Para: Exmª Senhora Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa, Arq. Helena Roseta; Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina, Exmª Senhora Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Dra. Catarina Vaz Pinto
Em causa está a cedência ao sector privado de um equipamento municipal público em pleno funcionamento e em reconhecido crescimento. E no qual, ao longo dos últimos 10 anos, se fez um investimento público continuado que abarcou obras de requalificação do espaço, a compra de equipamento técnico actualizado e de ponta, a formação de recursos humanos, a capacitação de agentes culturais e a formação de públicos diferenciados. Investimento este que não apenas fortaleceu o tecido cultural da cidade e do país como recolocou o teatro no território que lhe é circundante, e o tornou um ponto central de várias redes culturais internacionais.
A entrega do teatro Maria Matos à gestão privada não só anula todo este trabalho e investimento público, como oferece os seus frutos de mão beijada à entidade à qual vier a ser concessionado, pondo em causa a vocação pública que este equipamento conquistou, e empobrecendo a cidade e o território onde se insere.
Além disso, anunciar a um jornal esta decisão, na semana antes do Natal, pouco depois de eleições autárquicas quando estes desígnios não constavam do programa político do partido que governa a Câmara, sem que tenha havido qualquer espaço para debate público, demonstra desrespeito pelos cidadãos e pelo processo democrático.
Precisamos de maior debate público e maior investimento público na cultura. Não podemos perder mais nenhum equipamento cultural municipal.
Por estas razões, nós, abaixo assinado, vimos por este meio manifestar-nos contra a entrega do Teatro Municipal Maria Matos à gestão privada e a favor da continuação da gestão pública do mesmo.
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