Acabar é uma arte. Não é fácil de fazer e, por isso, há tendência para a compreensão quando nem tudo corre bem. Mas o espectáculo do fim a que o governo de Pedro Passos Coelho e o presidente da República Aníbal Cavaco Silva decidiram pôr os cidadãos a assistir ultrapassa todos os limites do respeito, da racionalidade e do bom senso. Entre episódios de lenta agonia e outros de retumbante desmoronamento, o «espectador» dá por si a seguir as peripécias e os protagonistas de uma telenovela que não se sabe quando nem como termina. Mesmo que não consiga descortinar-lhe qualquer sentido e se sinta esmagado pelo absurdo, descobre em si uma teimosa esperança de, no enredo a que assiste, estar a jogar-se a resolução dos problemas reais com que se confronta: o desemprego, a precariedade, a emigração, a pobreza, a depressão, a angústia de todos os dias. - por Sandra Monteiro
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