Como tem sido largamente noticiado, para escândalo dos portugueses (não todos, claro!) Paulo Teixeira Pinto ao deixar as funções de CEO no BCP foi recompensado pelos seus serviços com 10 milhões de euros e uma pensão vitalícia de 35 mil euros mensais 14 vezes por ano.
Já tinha em tempos denunciado o escândalo da remuneração de cerca de 85 mil contos mensais (com o prémio de fim de ano) 14 vezes por ano, do seu antecessor Jardim Gonçalves que não deve ter uma reforma menor se é que a fortuna amealhada não dispensa tais trocos.[ver aqui]
É vulgar ouvir dizer que isso é lá com os banqueiros e accionistas porque o banco é privado. Mas é um raciocínio falso. Aquele dinheiro sai do bolso dos contribuintes e dos utentes obrigados aos ditames concertados da banca em geral, protegida pelo Estado.
Como agora se está a descobrir o BCP fugiu com milhões de euros ao fisco obrigando a sair do bolso do contribuinte o que foi para o bolso daqueles senhores e seus apaniguados. Por outro lado defraudou os pequenos accionistas ( e alguns grandes possivelmente) que deixam de receber a remuneração que lhes era devida. Os bancos viviam e ainda vivem, ainda que menos, em situações de favor fiscal em comparação com o comum do cidadão que vive do seu salário. Um quadro médio atinge facilmente uma taxa de IRS de 35 ou 40 ou 42% mas os bancos, utilizando legalmente vários truques legais que o Estado lhes faculta, pagavam 12, 10 0u até 8% de IRC. Isto é, pagamos nós para a saúde a educação, etc o que nos pertence pagar e o que deviam pagar os bancos para irmos alimentando principescamente a nobreza do dinheiro.
Seria interessante desvendar o que o Estado está a pagar de pensões aos GRANDES REFORMADOS não apenas pela Caixa Geral de Aposentações mas através dos acordos de empresa incluindo a pessoas com 60, 50 e menos anos de idade e em acumulação com ordenados e outras reformas. E o que pagam com o nosso dinheiro em indemnizações de cada vez que muda o Governo e o novo quer dar aos seus boys os jobs ocupados pelos boys do partido relevado?
Das escandalosas reformas dos administradores do Banco de Portugal que afinal não cumpria o seu dever de impedir os presumidos roubos de milhões no BCP fala-se aqui (8.000 euros mensais vitalícios, acumuláveis com salários e outras reformas, quer tenha sido governador 5 anos ou 5 dias, mesmo com 48 anos de idade como o ex-ministro Campos e Cunha).
O outro lado da moeda é, para além dos milhares de desempregados e da "escravatura" de parte dos imigrantes, os 500 euros mensais num qualquer call center a trabalhar 50 horas por semana, rodando por Sábados e Domingos, pelos 3 turnos do dia e da noite e sem garantia de continuidade. E a ele acorrem pessoas com o 9º, o 12º ano e até licenciados, em desespero.
Como amarmos esta abençoada democracia? Que fazer para mudar este estado de coisas?
2 comentários:
Este post passa também a ser meu.
Haja pudor neste país em que existem 2 milhões de pobres.
Também subscrevo o post e sobretudo as interrogações finais.
Um abraço ao seu autor.
Fátima Sá
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