sexta-feira, 1 de março de 2013

Democracia no "Bloco de Esquerda" precisa-se!


Por um Bloco de Esquerda para além das correntes

Na VIII Convenção do Bloco de Esquerda, em Novembro de 2012, teve lugar um intenso debate sobre a necessidade da sua “descorrentização”, sendo aqueles que a defendiam quase acusados de desconsiderar as raízes históricas e a própria dinâmica de funcionamento do Bloco. Apenas dois meses mais tarde, eis que um grupo restrito de dirigentes, onde pontua não só o ex-coordenador do partido como um dos actuais coordenadores da Comissão Política, vem propor a criação de uma espécie de “megacorrente” que reuniria o que ainda pode ser reunido das três correntes fundadoras, decretando-as historicamente mortas.

Esta inflexão de discurso – sublinhe-se, dois meses depois da Convenção – revela que, das duas uma: ou toda a argumentação anteriormente produzida neste âmbito pela maioria em processo de Convenção era instrumental, ou não é agora suficientemente transparente e sincera.

Os militantes abaixo-assinados lembram que o grande combate que o Bloco tem pela frente é a derrota das políticas da troika, do governo e das direitas que o sustentam. E, nesses termos, consideram que esta proposta vem, objetiva e lamentavelmente, dispersar a concentração do partido em relação às prioridades definidas em Convenção, introduzindo fatores de perturbação interna perfeitamente dispensáveis na actual conjuntura política, económica e social.

O processo de lançamento da ideia corresponde, infelizmente, a um padrão já pouco original. Propaga-se em círculos, labora dentro das estruturas de direção executiva do Bloco, alarga-se às correntes fundadoras, mas mantém sigilo em relação à grande maioria dos aderentes. Isto é, em relação àqueles que, militando no Bloco, nunca pertenceram, já não pertencem ou, pertencendo a qualquer das correntes, vêm expressando grande desconforto com esta forma de fazer as coisas.

Do nosso ponto de vista, o problema do Bloco de Esquerda não está nas correntes em si, mas no modo como condicionam e asfixiam a sua vida interna. Do nosso ponto de vista, podem existir três, duas, quatro, uma, vinte correntes. O problema está, de facto, na vida democrática do Bloco e, particularmente, nos mecanismos de decisão política que, com demasiada frequência, obedecem a lógicas de negociação à margem dos principais órgãos do Bloco (mesa nacional, comissão política, estruturas regionais).

A emergência desta nova tendência, contrariamente ao que proclama, não constitui um corte com as anteriores conceções de equilíbrio negociado entre as correntes, antes assegurando uma continuidade das mesmas práticas, mas em novos moldes. O que, dada a hegemonia que a nova corrente garantirá para si própria, pode até revelar-se ainda mais prejudicial para a democracia interna.

Do que o Bloco precisa é de mais espaço político interno, onde possam emergir, instalar-se e consolidar-se dinâmicas verdadeiramente democráticas e participativas, que atravessem, de cima a baixo, todas as estruturas e envolvendo todas e todos os aderentes. É de vida democrática, para além de qualquer corrente, que o Bloco mais necessita!

José Manuel Faria – Braga
Fernando Marques – Viana do Castelo
Armando Herculano - Porto
Carlos Carvalho - Porto
Gui Castro Felga- Porto
Joaquim Manuel Viana- Porto
Mi Castro Felga- Porto
Maria José Espinheira- Porto
Paulo Teixeira de Sousa- Porto
 Sérgio Abreu Monteiro - Aveiro
EEva de Lurdes Correia Paciência- Aveiro
João José de Sousa Almeida- Aveiro
Maria Eugénia Santos Silva- Aveiro
Paula Cristina Resende Reis- Aveiro
Pedro Daniel Reis Almeida- Aveiro
Pedro Miguel Silva Almeida- Aveiro
Zélia Maria Silva Almeida- Aveiro
Adelino Granja – Leiria
Francisco Colaço - Santarém
Pedro Mendonça- Santarém
Álvaro Carvalho - Lisboa
Ana Bastos - Lisboa
António Loja Neves - Lisboa
Carlos Gaivoto - Lisboa
Celina Adriano - Lisboa
Daniel Bernardo - Lisboa
Daniel Oliveira - Lisboa
Diogo Martins - Lisboa
Gonçalo Monteiro - Lisboa
Helena Carmo - Lisboa
Helena Figueiredo - Lisboa
Helena Peixoto - Lisboa
Isabel Fonseca - Lisboa
José Boavida - Lisboa
José Franco - Lisboa
Luís Miguel Gonçalves dos Santos - Lisboa
Luís Martins Pote - Lisboa
Maria José Vitorino - Lisboa
Maria Ribeiro Dias Ferreira - Lisboa
Margarida Santos - Lisboa
Mariana Maia - Lisboa
Miguel Romão - Lisboa
Miguel Sacramento - Lisboa
Nuno Serra - Lisboa
Nuno Teles - Lisboa
Paula Cabeçadas - Lisboa
Paulo Sanches - Lisboa
Pedro Feijó - Lisboa
Pedro Lopes - Lisboa
Pedro Junqueira Lopes - Lisboa
Reinaldo Cid Miranda - Lisboa
Rita Paz - Lisboa
Rosa Félix - Lisboa
Sara Goulart - Lisboa
Teodósio Alcobia - Lisboa
Vítor Sarmento - Lisboa
Adelino Fortunato - Setúbal
Albérico Afonso - Setúbal
Alice Brito - Setúbal
Ana Massas - Setúbal
Ana Sequeira - Setúbal
André Antunes - Setúbal
António Sequeira - Setúbal
Faria de Castro - Setúbal
Henrique Guerreiro - Setúbal
Ilídio Dinis - Setúbal
João Madeira- Setúbal
Jorgete Teixeira- Setúbal
José Ramos- Setúbal
Luís Caras Altas -Setúbal
Luís Pereira- Setúbal
Maria do Rosário Vaz- Setúbal
Maria João Sequeira- Setúbal
Paula da Costa - Setúbal
Pedro dos Reis- Setúbal
Rogério Miranda- Setúbal
Jorge Luz - Setúbal
Carlos Macedo- Setúbal
Vanessa Pereira- Setúbal
Cecília Costa - Portalegre
José Moura – Portalegre
Álvaro Monteiro – Beja
Alexandra Espiridião Oliveira - Évora
Amália Espiridião Oliveira- Évora
António Margalha- Évora
André Nobre- Évora
Diogo Parreira- Évora
José Viana- Évora
Maria Amaral Frazão- Évora
Miguel Sampaio- Évora
Carlos Alberto Alexandre Cabrita - Faro
Emília Costa- Faro
Fernando Leitão Correia - Faro
Joaquim Mealha Costa- Faro
José Manuel Estevens- Faro

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