Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Assim vai a Europa: "This new political party in Poland wants to 're-Christianise' Europe" - Lidia Kurasinka
"Venezuela: ajuda humanitária, o tanas!" - Daniel Oliveira
A catástrofe social e humanitária na Venezuela tem dois responsáveis políticos. O primeiro é Nicolás Maduro, que se agarra ao poder como uma lapa apesar da sua incomensurável incompetência e evidente impopularidade. O segundo é Donald Trump, que organiza o cerco à Venezuela, fazendo os cidadãos pagar o preço deste braço de ferro. Os dois, Maduro e Trump, devem ser condenados por este jogo macabro.
A resposta à crise política na Venezuela são eleições presidenciais antecipadas, que nem Maduro nem o autoproclamado Presidente querem marcar, apesar de ser o dever político do primeiro e do segundo se ter comprometido a isso perante a comunidade internacional. Só não reconheço qualquer legitimidade à administração Trump para qualquer intervenção em qualquer país da América Latina, usando o esfarrapado argumento da defesa da democracia. Falta aos Estados Unidos, que sempre se com comportaram como uma potência colonial na região, o currículo mínimo para se autoproclamarem polícias do continente. E muito menos Donald Trump, admirador dos mais abjetos ditadores do mundo. Quanto à Europa, não lhe reservo mais do que umas linhas para o seu miserável seguidismo, apenas para anotar que a UE já se esforçou mais pela democracia na Venezuela do que pela democracia na Hungria, que é seu Estado-membro.
Não há nada de novo na utilização da “ajuda humanitária” como arma política. Não sei se alguma vez tinha atingido o espalhafato hollywoodesco de vir acompanhada com espetáculos musicais na fronteira, abrilhantados pela presença do intrépido combatente pelos direitos humanos, Mike Pence. Mas esta forma de “ajuda humanitária” só engana quem quer ser enganado. Nicolás Maduro não tem razão em coisa alguma, a começar pelo facto de não ter reconhecido um Parlamento eleito e a acabar pela recusa em marcar eleições presidenciais que façam o país sair do impasse. Mas tem toda a razão numa coisa: o envio de ajuda humanitária para a Venezuela é de um cinismo pornográfico.
A Venezuela tem a maior reserva petrolífera do mundo e é um dos maiores produtores de crude. O levantamento do bloqueio à compra das suas matérias-primas e à venda de material de refinaria, assim como o descongelamento de contas do país, chegaria para resolver o problema humanitário da Venezuela num ápice, permitindo que o país se sustentasse a si mesmo. Cercar economicamente um país para o obrigar a receber em esmola política o que pode pagar com o que é seu é o oposto de uma ajuda humanitária. A ajuda oferecida pelos EUA e pela Europa é tão humanitária como a da Rússia. É um jogo político que usa a fome dos venezuelanos.
A retórica cínica da ajuda humanitária pode, no entanto, ter outro propósito: tornar aceitável mais uma intervenção militar que ofereça aos EUA o controlo de reservas petrolíferas e restabeleça o seu total poder no quintal da América Latina. A conversa humanitária já foi usada para invadir outro importante produtor petrolífero, o Iraque. Também então os promotores daquela aventura (alguns são repetentes, como o sinistro John Bolton) prometiam a democracia em troca da rendição. Estamos ainda hoje a pagar, com uma tragédia no Iraque e na Síria, a crise dos refugiados e o terrorismo no mundo, o preço da irresponsabilidade. Também então os que não estiveram do lado de Bush foram acusados de cumplicidade com um ditador. Estavam apenas do lado da razão, da cautela e da decência. É desse lado que devem continuar.
Os que agora usam o povo da Venezuela para o seu cinismo “humanitário” são mais ou menos os mesmos que prometiam espalhar a democracia pelo Iraque e seus vizinhos. Sem ser preciso qualquer tipo de solidariedade, apoio ou compreensão para com Maduro, devem merecer a mesma oposição que tiveram em 2003. Se o Iraque serviu para alguma coisa foi para não voltarmos a ser enganados pela máquina de propaganda de Washington. O que os movia então é o que os move agora.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
"“O PS lamenta, mas aceita a austeridade”" - Marisa Matias
Entrevista ao Expresso
A extrema-direita, que tem crescido por toda a Europa é o grande adversário nestas eleições, como tem sido no Parlamento Europeu. Há uma agenda muito perigosa dos populismos de extrema-direita, que não tem apenas que ver com as questões do racismo e xenofobia, mas também com retrocessos nos direitos das mulheres e na capacidade de aceitar minoria. Muitas destas bandeiras chegaram ao poder antes das forças de extrema-direita lá terem chegado, porque o consenso europeu, onde se inclui a direita democrática e a social-democracia, tentou evitar o crescimento dessas forças pela incorporação das suas bandeiras na política europeia; isto não só não impediu o seu crescimento, como permitiu a legitimação e naturalização dessas bandeiras.
Há dois grandes campos no PE: no campo europeísta estão grupos como o PSE e o PPE, a perder terreno; no campo contrário, tanto está o BE como a extrema-direita que está a criticar.
É europeísta apresentar propostas sistemáticas de redução de fundos de coesão? Pôr um garrote às economias periféricas que não deixa margem de respiração e condiciona a própria democracia? É europeísta fazer um caminho que agrava os desequilíbrios macroeconómicos? Não tenho visto a UE a ser europeísta ou a promover a cooperação nos domínios que importam.
Os novos populistas dizem coisas parecidas...
Aceito que possa haver críticas à construção europeia vindas de diferentes origens, mas não há margem para confusão. Fazer coincidir coisas muito diferentes é uma simplificação e uma mentira. Acho que se faz muito mais pela integração criticando esta construção desigual do que aceitando o que está nos tratados e tem destruído o projeto europeu. Os partidos ditos europeístas nunca se coordenaram para o essencial: defesa do trabalho, dos salários, do Estado social, de uma política ambiental ambiciosa, combate à pobreza. Mas coordenam-se para a mão pesada sobre países deficitários.
António Costa diz que o PS é o partido que melhor defende a Europa. O BE é o partido que melhor critica?
Sou europeísta, não sou é eurodeslumbrada.
O PS é?
É. O PS diz não aceitar a austeridade... eu creio que o PS lamenta, mas aceita a austeridade. Foi o PS que negociou, com o PSD e o CDS, o memorando da troika, foi o PS que fez do Parlamento português o primeiro a aprovar o Tratado Orçamental.
O apoio do BE ao PS pode prejudicar-vos nas europeias?
O acordo que obtivemos foi muito limitado, mas no que foi possível intervir teve resultados. E mostra outra coisa: nesta integração tão desigual, só ganhamos quando confrontamos Bruxelas.
E se os eleitores do BE acharem que houve confrontação a menos? Há camaradas seus que saíram do BE porque acham que se aburguesou.
O BE tem uma agenda muito clara e não vejo contradição entre identidade e convergência. O BE não deixou de fazer as suas lutas políticas.
Então os camaradas que romperam com o BE não percebem isso?
Ainda nos vamos encontrar muitas vezes nos mesmos combates. Tenho pena que tenham saído, mas sabia desde o início que não estavam de acordo com o entendimento que foi feito com o PS.
Vai para o terceiro mandato em Bruxelas, serão 15 anos. Não é demasiado tempo?
Três mandatos é o limite para mim, mas há batalhas muito importantes às quais não quero virar as costas. Quando fui eleita pela primeira vez não estava em vigor o Tratado de Lisboa nem existia Tratado Orçamental. As coisas pioraram bastante.
Um eurodeputado pode muito pouco. Isso é frustrante?
Pode muito pouco, é frustrante, mas eu não embarco no discurso desresponsabilizador. O PE é colegislador, pode vetar os orçamentos comunitários, e não o tem feito. Estamos a discutir o próximo orçamento, em que se reduz as verbas da coesão e da política agrícola comum e se prevê um corte significativo dos fundos estruturais para Portugal, e os ditos europeístas acham que investir num fundo europeu de defesa, ou no exército comum, é mais importante.
Pedro Marques conduziu a negociação dos novos fundos europeus. Responsabiliza-o por uma má negociação?
Se se mantiver esta tendência, o Governo português não terá outra opção a não ser vetar o orçamento europeu. Não é possível aceitar a subjugação que se está a preparar para Portugal, que tem assistido a um reforço da divergência. Todos os governos negoceiam, uns conseguiram, outros não — os cidadãos portugueses devem retirar daí ilações.
Foi uma má negociação?
Foi má. Não é possível aceitar os critérios que foram aprovados. Outra questão é saber como cada governo, internamente, distribui os fundos. E aí, quase metade dos recursos que vêm para Portugal vai para as grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, não promove a coesão.
O TO, sendo um tratado intergovernamental, depende de cada um dos governos. Se houver um governo com vontade de se desvincular, pode fazê-lo.
Ainda defendem um referendo à saída do euro?
Não.
Isso é o reconhecimento de que Portugal está melhor dentro do euro?
Nenhum país está bem no euro com esta arquitetura. Basta uma nova crise para que se perceba a fragilidade profunda desta moeda. Neste contexto, não podemos aceitar esses constrangimentos, mas devemos desafiá-los.
Faço um balanço genericamente positivo. Somos os dois portugueses presentes na negociação do próximo quadro de financiamento para a ciência e investigação e não estamos de acordo em tudo: discordo da abordagem em relação ao sector privado (aí, acho que o grosso do financiamento à investigação deve ir para as PME e não para a grande indústria), mas não discordo da abordagem do comissário [Moedas] em relação ao sector público.
Foi uma boa surpresa o desempenho de Moedas?
De certa maneira, sim. Quando chegou, não conseguia retirar-lhe a imagem de interlocutor da troika [no Governo de Passos]. Neste trabalho que temos feito em conjunto, há muitas áreas em que estamos de acordo e temos procurado unir forças.
E Pablo Iglésias e Alexis Tsipras? Ainda são companheiros de combate?
O Pablo Iglésias sim. O Alexis Tsipras… não sei… ainda há pouco ele enviou um vídeo para a convenção europeia do PS [risos]. Eu não partilho das opções de Alexis Tsipras.
Foi uma capitulação?
Houve uma enorme pressão das instituições europeias, com um custo enorme para a economia e democracia gregas. De certa forma, a Grécia capitulou. E, ao fazê-lo, a UE destruiu um país. Esperava mais defesa daquilo que foi o programa com que Tsipras se apresentou, mais firmeza na defesa desse programa...
Não se arrepende de o ter apoiado?
Não. O programa estava lá, era claro e eu concordava com ele. Os nossos caminhos afastaram-se, mas não me arrependo. A partir do momento em que Tsipras decide que o seu caminho passa por integrar o consenso europeu, não consigo acompanhá-lo.
Iglesias e Tsipras mostram como a aproximação do poder pode contaminar a esquerda. É um risco do BE?
Não. O BE não falhou em nenhum momento nestes quatro anos, nem na defesa dos serviços públicos, nem na defesa dos direitos laborais, nem no combate à precariedade...
Mas prometia muito mais, tal como aconteceu na Grécia.
Mas o BE não cedeu. Essa é a diferença.
Quando está em cima da mesa o BE ser parte do Governo isso não é uma capitulação?
O BE quer ser uma força de governo, não está escrito que vai integrar um governo do PS.
Não deve integrar?
O BE não tem de ter medo do poder ou de integrar governos. Mas isso não é feito a qualquer preço. É mediante um caminho concreto de disputa de maiorias sociais naquilo que é o essencial.
"Antisémitisme et sombres manœuvres politiques" - Gabrielle Lefèvre
« Nous sommes juifs, héritiers d’une longue période où la grande majorité des Juifs ont estimé que leur émancipation comme minorité opprimée, passait par l’émancipation de toute l’humanité.
« Nous sommes antisionistes parce que nous refusons la séparation des Juifs du reste de l’humanité.
« Nous sommes antisionistes parce la Nakba, le nettoyage ethnique prémédité de la majorité des Palestiniens en 1948-49 est un crime qu’il faut réparer.
« Nous sommes antisionistes parce que nous sommes anticolonialistes.
« Nous sommes antisionistes parce que nous sommes antiracistes et parce que nous refusons l’apartheid qui vient d’être officialisé en Israël.
« Nous sommes antisionistes parce que nous défendons partout le « vivre ensemble dans l’égalité des droits ».
« Au moment où ceux qui défendent inconditionnellement la politique israélienne malgré l’occupation, la colonisation, le blocus de Gaza, les enfants arrêtés, les emprisonnements massifs, la torture officialisée dans la loi … préparent une loi liberticide assimilant l’antisémitisme qui est notre histoire intime à l’antisionisme,
Nous ne nous tairons pas. »
Os melhores cartoons de 2018: "The Network"
It’s ironic that the world becomes ever more connected, more and more people are lonely. Osval from Cuba has created this clever visual, where the web connecting us is made up of walls that separate us.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
"Tudo Verdim"
Apesar da ausência de chuvas na região, as crianças da etnia Pankararé narram um sertão todo verde onde o ser humano não está no centro do universo e não é maior ou melhor que os pés de Jatobá, animais, terra, água, sois ou chuvas... Eles e as outras genteS vivem em harmonia com os seres Encantados, caros, aviões, animais e Tudo Verde.
TUDO VERDIM é uma coleção de memórias inventadas de crianças do Território Indígena Pankararé no Sertão da Bahia, narrado entre pausas, cantos sagrados, palavras e desenhos.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
"Way of Giants"
Realização de Alois Di Leo
In a forest of gigantic trees, Oquirá a six year old indigenous girl, will challenge her destiny and learn to understand the cycle of life.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
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