Os resultados das eleições não foram uma surpresa. Tudo apontava para uma vitória do PSD. Face aos números finais (apesar de ainda faltarem os resultados dos círculos da emigração que, em princípio não vão alterar em nada o que já foi apurado) cabe-nos fazer algumas reflexões e tirar algumas conclusões:
- A questão positiva é o facto dos portugueses se terem visto livres de José Sócrates. O homem que governou nos últimos seis anos e conseguiu fazer aquilo que ninguém tinha feito antes: levar o país à ruína.
- O sonho de Sá Carneiro foi cumprido: uma maioria, um governo e um presidente.
- O PSD ganhou mas não teve a maioria absoluta. Ainda bem! Os partidos portugueses já demonstraram que não podem ter maiorias absolutas. Tornam-se arrogantes e ditatoriais.
- O grande ganhador foi a abstenção. Uma realidade que devia merecer uma reflexão profunda de todos os partidos e que não vimos refletida nas intervenções dos líderes dos principais partidos. Mesmo que os cadernos eleitorais não estejam atualizados, a percentagem da abstenção demonstra que a maior parte dos portugueses não se sente representada neste sistema. Um fenómeno que, aliás, não se passa só em Portugal. Há que repensar a forma de representação, a forma de exercício da democracia.
- O CDS subiu a sua votação e a Assembleia da República passou a ter uma maioria de direita.
- Quem nos vai governar não tem, portanto, programa de governo. Vai cumprir aquilo a que se comprometeu com a troika.
- A CDU conseguiu manter o seu grupo parlamentar e até eleger um deputado extra.
- O 1º grande derrotado foi o Partido Socialista. Nem outra coisa era de esperar. Resta saber o que vai fazer na oposição. Que líder vai escolher. Tem, no entanto, muito pouca margem de manobra já que é o principal responsável pela intervenção estrangeira em Portugal com consequências gravíssimas para o país.
- O 2º grande derrotado foi o Bloco de Esquerda. Voltou aos resultados de 2005 e perdeu metade dos deputados. Não conseguiu eleger José Manuel Pureza - uma grande perda para o Parlamento. Não soube manter o eleitorado não natural. Tem necessariamente que fazer uma profunda reflexão sobre as decisões que tomou e sobre as opções que terá que tomar.
- Em conclusão: há que repensar o sistema (em particular a lei eleitoral e a lei do referendo), há que repensar a esquerda enquanto opção, isto é, que propostas, que posições, que alternativas verdadeiramente credíveis.
- Os conflitos sociais vão agudizar-se, os portugueses vão ficar mais pobres, a LUTA CONTINUA!
Sem comentários:
Enviar um comentário