segunda-feira, 25 de maio de 2009

Livro Recomendado - "O que resta de Auschwitz"


O muçulmano encarna o significado antropológico do poder absoluto de forma particularmente radical. No acto de matar, de facto, o poder auto-suprime-se: a morte do outro põe fim à relação social. Pelo contrário, ao submeter as suas vítimas à fome e à degradação, ganha tempo, o que lhe permite fundar um terceiro reino entre a vida e a morte. Também o muçulmano, como o amontoado de cadáveres, atesta o seu completo triunfo sobre a humanidade do homem: mesmo que se mantenha ainda vivo, aquele homem é uma figura sem nome. Ao impor tal condição, o regime encontra o próprio cumprimento...

Citação de Primo Levi no capítulo O muçulmano.

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