quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Repórteres assassinados - Balanço de 2007


No ano que passou, 86 jornalistas e 20 assistentes (intérpretes, motoristas, técnicos, seguranças) foram mortos no desempenho do seu trabalho, o que representa um aumento de 244% face a 2002, quando foram assassinados 25 profissionais da comunicação social. O balanço, divulgado hoje, é da organização Repórteres sem Fronteiras, que aponta o Iraque, a Somália e o Paquistão como os países mais perigosos para a imprensa.

Desde 1994 - quando morreram 103 jornalistas, a maior parte em conflitos como o genocídio de Ruanda, na guerra civil da Algéria e na Jugoslávia - que a situação não era tão dramática.

Segundo o relatório Liberdade de Imprensa 2007, 1.511 jornalistas foram agredidos fisicamente ou ameaçados, e 887 foram detidos - o que significa que a cada dia de 2007 foram presos pelo menos dois jornalistas - e 67 raptados. A maior parte das detenções ocorreu no Paquistão (195), em Cuba (55) e no Irão (54).

Também em 2007, foram censurados 528 órgãos de comunicação, tendo sido encerrados ou suspensos 2.676 sites na Internet. Além disso, pelo menos 37 bloguistas foram detidos e 21 fisicamente agredidos.

Em nenhum outro país têm morrido tantos profissionais da comunicação como no Iraque. De acordo com a Repórteres sem Fronteiras, mais de metade dos 86 jornalistas assassinados em 2007 foram mortos neste país, pelas autoridades iraquianas ou norte-americanas. Desde a invasão norte-americana de Março de 2003, pelo menos 207 jornalistas morreram na cobertura do conflito.

A organização revela que 46 dos 47 jornalistas mortos no Iraque eram iraquianos que estavam a trabalhar para órgãos de comunicação locais. A excepção foi um repórter russo.

Até ontem, dia 1 de Janeiro, encontravam-se presos 135 jornalistas em todo o mundo, podendo este número já ter aumentado, dado que, embora alguns acabem por ser libertados, todos os dias novos profissionais são detidos.

Segundo os Repórteres sem Fronteiras, cerca de 90% dos assassinatos de jornalistas têm ficado impunes. As investigações sobre estas mortes são geralmente abandonadas pelas autoridades locais.

Fonte: Repórteres sem Fronteiras

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