segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia Internacional do Jazz

A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência Cultura decretou 30 de abril como o Dia Internacional do Jazz por proposta do músico e compositor Herbie Hancock, embaixador da boa vontade da UNESCO.

O jazz é uma expressão musical que pode derrubar barreiras e simbolizar a paz e a unidade, defende a UNESCO na proclamação do Dia Internacional do Jazz, que se assinala esta segunda-feira, pela primeira vez.

Aqui fica a minha homenagem.







domingo, 29 de abril de 2012

29 de abril - Dia Mundial da Dança


"Catastroika"


Ou como se vende um país e a democracia


CATASTROIKA WITH ENGLISH SUBTITLES por infowar

Paulo evoca Miguel

A evocação de Paulo Portas hoje. Muito bonita!

"O Mago"


O artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso de ontem vale a pena ser lido e divulgado.
Aqui fica:

O Mago

Depois de seis anos de gritaria, parlamentar e não só, a voz mansa e monocórdica de Vítor Gaspar caiu sobre nós como um calmante, de que aparentemente estávamos necessitados. Apoiado também na suave voz de barítono de Passos Coelho, Gaspar ensaiou os seus primeiros passos públicos com a atrapalhação da criança que aprende a caminhar. O ministro derramava sobre nós o seu ar cansado, o seu olhar de mocho sacrificado pela nação, hesitava, tropeçava nas frases, sussurrava verdades evidentes por si sós e para as quais tínhamos de apurar o ouvido para bem escutar. O tom era tão inabitual e relaxante que o ministro conseguiu a rara proeza de instalar a paz em seu redor: quando ele falava, fazia-se silêncio para o ouvir e, se metade das vezes não se entendia o sentido da mensagem, o país, num acto colectivo de esperança ou de desespero, acreditava que talvez aquele desconhecido Gaspar, saído do nada que é aquele planeta conhecido como Bruxelas, talvez viesse a fazer jus ao seu nome de rei mago. O mago Gaspar, quem sabe mesmo um Salazar democrático, enviado pela senhora Europa para de novo nos pôr as contas em ordem! Quando pouco mais resta, Portugal tem o costume de acreditar em milagres.

Dez meses passados, começo a pensar que Vítor Gaspar não é um calmante, mas sim um indutor do sono. Anestesiou-nos, adormeceu-nos, fez connosco o velho truque dos economistas, que é o de retirar o adjectivo‘política’ ao nome da suposta ciência conhecida como Economia Política. Ora, como bem sabemos, a economia é demasiado importante para ser deixada apenas a cargo dos economistas – sobretudo, daqueles que, como Vítor Gaspar, pertencem à escola doutrinária que defendeu as teses que nos mergulharam, à escala mundial, na actual crise (quem viu o “Inside Job” sabe do que estou a falar: nos anos-Bush, então sim, os economistas colocaram-se sem remorsos, ao serviço de uma política de base puramente ideológica que muitos sabiam que só poderia conduzir ao desastre. À prosperidade de alguns interesses económicos e à ruína das nações. A humanidade deve-lhes alguns milhões de postos de trabalho, de empresas, de famílias, para sempre destruídos).

Nunca acreditem nos economistas ‘apolíticos’: o seu objectivo final é tão político quanto o dos políticos, apenas querem chegar lá por si sós, invocando uma pretensa superioridade técnica que dispensará o controlo político democrático sobre aquilo que vão fazendo. E as situações de emergência financeira, como a que vivemos, são ocasiões privilegiadas para fingir que se dispensa a política, em nome da urgência e em nome da tal superioridade técnica, que, porém, esconde sempre uma agenda política — entre nós, cada dia mais evidente. Oficialmente, trata-se de pôr as contas do Estado em ordem e a isso ninguém de bom-senso e de boa-fé se pode opor. Contudo, esse objectivo consensual não esgota a discussão: é necessário saber como, a que ritmo e, sobretudo, a que preço. Os dados das execuções orçamentais de 2011 e 2012 são suficientemente claros para percebermos que o Governo e a troika falharam todas as previsões relativamente ao como e a que ritmo: jamais voltaremos aos mercados, sem assistência, em 2013. O mesmo se constata em Espanha e em Inglaterra, onde outros governos movidos por idêntica fé liberal estão a conduzir os seus países à recessão e à falta de perspectivas. Em Espanha, o medíocre Rajoy, tendo quebrado quase todas as promessas eleitorais em três meses de governo, acaba de declarar default ao default, revendo para cima o prazo e a dimensão do corte no défice público — e Bruxelas que engula. Em Inglaterra, um outrora tão seguro de si e das suas verdades liberais, David Cameron, declara-se “very, very, disappointed” com os números crescentes da recessão em que, para seu espanto, mergulhou o país. Entre nós, porém, cada dois meses Vítor Gaspar repete-nos que Portugal está no bom caminho. Está, sim: 1500 novos desempregados todos os dias, falências às dezenas diariamente, receita fiscal a cair descontroladamente, projectos úteis para o futuro do país a serem abandonados às cegas e o regresso a um Portugal de emigração que julgávamos morto para sempre. Sim, estamos no bom caminho, mas para as ideias de Vítor Gaspar e deste Governo. Trata-se de desmantelar, não o Estado Social, mas sim todas as funções essenciais do Estado, aquelas em nome das quais somos chamados a pagar impostos; de sacrificar no altar das privatizações a capacidade do sector público ditar regras de concorrência civilizada, ao menos nos sectores essenciais para a salvaguarda da soberania nacional ou para defesa dos consumidores; de assegurar a desforra e instalar o total arbítrio nas relações laborais (somos o 4º país da zona euro a 27 onde a hora de trabalho é mais barata para as empresas e, mesmo assim, insistem em “baixar os custos laborais para as empresas”, em nome da “produtividade”: porque não experimentam o contrário — pagar melhor para ver se a produtividade aumenta?). A agenda política do ‘técnico’ Vítor Gaspar e do Governo de que faz parte é clara como água: vem nos livros e nos manuais e repete-se ciclicamente, de cada vez que os “Chicago boys” querem ajustar contas com o que eles chamam o “socialismo” — isto é, a existência de um Estado que não se limite a ser um simples facilitador de negócios privados.

No restrito clube de que Vítor Gaspar faz parte ele é, neste momento, um herói e um exemplo. E por isso é que ele gosta tanto de ir lá fora, em especial aos Estados Unidos, pátria dos “Chicago boys”, explicar o nosso “caso de sucesso”. Aí, ele conta a uma audiência embevecida como está à beira de cortar quatro feriados anuais aos portugueses e reduzir a indemnização por despedimento de 30 para 6 dias por ano de trabalho, como dinamitou todas as regras de segurança do emprego, fazendo da “flexi-segurança” uma anedota de socialistas dinamarqueses, como diminuiu os custos do trabalho para índices chineses (a vingança póstuma de Manuel Pinho!), como cortou a eito todas as prestações sociais e como vai tornar Portugal atractivo para o investimento estrangeiro vendendo empresas públicas ao preço de loja de penhores. E como faz tudo isto com uma paz social que é a devida aos justos. Só não lhes conta, porque ficaria mal perante tal audiência, que também tem empenhado dinheiros públicos a sanear as finanças de empresas que depois são privatizadas e que tem subido impostos e taxas como nenhum governo socialista jamais se atreveu a fazer (e, aliás, com uma estranha consequência, qual seja a da receita pública, em lugar de crescer... estar a diminuir!). Levado pelo entusiasmo, Gaspar até se atreveu a declarar ao “New York Times” que tinha chegado à conclusão de que “há alguns limites às intuições de Keynes”. E, ainda os leitores americanos não tinham recuperado da revelação, e já ele garantia também que “as políticas expansionistas keynesianas seguidas em 2008 (nos Estados Unidos e na Europa), falharam e podem ter sido até contraproducentes”. Apenas se esqueceu de explicar que culpa teve Keynes na falência do Lehman Brother’s, do fundo Maddoff, no estoiro da bolha imobiliária americana ou espanhola, nas livres actividades de pirataria financeira consentidas pelo governo Bush e inspiradas pelos colegas do clube de Gaspar, que mergulharam a economia mundial no caos e obrigaram os países avisados a chamar de volta o velho Keynes para evitar o colapso iminente de todo o sistema. Ou seja: queixou-se da quimioterapia mas esqueceu-se do cancro, como se aquela não decorresse deste. Por aqui se pode avaliar o belo sarilho em que estamos metidos.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Portugal é possível! - Telma Monteiro

A portuguesa Telma Monteiro sagrou-se hoje, pela quarta vez na sua carreira, campeã europeia de judo, ao vencer a grega Ioulietta Boukouvala na final dos -57 kg.

"Donos de Portugal"




Donos de Portugal é um documentário de Jorge Costa sobre cem anos de poder económico. O filme retrata a proteção do Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de conservação de poder e acumulação de riqueza.

Mello, Champalimaud, Espírito Santo – as fortunas cruzam-se pelo casamento e integram-se na finança. Ameaçado pelo fim da ditadura, o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das privatizações e da promiscuidade com o poder político. Novos grupos económicos – Amorim, Sonae, Jerónimo Martins - afirmam-se sobre a mesma base.

No momento em que a crise desvenda todos os limites do modelo de desenvolvimento económico português, este filme apresenta os protagonistas e as grandes opções que nos trouxeram até aqui.

Produzido para a RTP 2 no âmbito do Instituto de História Contemporânea, o filme tem montagem de Edgar Feldman e locução de Fernando Alves.

A estreia televisiva teve lugar na RTP2 a 25 de Abril de 2012. Desde esse momento, o documentário está disponível na íntegra em donosdeportugal.net.

Donos de Portugal é baseado no livro homónimo de Jorge Costa, Cecília Honório, Luís Fazenda, Francisco Louçã e Fernando Rosas, editado em 2011 pela Afrontamento e com mais de 12 mil exemplares vendidos.

donosdeportugal.net
facebook.com/donosdeportugal

25 de abril - Homenagem a Miguel Portas na Manifestação ontem


Festival Indie Lisboa 2012 - Há Cinema em Lisboa


De 26 de abril a 6 de maio. Programa aqui

terça-feira, 24 de abril de 2012

Até sempre Miguel!




Miguel Portas - 1958/2012 - Um homem especial!

Fui sempre mais de jogar fora do baralho

Memórias da ditadura - Fernando Vicente - Um querido Amigo

Fernando Vicente nasceu em 12 de Junho de 1941. Foi dirigente estudantil de 1962 a 1967, no Instituto Superior Técnico.

Esteve na guerra colonial, de 1968 a 1971. Em 10 de Novembro de 1972, foi preso pela PIDE. Foi submetido a tortura de 14 de Novembro a 17 de Dezembro de 1972.

Foi militante do PCP de 1962 a 2009 e membro do Comité Central deste partido de 1975 a 2004.

Há cerca de um ano, relatou, na SIC, o que passou na cadeia qunado foi preso. Um testemunho impressionante!

Filme Recomendado - "Tabu"

Realização de Miguel Gomes

segunda-feira, 23 de abril de 2012

25 de abril - 1 - Os Jovens contam porque houve o 25 de abril de 1974

1 de abril de 1939 - A democracia é derrotada em Espanha - 4º episódio



"Abril não Desarma" - Manifesto da Associação 25 de abril

Há 38 anos, os Militares de Abril pegaram em armas para libertar o Povo da ditadura e da opressão e criar condições para a superação da crise que então se vivia.

Fizeram-no na convicta certeza de que assumiam o papel que os Portugueses esperavam de si.

Cumpridos os compromissos assumidos e finda a sua intervenção directa nos assuntos políticos da nação, a esmagadora maioria integrou-se na Associação 25 de Abril, dela fazendo depositária primeira do seu espírito libertador.

Hoje, não abdicando da nossa condição de cidadãos livres, conscientes das obrigações patrióticas que a nossa condição de Militares de Abril nos impõe, sentimos o dever de tomar uma posição cívica e política no quadro da Constituição da República Portuguesa, face à actual crise nacional.

A nossa ética e a moral que muito prezamos, assim no-lo impõem!

Fazemo-lo como cidadãos de corpo inteiro, integrados na associação cívica e cultural que fundámos e que, felizmente, seguiu o seu caminho de integração plena na sociedade portuguesa.

Porque consideramos que:

■ Portugal não tem sido respeitado entre iguais, na construção institucional comum, a União Europeia.

■ Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos governantes aceitam sem protesto e com a auto-satisfação dos subservientes.

■ O nosso estatuto real é hoje o de um “protectorado”, com dirigentes sem capacidade autónoma de decisão nos nossos destinos.

■ O contrato social estabelecido na Constituição da República Portuguesa foi rompido pelo poder. As medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável. Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a dignidade da pessoa humana.

■ Sem uma justiça capaz, com dirigentes políticos para quem a ética é palavra vã, Portugal é já o país da União Europeia com maiores desigualdades sociais.

■ O rumo político seguido protege os privilégios, agrava a pobreza e a exclusão social, desvaloriza o trabalho.

Entendemos ser oportuno tomar uma posição clara contra a iniquidade, o medo e o conformismo que se estão a instalar na nossa sociedade e proclamar bem alto, perante os Portugueses, que:

- A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa;

- O poder político que actualmente governa Portugal, configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores;


Em conformidade, a A25A anuncia que:

- Não participará nos actos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário do 25 de Abril;

- Participará nas Comemorações Populares e outros actos locais de celebração do 25 de Abril;

- Continuará a evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspectiva de festa pela acção libertadora e numa perspectiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas expressões.


Porque continuamos a acreditar na democracia, porque continuamos a considerar que os problemas da democracia se resolvem com mais democracia, esclarecemos que a nossa atitude não visa as Instituições de soberania democráticas, não pretendendo confundi-las com os que são seus titulares e exercem o poder.

Também por isso, a Associação 25 de Abril e, especificamente, os Militares de Abril, proclamam que, hoje como ontem, não pretendem assumir qualquer protagonismo político, que só cabe ao Povo português na sua diversidade e múltiplas formas de expressão.

Nesse mesmo sentido, declaramos ter plena consciência da importância da instituição militar, como recurso derradeiro nas encruzilhadas decisivas da História do nosso Portugal. Por isso, declaramos a nossa confiança em que a mesma saberá manter-se firme, em defesa do seu País e do seu Povo. Por isso, aqui manifestamos também o nosso respeito pela instituição militar e o nosso empenhamento pela sua dignificação e prestígio público da sua missão patriótica.

Neste momento difícil para Portugal, queremos, pois:

1. Reafirmar a nossa convicção quanto à vitória futura, mesmo que sofrida, dos valores de Abril no quadro de uma alternativa política, económica, social e cultural que corresponda aos anseios profundos do Povo português e à consolidação e perenidade da Pátria portuguesa.

2. Apelar ao Povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia.

Viva Portugal!


Associação 25 de abril.

23 de abril - Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

domingo, 22 de abril de 2012

Pela Construção de um monumento a José Afonso em Lisboa

Para:Exma Sra Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e Exmo Sr Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

JOSÉ AFONSO, de seu nome completo José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu em 2 de Agosto de 1929 e faleceu em 23 de Fevereiro de 1987. O Zeca, como ainda hoje é carinhosamente conhecido, deixou o seu nome indelevelmente ligado à história recente de Portugal, vindo a canção “Grândola, Vila Morena” a constituir a senha do Movimento das Forças Armadas, em 25 de Abril de 1974, para o derrube da ditadura de 48 anos.


A dimensão de Zeca Afonso como Poeta, Músico e Intérprete ultrapassa largamente os contornos de cantor de intervenção, tendo criado uma obra, internacionalmente reconhecida, que teve papel determinante no movimento de renovação da música portuguesa, continuando a influenciar as novas gerações de Autores e Músicos. Como cidadão, José Afonso é, do mesmo modo, uma referência pela integridade de carácter, pela estatura cívica e invulgar coerência.

O reconhecimento de José Afonso como importante vulto cultural, cívico e intelectual é, hoje, transversal a toda a sociedade portuguesa. Assim, os subscritores da presente Petição Pública entendem ser da mais elementar justiça que o País lhe preste a devida homenagem através da construção de um monumento evocativo na cidade de Lisboa.

Os signatários:
AJALisboa – Núcleo de Lisboa da Associação José Afonso; A Barraca – Grupo de Teatro; ACCL – Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa; Associação Abril; Associação 25 de Abril; Centro Mário Dionisio – Casa da Achada; M12M- Movimento 12 de Março; NAM- Movimento Não Apaguem a Memória; SPA- Sociedade Portuguesa de Autores; SPGL- Sindicato dos Professores da Grande Lisboa; UMAR- União das Mulheres Alternativa e Resistencia

Assinar aqui.

Assustador! - 1 em cada 5 franceses é de extrema direita


As primeiras sondagens apontam para uma 2ª volta entre Hollande e Sarkozy. Mas ainda são projeções. Mesmo que se confirmem, a 2ª volta é uma incógnita. Aritemeticamente, Sarkozy ainda pode ganhar. Mas o que é verdadeiramente assustador é que 1/5 dos franceses votaram numa candidata fascista. Para onde vai esta União Europeia?

Livro Recomendado - "Peregrinação de Emmanuel Jhesus"

Pedro Rosa Mendes

ES.COL.A da Fontinha - "COMUNICADO: a CMP ocupou, em Abril de 2012, de forma abusiva e selvagem, as instalações da antiga escola básica da Fontinha"

Mesmo em ameaça de despejo continua a lavar-se a loiça. Acho que era o que mais me impressionava, naqueles dias antes - a vida continua, mesmo na incerteza do dia seguinte. Organizaram-se turnos de permanência, para não abandonar o edifício, para que a polícia não encontrasse a escola vazia, quando viesse, workshops de resistência pacífica, reforços para portas e janelas, etc. Acordar às 6h, para preparar a possível chegada das forças 'da ordem' a partir das 7h (diz a lei que não se fazem despejos antes dessa hora, ficam a saber). Tomar pequeno almoço, café, montar a barricada feita de um frigorífico velho, mesas da escola, e o que houvesse, fechar e barricar as portas do edifício. Esperar. Desmontar a barricada para dar o início às actividades do es.col.a quando as primeiras crianças chegassem. E amanhã outra vez. O número do «apoio legal» escrito a marcador, no braço.

Earth Day 2012









Mobilize the Earth

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A publicidade do século XXI - 23 - "Johnnie Walker"



A gravação do filme, que durou 6 dias, teve a participação de 420
profissionais de 11 nacionalidades, 2 toneladas de equipamentos e 216
figurantes.

A pós-produção levou mais de 12 mil horas de trabalho.

(...) e o no final, o que vemos aqui são apenas meia dúzia de segundos, mas são espetaculares...

Criada pela Agência NEOGAMA/BBH, Brasil, com a criatividade de Alexandre Gama, a campanha foi produzida pela Zohar International, a Gorgeous e a The Mill, empresa responsável pelos efeitos especiais do filme O Gladiador, Oscar de Melhor Filme em 2000.

Frases célebres 39 - Saint-Exupéry

A inteligência apenas vale ao serviço do amor.

5 poemas de Antero de Quental - 170 anos


O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!




No Turbilhão

A Jaime Batalha Reis

No meu sonho desfilam as visões,
Espectros dos meus próprios pensamentos,
Como um bando levado pelos ventos,
arrebatado em vastos turbillhões...

Num espiral, de estranhas contorções,
E donde saem gritos e lamentos,
Vejo-os passar, em grupos nevoentos,
Distingo-lhes, a espaços, as feições...

-Fantasmas de mim mesmo e da minha alma,
Que me fitais com formidável calma,
Levados na onda turva do escarcéu,

Quem sois vós, meus irmãos e meus algozes?
Quem sois, visões misérrimas e atrozes?
Ai de mim! ai de mim! e quem sou eu?!...




Aspiração

Meus dias vão correndo vagarosos,
Sem prazer e sem dor parece
Que o foco interior já desfalece
E vacila com raios duvidosos.

É bela a vida e os anos são formosos,
E nunca ao peito amante o amor falece...
Mas, se a beleza aqui nos aparece,
Logo outra lembra de mais puros gozos.

Minha alma, ó Deus! a outros céus aspira:
Se um momento a prendeu mortal beleza,
É pela eterna pátria que suspira...

Porém, do pressentir dá-ma a certeza,
Dá-ma! e sereno, embora a dor me fira,
Eu sempre bendirei esta tristeza!




Mors-Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"

Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"



A um poeta

Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afuguentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Grandes Fotógrafos - Elliott Erwitt





Elliott Erwitt

Curiosidades da língua portuguesa - "Andar a toque de caixa"

Andar a toque de caixa

Significado: Fazer qualquer coisa depressa, com tempo limitado e, eventualmente, a mando de alguém, sem vontade própria.

Origem: Termo simplificado de caixa de rufo ou caixa de guerra — era a designação de tambor, que foi trazido para a Europa pelos Árabes. A caixa é o corpo oco do tambor: a caixa de ressonância. Como os exercícios militares eram acompanhados pelo som de tambores, dizia-se que os soldados marchavam a toque de caixa.

É por isso que hoje se diz que alguém anda a toque de caixa quando tem de fazer qualquer coisa depressa, eventualmente a mando de alguém ou à força, mesmo.

Por outro lado, na Idade Média, era costume escorraçar os indesejáveis (ébrios, indolentes, arruaceiros ou ladrões) ao som de tambores — ou seja, a toque de caixa — para fora das localidades, expulsando-os da comunidade.

A toque de caixa dizia-se, portanto, da situação de alguém que era obrigado a desaparecer, a fugir, de forma rápida e violenta

domingo, 15 de abril de 2012

Dossier África - "Mission to South Sudan - April 2012"

"Lisboa" - por António Botto


Lisboa
Lisboa, berço da força
Cais das grandes aventuras
Onde embarcaram aqueles
Em madrugadas escuras
E em barcos de uma só verga
Navegando sem receio
De que o mar na sua fúria
Partisse de meio a meio
A frágil embarcação,
Lisboa das Descobertas
Pátria de espada na mão!
Lisboa rica de timbres
Mas em que um é sempre belo:
- O Sol doirando as ameias
Do seu glorioso Castelo!
Ó Lisboa das fragatas
E das manhãs outonais,
Dos marinheiros valentes
Beijando estas e aquelas
À noite pelos portais.
Lisboa desmazelada
Sem garbo, sem atitude,
E sem compostura séria;
Lisboa da fadistice
- Senhora Dona e galdéria!
Lisboa das zaragatas
Por qualquer coisa e por nada;
Lisboa dos decilitros
De tasca em tasca, vadia,
Complicante e à bofetada;
Lisboa da tradição
- Sorriso de nostalgia!
Quartel do alto heroismo,
Lisboa chorosa e forte,
Saudosa, infeliz, cantando
Na plangência de um harmónio
Cantigas que ouviu à morte!
Lisboa dos pátios sujos
Onde se ralha e se dança
Até romper a alvorada!
Descalça, de mãos na ilharga,
Impetuosa, vibrante,
Lisboa da garotada
Jogando à bola nas ruas.
Lisboa das horas mortas
Com namoros à janela.
Lisboa dos chafarizes
Onde a água é um cantar
De nautas e mareantes;
Lisboa das guitarradas
No lirismo dos amantes!
Lisboa das melancias
Descarregadas ao Sol
E aos berros no Cais da Areia.
Lisboa das noites lindas
E onde é oiro a lua cheia!
Ó Lisboa dos mendigos
E dos velhos sem asilo;
Lisboa do céu azul
E onde o Tejo é mais tranquilo.
Lisboa de bairros tristes,
Humilde, religiosa
Sem fundos de convicção,
Lisboa do meu amor,
Essa maldita paixão!

António Botto

Bessie Smith - 118 anos





sexta-feira, 13 de abril de 2012

Assim vai a Europa - Dossier desemprego - "The euro dream that became a nightmare"


When countries post a 40% youth unemployment rate, you know something is terribly wrong. The last time developed countries experienced such an employment disaster was during the Great Depression, and it is a moot question as to whether the current period will prove to be worse for the southern European countries than the Great Depression. Indeed, one could probably argue that for Greece it already is.

Um artigo de Martin Murenbeeld no National Post.

Arte de Rua - 2

Tratado orçamental europeu

Estes são os nomes das pessoas que, eleitas pelo povo, se julgam do direito de hipotecar o país e vendê-lo a estrangeiros. Estes são os nomes das pessoas que, eleitas pelo povo, se julgam com mandato para assinar tratados europeus que comprometem a nossa soberania e independência. Estes nomes ignominiosos não devem ser esquecidos, para que nunca mais voltem a ocupar o lugar do serviço público para o bem comum.

Raquel Freire

A Assembleia da República aprovou hoje, com os votos do PSD, CDS e PS, as duas propostas de resolução para a ratificação do Tratado que cria o Mecanismo Europeu de Estabilidade e do Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária.

O que muda com o Tratado Europeu

Défice estrutural não pode exceder limite de 0,5% do PIB
O Saldo orçamental estrutural tem de ficar abaixo dos 0,5% do PIB. O "estrutural", aqui, quer dizer que é o saldo que se registaria caso a economia estivesse a funcionar perto do potencial e não houvesse lugar a receitas ou despesas extraordinárias. Na prática, é o défice público ajustado ao impacto do ciclo sem medidas pontuais.

Regra para redução permanente da dívida
Países com dívida pública superior a 60% do PIB têm de reduzir todos os anos um vigésimo da diferença face a este limite. O objetivo é dar mais atenção ao critério da dívida, que até aqui estava quase completamente secundarizado ao do défice.

Normas inscritas na lei nacional
As regras para o défice e dívida têm de ser inscritas na legislação de cada país - de preferência na Constituição, embora seja possível fazê-lo numa lei de valor reforçado. Cada país tem também de definir mecanismos de correção automáticos a serem desencadeados em caso de desvio. O objetivo é garantir que são autoridades nacionais as usadas na primeira "linha de defesa" contra irresponsabilidade orçamental.

Tribunal de justiça europeu ganha poderes
Até aqui, apenas a Comissão podia abrir um procedimento por défices excessivos a algum país. Agora, qualquer país membro pode apontar a falha e levar o problema ao Tribunal Europeu de Justiça.

Comissão aprova planos de emissão de dívida
Os planos de emissão de dívida de cada país têm de ser submetidos previamente a Bruxelas. Até aqui, esta questão era rigorosamente do foro interno de cada país.

Válvula de segurança
O Tratado entra em vigor em Janeiro de 2013. Para isso, basta que seja ratificado por 12 dos 17 países do euro (entre 25 signatários). Esta norma garante que o Tratado não é "bloqueado" por algum Parlamento mais intransigente, apressando assim o processo de entrada em vigor. Os países que não o ratificarem perdem acesso aos empréstimos europeus.

Fonte: Jornal de Negócios

"Panorama" 2012 - Há Cinema em Lisboa!

De 13 a 21 de abril. Programa aqui.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

1 ano de "Troika" - 1 ano de merda!

Fez esta quarta-feira, 11 de abril, um ano que a troika desembarcou em Portugal. Contudo, após este período, verifica-se que a recessão é mais profunda e a taxa de desemprego já bateu recordes.

Um ano de troika: as melhores frases

Lei das rendas



ASSEMBLEIA DE INQUILINOS

11 DE ABRIL DE 2012

MOÇÃO


O Governo apresentou na Assembleia da República três propostas de lei visando alterar o REGIME DA REABILITAÇÃO URBANA, o REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO e o REGIME DE OBRAS EM CASA ARRENDADA.

Da análise e da ampla discussão em curso sobre estas propostas, ressalta:

A. Que os regimes propostos vão por em causa a estabilidade do arrendamento habitacional e não habitacional, conduzindo a situações de ruptura, com fortes implicações, tanto para as famílias, como para o comércio, restauração e serviços diversos, bem como em colectividades, associações populares e de carácter social.

B. Que a intenção legislativa invoca a necessidade de liberalização do mercado de arrendamento quando o mesmo já usufrui de tal liberalização desde 1990 com a entrada em vigor do Regime de Arrendamento Urbano (RAU).

C. Que a serem aprovadas, tal como foram apresentadas, constituirão um novo e grave factor de instabilidade social, que animarão e legitimarão uma vaga de despejos, quer no arrendamento habitacional, quer no não habitacional.

D. Que o Governo demonstra com estas propostas ter como objectivos essenciais e confessos:
a) Acabar com os contratos celebrados antes de 1990;
b) Facilitar os despejos dos inquilinos;
c) Eliminar a estabilidade do arrendamento;
d) Incapacitar as actividades económicas e sociais de se estabelecerem com perspectivas de amortização e rentabilização dos investimentos;
e) Prejudicar as diversas actividades de carácter social de representação e de apoio às comunidades locais;
f) Favorecer a especulação e a concentração imobiliária, com isenção de impostos e facilidades acrescidas para as remodelações dos prédios.

E. Que as alterações agora propostas ao regime do arrendamento urbano reduzem a habitação a uma mera mercadoria sem ter em conta o papel fundamental que representa na condição da vida humana, consagrada constitucionalmente no direito à habitação.

F. Que facilita e agiliza os despejos dos inquilinos, reforça desmesuradamente o poder dos senhorios, sem prever medidas alternativas de alojamento ou apoio social.

G. Que as medidas preconizadas não irão dinamizar o mercado de arrendamento mas tão só facilitar os despejos dos que não vão conseguir suportar as novas rendas, aumentando o já enorme número de fogos devolutos.

H. Que anuncia um novo ciclo de carência habitacional que acarretará para o Estado e Autarquias um esforço acrescido para o realojamento de famílias e reinstalação de actividades económicas e sociais.

Os presentes na Assembleia de Inquilinos, promovida pela Associação dos Inquilinos Lisbonenses, em 11 de Abril de 2012, em Lisboa, decidem manifestar à Assembleia da República, ao Governo e a sua Excelência o Senhor Presidente da República, o seu completo desacordo e apreensão quanto às consequências sociais e económicas que uma vaga de despejos caucionados pelas propostas de diplomas em apreço originará, particularmente nos grandes meios urbanos, designadamente quanto:
a) À inexistência de alternativas capazes de assegurar o direito fundamental e constitucional à habitação condigna;
b) À falta de associação do regime de arrendamento às condições de conservação e manutenção dos imóveis, factores essenciais às condições do uso atribuído (habitacional ou diverso);
c) À falta de garantias da estabilidade do arrendamento desde que não violadas as condições contratuais do mesmo;
d) À manifesta desigualdade de direitos entre inquilinos e senhorios.

Deste modo propõem que a Assembleia da República introduza alterações substantivas nas propostas do Governo, em particular quanto:

1. À garantia de realojamento do arrendatário em condições de dignidade e de preço por efeito da realização de obras.
2. À manutenção dos contratos de arrendamento habitacionais por tempo indeterminado celebrados antes de Novembro de 1990.
3. A manutenção do valor de 4% constante do NRAU (Lei nº 6/2006) sobre o valor patrimonial actualizado, para efeitos do cálculo da renda, uma vez que se trata de casas antigas já totalmente amortizadas.
4. A introdução de um faseamento no aumento das rendas, à semelhança do que acontece no NRAU.
5. À consideração de que o rendimento das famílias, para efeitos de atualização das rendas, seja o referente ao ano de 2012 tendo em vista os cortes efetuados nos respetivos rendimentos no ano em curso;
6. Que as acções de despejo tenham procedimentos que garantam os direitos das partes e decorram perante um juiz, mesmo que se tenham de constituir tribunais para o efeito, em ordem a aplicar-se a justiça com a necessária rapidez.

Quanto aos contratos de arrendamento não habitacional a Assembleia declara o seu apoio às posições apresentadas pelas diversas Associações Empresariais, Profissionais e Sociais à Assembleia da Republica.

Lisboa 11 de Abril de 2012


Assine a petição contra a Lei das Rendas aqui.

"1º Aniversário Es.Col.A da Fontinha"

Cultura Popular e Urbana

A atividade cultural em Lisboa sofreu, nas últimas décadas, um grande desenvolvimento. Lisboa é hoje palco de um vasto conjunto de iniciativas que a tornaram uma cidade interessante culturalmente. Importantes festivais de cinema e teatro, grandes festivais de música rock, de que o Rock in Rio é o expoente máximo, espetáculos de jazz, concertos de música clássica, boas exposições de pintura e fotografia, um parque de salas de teatro razoável para a dimensão da cidade transformaram a vida da capital.

Apesar do êxito de muitas destas atividades, em particular os festivais a que a juventude adere, por motivos sociais, económicos e de mobilidade, a maior parte da população não participa e continua afastada da “grande” produção cultural.

A atividade cultural em Lisboa continua a ser, na maior parte dos casos, uma atividade elitista.

Daí que o binómio cultura popular/cultura urbana tenha uma importância decisiva para a divulgação cultural e seja essencial para a participação da população

TRADIÇÃO ASSOCIATIVA

Lisboa tem uma grande tradição de associativismo desde meados do século XIX. Criadas muitas delas com vista à prática de atividades desportivas, as coletividades e associações da cidade multiplicaram-se e criaram espaços de convívio nos bairros onde se estabeleceram que permitiram a criação teatral amadora, o incremento das capacidades musicais dos jovens, jornadas culturais e de diversão, como as noites de fado, que foram, durante muitos anos, a única forma dos lisboetas desenvolverem a sua criatividade.

É neste contexto que as mais de 500 coletividades da cidade podem ter um papel determinante para uma maior democratização do acesso à cultura, do seu desenvolvimento e de uma maior sensibilização da população para a atividade cultural.

Tal como o Bloco propunha no programa eleitoral das últimas eleições autárquicas, é necessário o levantamento das atividades dessas coletividades e dotá-las de meios para o seu desenvolvimento.

Muitas destas associações têm ainda hoje grupos de teatro amador e agrupamentos musicais. Não havendo em Lisboa um grande festival teatral, a criação de um festival municipal deverá ser uma iniciativa a acarinhar pelo Bloco.

MULTICULTURALISMO

A capital portuguesa é uma hoje uma cidade multicultural. Os lisboetas pouco conhecem das culturas daqueles que são os nossos concidadãos imigrantes.

A promoção de iniciativas que permitam a estes concidadãos promoverem e comunicarem a sua cultura, tal como o Bloco propõe, é indispensável numa cidade que se quer tolerante e desenvolvida culturalmente. Deveremos continuar com a proposta da existência de um dia das Comunidades da cidade.

O Bloco tem propostas. Há que desenvolvê-las.

ANIMAÇÃO DE RUA

Tirando as “Festas de Lisboa” que, sem dúvida, têm proporcionado algum aproveitamento das ruas e espaços ao ar livre, a cidade só “vive” uma vez no ano.

O aproveitamento do espaço público enquanto espaço cultural deverá ser uma das prioridades que pode contribuir para um maior acesso da população à música popular e clássica, à pintura, ao teatro, etc..

Com esse objetivo, a criação de espaços nos jardins e praças, ateliers em prédios e pátios que estão desaproveitados ou até vazios onde os criadores possam trabalhar é uma das formas para que os nossos artistas, em particular os jovens, possam desenvolver as suas capacidades sem os custos que não estão ao alcance de muitos.

Dar oportunidade a músicos, bandas, grupos de teatro, artistas circenses através de espetáculos ao ar livre é também uma forma de permitir que as pessoas possam usufruir da cidade. Lisboa tem um clima que lhe permite ter este tipo de eventos ao longo de quase todo o ano.

LEITURAS E LEITORES

É sabido que, de uma maneira geral, os portugueses não têm hábitos de leitura. Os livros são caros e as notícias passaram a ter a rádio e, principalmente, a televisão como meios priveligiados para a sua divulgação. A escola deixou de ser um meio de aprendizagem do “ler”. Mas será que os lisboetas não gostam de ler? A verdade é que todas feiras de livros estão sempre cheias de pessoas ávidas de encontrarem livros a preços populares.

Também aqui é possível encontrar outros meios para que os lisboetas tenham um acesso mais democrático à leitura. Lisboa não tem praticamente bibliotecas com horários acessíveis; todas fecham entre as 17:00 e as 18:00 e encerram ao fim de semana. O acesso deve ser alterado, a rede deve ser expandidada e as Juntas de Freguesia devem passar a ter meios para criar bibliotecas próprias, com possibilidade dos livros serem alugados.

EM CONCLUSÃO, é possível um desenvolvimento cultural que envolva as pessoas como protagonistas, que incentive os artistas profissionais e amadores e que permita uma maior interação entre o espaço urbano e o cidadão.


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