico conhece bem a pressão do “publish or perish”. Pressão mais forte em universidades ou centros mais marcados pela ideia de “competição” e sedentos em divulgar uma imagem de “inovação” e “internacionalização”; pressão menos forte em locais onde a investigação se entende como parte de um processo socialmente enquadrado e cujo impacto – académico mas também social – não se resume à quantidade de publicações. Pressão, é preciso dizê-lo, que não é necessariamente má, bem pelo contrário: ela pode funcionar como um estímulo para quebras inércias e dinamizar plataformas colaborativas entre pessoas e/ou centros que trabalham numa mesma área - ainda que possa igualmente contribuir para alimentar manchas cinzentas em torno de autorias, nomeadamente em casos onde exista relação hierárquica.
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
"Krugman em Portugal"
Óscares 2012 - Os principais vencedores
Melhor atriz: Meryl Streep
Melhor ator: Jean Dujardin
Melhor realizador: Michel Hazanavicius
Melhor filme: The Artist
Melhor ator: Jean Dujardin
Melhor realizador: Michel Hazanavicius
Melhor filme: The Artist
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Um país em época de saldos
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Caso Casa Pia
O chamado caso Casa Pia é a expressão máxima da vergonha da "justiça" portuguesa, ou melhor, da "justiça" à portuguesa.
De instância em instância, o caso que começou há 9 anos e tal há-de acabar, provavelmente, quando os culpados já tiverem falecido (que tenham muitos anos de vida na cadeia é o que lhes desejo) e quando as crianças que nasceram nesse ano já estiverem reformadas (já estão no 4º ou 5º anos de escolaridade).
A última novidade é que O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu mandar repetir parte do julgamento do processo Casa Pia relativamente aos alegados crimes cometidos na casa de Elvas.
De instância em instância, o caso que começou há 9 anos e tal há-de acabar, provavelmente, quando os culpados já tiverem falecido (que tenham muitos anos de vida na cadeia é o que lhes desejo) e quando as crianças que nasceram nesse ano já estiverem reformadas (já estão no 4º ou 5º anos de escolaridade).
A última novidade é que O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu mandar repetir parte do julgamento do processo Casa Pia relativamente aos alegados crimes cometidos na casa de Elvas.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Rémy Ochlik e Mary Colvin
O jornalista francês Rémi Ochlik, de 28 anos, e a americana Mary Colvin, de cerca de 50 anos, foram mortos nesta quarta-feira em um violento ataque realizado pelo exército sírio na cidade rebelde de Homs, e se somam às incontáveis vítimas deixadas até agora pela repressão do regime de Bashar al-Assad.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
"O acordo 20 anos depois"
Este artigo foi escrito por Henrique Monteiro no Atual de sábado passado.
Dedicou-o a Vasco Graça Moura e a todos os opositores do Acordo Ortográfico. Eu também o dedico pois nele me revejo inteiramente.
A minha adesão ao Acordo Ortográfico (AO) tem a ver simultaneamente com confiança e humildade. Confio na sabedoria de quem o fez (não na sua infalibidade) e sou suficientemente humilde para reconhecer que muitos aspetos que dizem respeito à etimologia e à fonética, tais como outros menos relevantes para este caso, me escapam. Além da confiança e respeito por nomes como Lindley Cintra ou António Houaiss, de que não vejo muita gente comungar, mas antes desprezar, dediquei eu próprio algum tempo ao assunto. E, uma vez que faço da escrita a minha profissão há mais de 30 anos, penso ter algo a dizer.
Rodrigues Lapa, que foi um mestre da língua portuguesa, filólogo distinto, sustinha que as mudanças de ortografia eram sempre violentas. Esta asserção é hoje inteiramente justificada pela quantidade de pessoas que apenas se opõem ao Acordo "porque sim" - sem quaisquer argumentos.
A verdade é que ninguém se conforma, depois de ter sido obrigado a pôr um "p" em ótimo, agora lhe dizerem que esse "p" (no qual nunca encontrou utilidade) não faz falta. Há quem argumente com esse pai tirano, o latim, e com a etimologia da palavra optimus. A palavra sem o "p" perderá a identidade. Alguns enxofram-se e dizem que lhes matamos o português! Mas qual português, Santo Deus (ou melhor diria Sancto Deus?). O português do assucar ou do açúcar? O de Viseu ou Vizeu?
"Philosophia", "pharmacia" ou "phleugma" também terão perdido essa identidade (para filosofia, farmácia ou fleuma)? Ora, o facto de o "phi" grego deixar de se distinguir do "f" na grafia não me parece ter provocado dano ao idioma. Mas há, insistem, o problema do fechamento das vogais. Ou seja, a mania portuguesa (que não brasileira, angolana ou moçambicana) de comer as vogais. Este argumento é o que afirma que passaremos" a dizer "aspêto" em vez de "aspéto", uma vez que a retirada do c fecha a vogal. Pode parecer um argumento poderoso, mas não é. Não dizemos "Mêlo" desde que o apelido deixou de se escrever "Mello" ("Vasconcellos" ou "Sampayo" também se dizem do mesmo modo).
Reparem - e repare o execelente poeta e tradutor, a quem o texto é dedicado - que a forma de acentuar nada ou pouco tem a ver com o modo de escrever, mas sim com o modo de ouvir. Logo ele, que nasceu na Foz do Douro, bastava-lhe andar até à Ribeira para ouvir dizer "Puârto" e muitas outras coisas que foram morrendo com a voragem unificadora fonética da televisão. No norte dizia-se "baca" sendo a palavra com "v"; e o macho da "baca" era "voi" apesar de lá estar um"b". Mais estranho: em Lisboa sempre se disse "contiúdo" apesar do "e", ao contrário de Coimbra e Porto onde se diz "contêúdo". Em Lisboa, "ôito", "dezóito", "vinte e ôito"; no Porto, "óito", "dezôito" e "vinte e óito". E sempre se escreveu da mesma forma... Aliás, segundo a professora Maria Helena da Rocha Pereira, o fechamento das vogais pré-tónicas começou em Portugal em finais do século XVII ou princípios do século XVIII - ainda não havia acordos nenhuns.
Agora, se me perguntarem por que razão em 1911 "pae" passou a "pai" e "mãi" passou a "mãe" (como até hoje se escreve) não sei dizer, do mesmo modo que me irrita o "espetador" no acordo atual. Mas a propósito daqueles que juram que "espetador" não distingue o que assiste a um espetáculo de um picador de gelo, refiro a frase: senti os pelos eriçarem-se pelos braços. E eis que toda a gente compreende onde está o quê. Ainda sobre as confusões e fechamentos e aberturas de vogais, vejam a frase: "Gosto particularmente do teu gosto" - quando a leem dizem (pelo menos os cultos, como o presidente do CCB) "gósto" e "gôsto" instintivamente. Como em "Faz força e força aquela porta" sabem que primeiro é "fôrça" e depois "fórça".
Permitam-me, ainda, referir que, durante a minha vida, "sòzinho" ou "sòmente" perderam o acento. Pois bem, nunca notei qualquer inflexão (para "suzinho" ou "sumente") no modo de pronunciar aquelas e muitas outras palavras (advérbios de modo e diminutivos) a que aconteceu o mesmo.
Há ainda os que afirmam não gostar do acordo por razões estéticas. É aceitável. Mas a ortografia, sendo uma representação, não pode agradar a todos, e menos ainda reproduzir a pluralidade (e até pessoalidade) de pronúncias e modos de dizer. Exigi-lo seria como pedir a um pintor que pintasse o céu não como ele o vê, mas como cada um de nós, pessoalmente, o vê. Tarefa impossível.
Posto isto, o AO é importante porque aproxima da fonética uma série de palavras. E fá-lo, pela primeira vez, em função de um idioma que, sendo português, é também propriedade, matriz e identidade de outros povos e de outras latitudes. Cedemos? Não sei, nem me importa. Não quero uma língua para me distinguir do Brasil. Prefiro uma que me aproxime. E quem diz Brasil, que tem 200 milhões de falantes, diz naturalmente Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Timor.
Respeito o argumento de que a língua deve evoluir por ela, sem intervenção governamental. Creio, no entanto, que deve haver uma única e determinada ortografia nos manuais escolares e nos documentos. Ainda que cada escritor (como cada editora ou jornal) prefira o seu modo de escrever (Pessoa nunca respeitou o acordo de 1911), a ortografia escolar e oficial não poder ser espontânea nem à vontade do freguês. Acrescento que, curiosamente, nenhum de nós (ou quase) lê Pessoa (nem Eça, nem Camilo, nem sequer Aquilino ou Nemésio) na ortografia que os autores escolheram, assim como, apesar de usarmos a língua de Camões, há muito que não grafamos as palavras como ele ("Armas & os barões" ou "Occidental praya"). Quero com isto dizer que um jornal, uma editora, um escritor ou um Centro Cultural de Belém que não adira ao AO, ver-se-á, a breve prazo, a braços com uma escrita anacrónica... E um dia, tal como Pessoa ou Camões, será lido com a ortografia que então estiver em vigor.
Eis porque fui um dos entusiastas, na altura como diretor do Expresso, da utilização do AO nas publicações do Grupo Impresa. Eis porque não aceito que uma lei discutida durante mais de 20 anos seja constantemente colocada em causa. Ou que os opositores do AO esqueçam sistematicamente que a forma como escrevem resulta também de um AO imposto por lei.
Não vale a pena pensarmos que cada geração tem a pureza da grafia. O que pensar de Marco Túlio Tiro que, para poder transcrever os discursos de Cícero, abreviou diversas palavras com sinalética que até hoje usamos (etc., v.g., e.g.). Talvez o mesmo que muitos pensam das abreviaturas feitas pelos jovens nos telemóveis e redes sociais. E, no entanto, é a grafia que de estar ao serviço da comunicação - não o contrário.
Acirrar ânimos, insultar adversários, fazer juramentos solenes em torno de uma simples representação do nosso idioma faz-me lembrar aquele padre tio de Brás Cubas que o genial Machado de Assis (e não por acaso cito um autor brasileiro que devia ser mais lido em Portugal) descreve assim: "Não era homem que visse a parte substancial da igreja; via o lado externo, a hierarquia, as preeminências, as sobrepolizes, as circunflexões. Vinha antes da sacristia do que do altar. Uma lacuna no ritual excitava-o mais do que uma infração dos mandamentos". (E aqui, a palavra infração segue o modo como ele a escreveu ... em 1881).
"Proletários de Todos os Países, Uni-vos!" - 21/02/1848
A 21 de Fevereiro de 1848 foi publicado o Manifest der Kommunistischen Partei - Manifesto do Partido Comunista, escrito por Karl Marx e Friedrich Engels.
Um documento que veio a mudar o mundo.
Um documento que veio a mudar o mundo.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
"Greece shows us how to protest against a failed system" - A Grécia mostra-nos como protestar contra um sistema falhado
I do not like violence. I do not think that very much is gained by burning banks and smashing windows. And yet I feel a surge of pleasure when I see the reaction in Athens and the other cities in Greece to the acceptance by the Greek parliament of the measures imposed by the European Union. More: if there had not been an explosion of anger, I would have felt adrift in a sea of depression.
The joy is the joy of seeing the much-trodden worm turn and roar. The joy of seeing those whose cheeks have been slapped a thousand times slapping back. How can we ask of people that they accept meekly the ferocious cuts in living standards that the austerity measures imply? Do we want them to just agree that the massive creative potential of so many young people should be just eliminated, their talents trapped in a life of long-term unemployment? All that just so that the banks can be repaid, the rich made richer? All that, just to maintain a capitalist system that has long since passed its sell-by date, that now offers the world nothing but destruction. For the Greeks to accept the measures meekly would be to multiply depression by depression, the depression of a failed system compounded by the depression of lost dignity.
The violence of the reaction in Greece is a cry that goes out to the world. How long will we sit still and see the world torn apart by these barbarians, the rich, the banks? How long will we stand by and watch the injustices increase, see the health service dismantled, education reduced to uncritical nonsense, the water resources of the world privatised, communities wiped out and the earth torn up for the profits of mining companies?
The attack that is so acute in Greece is taking place all over the world. Everywhere money is subjecting human and non-human life to its logic, the logic of profit. This is not new, but the intensity and breadth of the attack is new, and new too is the general awareness that the current dynamic is a dynamic of death, that it is likely that we are all heading towards the annihilation of human life on earth. When the learned commentators explain the details of the latest negotiations between the governments on the future of the eurozone, they forget to mention that what is being negotiated so blithely is the future of humanity.
We are all Greeks. We are all subjects whose subjectivity is simply being flattened by the steamroller of a history determined by the movement of the money markets. Or so it seems and so they would have it. Millions of Italians protested over and over again against Silvio Berlusconi but it was the money markets that brought him down. The same in Greece: demonstration after demonstration against George Papandreou, but in the end it was the money markets that dismissed him. In both cases, loyal and proven servants of money were appointed to take the place of the fallen politicians, without even a pretence of popular consultation. This is not even history made by the rich and powerful, though certainly they profit from it: it is history made by a dynamic that nobody controls, a dynamic that is destroying the world, if we let it.
The flames in Athens are flames of rage, and we rejoice in them. And yet, rage is dangerous. If it is personalised or turned against particular groups of people (the Germans, in this case), it can so easily become purely destructive. It is no coincidence that the first minister to resign in protest against the latest round of austerity measures in Greece was a leader of the extreme right party, Laos. Rage can so easily become a nationalist, even fascist rage; a rage that does nothing to make the world better. It is important, then, to be clear that our rage is not a rage against the Germans, not even a rage against Angela Merkel or David Cameron or Nicolas Sarkozy. These politicians are just arrogant and pitiful symbols of the real object of our rage – the rule of money, the subjection of all life to the logic of profit.
Love and rage, rage and love. Love has been an important theme in the struggles that have redefined the meaning of politics over the last year, a constant theme of the Occupy movements, a profound feeling even at the heart of the violent clashes in many parts of the world. Yet love walks hand in hand with rage, the rage of "how dare they take our lives away from us, how dare they treat us like objects". The rage of a different world forcing its way through the obscenity of the world that surrounds us. Perhaps.
That pushing through of a different world is not just a question of rage, although rage is part of it. It necessarily involves the patient construction of a different way of doing things, the creation of different forms of social cohesion and mutual support. Behind the spectacle of the burning banks in Greece lies a deeper process, a quieter movement of people refusing to pay bus fares, electricity bills, motorway tolls, bank debts; a movement, born of necessity and conviction, of people organising their lives in a different way, creating communities of mutual support and food networks, squatting empty buildings and land, creating community gardens, returning to the countryside, turning their backs on the politicians (who are now afraid to show themselves in the streets) and creating directly democratic forms of taking social decisions. Still insufficient perhaps, still experimental, but crucial. Behind the spectacular flames, it is this searching for and creation of a different way of living that will determine the future of Greece, and of the world.
For this coming Saturday action throughout the world has been called for in support of the revolt in Greece. We are all Greeks.
The joy is the joy of seeing the much-trodden worm turn and roar. The joy of seeing those whose cheeks have been slapped a thousand times slapping back. How can we ask of people that they accept meekly the ferocious cuts in living standards that the austerity measures imply? Do we want them to just agree that the massive creative potential of so many young people should be just eliminated, their talents trapped in a life of long-term unemployment? All that just so that the banks can be repaid, the rich made richer? All that, just to maintain a capitalist system that has long since passed its sell-by date, that now offers the world nothing but destruction. For the Greeks to accept the measures meekly would be to multiply depression by depression, the depression of a failed system compounded by the depression of lost dignity.
The violence of the reaction in Greece is a cry that goes out to the world. How long will we sit still and see the world torn apart by these barbarians, the rich, the banks? How long will we stand by and watch the injustices increase, see the health service dismantled, education reduced to uncritical nonsense, the water resources of the world privatised, communities wiped out and the earth torn up for the profits of mining companies?
The attack that is so acute in Greece is taking place all over the world. Everywhere money is subjecting human and non-human life to its logic, the logic of profit. This is not new, but the intensity and breadth of the attack is new, and new too is the general awareness that the current dynamic is a dynamic of death, that it is likely that we are all heading towards the annihilation of human life on earth. When the learned commentators explain the details of the latest negotiations between the governments on the future of the eurozone, they forget to mention that what is being negotiated so blithely is the future of humanity.
We are all Greeks. We are all subjects whose subjectivity is simply being flattened by the steamroller of a history determined by the movement of the money markets. Or so it seems and so they would have it. Millions of Italians protested over and over again against Silvio Berlusconi but it was the money markets that brought him down. The same in Greece: demonstration after demonstration against George Papandreou, but in the end it was the money markets that dismissed him. In both cases, loyal and proven servants of money were appointed to take the place of the fallen politicians, without even a pretence of popular consultation. This is not even history made by the rich and powerful, though certainly they profit from it: it is history made by a dynamic that nobody controls, a dynamic that is destroying the world, if we let it.
The flames in Athens are flames of rage, and we rejoice in them. And yet, rage is dangerous. If it is personalised or turned against particular groups of people (the Germans, in this case), it can so easily become purely destructive. It is no coincidence that the first minister to resign in protest against the latest round of austerity measures in Greece was a leader of the extreme right party, Laos. Rage can so easily become a nationalist, even fascist rage; a rage that does nothing to make the world better. It is important, then, to be clear that our rage is not a rage against the Germans, not even a rage against Angela Merkel or David Cameron or Nicolas Sarkozy. These politicians are just arrogant and pitiful symbols of the real object of our rage – the rule of money, the subjection of all life to the logic of profit.
Love and rage, rage and love. Love has been an important theme in the struggles that have redefined the meaning of politics over the last year, a constant theme of the Occupy movements, a profound feeling even at the heart of the violent clashes in many parts of the world. Yet love walks hand in hand with rage, the rage of "how dare they take our lives away from us, how dare they treat us like objects". The rage of a different world forcing its way through the obscenity of the world that surrounds us. Perhaps.
That pushing through of a different world is not just a question of rage, although rage is part of it. It necessarily involves the patient construction of a different way of doing things, the creation of different forms of social cohesion and mutual support. Behind the spectacle of the burning banks in Greece lies a deeper process, a quieter movement of people refusing to pay bus fares, electricity bills, motorway tolls, bank debts; a movement, born of necessity and conviction, of people organising their lives in a different way, creating communities of mutual support and food networks, squatting empty buildings and land, creating community gardens, returning to the countryside, turning their backs on the politicians (who are now afraid to show themselves in the streets) and creating directly democratic forms of taking social decisions. Still insufficient perhaps, still experimental, but crucial. Behind the spectacular flames, it is this searching for and creation of a different way of living that will determine the future of Greece, and of the world.
For this coming Saturday action throughout the world has been called for in support of the revolt in Greece. We are all Greeks.
Artigo de John Holloway no The Guardian.
Tradução aqui.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Carnaval em S. Bento
A Embaixada do Carnaval de Torres Vedras deslocou-se esta manhã à Residência Oficial do Primeiro Ministro, em Lisboa, como forma de protesto pela (in) tolerância da terça-feira de Carnaval.
Reis do Carnaval, Confraria do Carnaval, Ministro e Matrafonas, Marias Cachuchas, cabeçudos, Zés Pereiras, Rufos e Roncos, presidente da CM e presidente da Promotorres, entre muitos outros mascarados, foram os cerca de 250 embaixadores.
Reis do Carnaval, Confraria do Carnaval, Ministro e Matrafonas, Marias Cachuchas, cabeçudos, Zés Pereiras, Rufos e Roncos, presidente da CM e presidente da Promotorres, entre muitos outros mascarados, foram os cerca de 250 embaixadores.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
CGTP convoca Greve Geral para 22 de Março - Parece-me que se está a construir a casa a começar pelo telhado
A CGTP convocou uma Greve Geral para o próximo dia 22 de Março.
Independentemente das justas razões porque é convocada, parece-me que se está a construir a casa a começar pelo telhado. Não ter havido um contacto com a UGT não augura uma grande greve, o que é preocupante. Sabemos que a UGT subscreveu um "acordo". É verdade! Mas quem conhece a sociedade portuguesa, também conhece a valorização que os trabalhadores dão à unidade. E não chega apelar. As pessoas não aderem com apelos. Parece-me uma precipitação que deve merecer alguma reflexão.
"Lisboa com suas casas de várias cores"
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores...
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.
Se, de noite, deitado mas desperto,
Na lucidez inútel de não poder dormir,
Quero imaginar qualquer coisa
E surge sempre outra (porque há sono,
E, porque há sono, um bocado de sonho),
Quero alongar a vista com que imagino
Por grandes palmares fantásticos,
Mas não vejo mais,
Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que Lisboa com suas casas
De várias cores.
Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.
À força de monótono, é diferente.
E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.
Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores.
"O Homem que Plantava Árvores"
Esta animação delicada e única, vencedora do OSCAR® de filme curto de animação, é um tributo ao trabalho árduo e à paciência.
Conta a história de um homem bom e simples, um pastor que, em total sintonia com a natureza, faz crescer uma floresta onde antes era uma região árida e inóspita. As sementes por ele plantadas representam a esperança de que podemos deixar pra trás um mundo mais belo e promissor do que aquele que herdamos.
Conta a história de um homem bom e simples, um pastor que, em total sintonia com a natureza, faz crescer uma floresta onde antes era uma região árida e inóspita. As sementes por ele plantadas representam a esperança de que podemos deixar pra trás um mundo mais belo e promissor do que aquele que herdamos.
"The 10 most dangerous places for journalists"
2011 in figures:
66 journalists killed (16% more than in 2010)
1,044 journalists arrested
1,959 journalists physically attacked or threatened
499 media censored
71 journalists kidnapped
73 journalists fled their country
5 netizens killed
199 bloggers and netizens arrested
62 bloggers and netizens physically attacked
68 countries subject to Internet censorship
O resto do relatório aqui.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Curiosidades da língua portuguesa - "Andar à toa"
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
"Secret Executions in Iran"
The Iranian judiciary and government know that the death penalty is not a suitable solution for fighting crime, particularly drug-related crimes. The basic question is this: why does the Iranian government use this type of punishment with such enthusiasm? The issue is that these executions only create fear and intimidation and serve only a political purpose. All of the statistics show that while the number of executions have increased the number of drug-related crimes have not decreased at all.
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