Encontrá-mo-lo quando fomos despejar garrafas no "vidrão". Comia lixo. Sim! Lixo! Agachado no chão, recolhia não sabemos bem o quê com um cigarro na mão. Cheirava-nos mal. Do lixo e dele. Hesitámos. Mas a imagem deste homem não podia ser-nos indiferente. Voltámos atrás com vinte euros na mão. A idade não sabemos. Tinha, com toda a certeza, entre os 30 e os 40.
Naquela noite, pelo menos, não comeu mais lixo.
Não soubemos o seu nome. Não lhe salvámos a vida. Não lhe resolvemos os problemas.
Mas ficámos a pensar: Este mundo está doente. Não pode haver seres humanos a comer lixo.
Aposto que foi dormir como este:
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