Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Democracia - originalidades portuguesas 3
Na passada 6ª feira, a Assembleia da República aprovou um voto de pesar pelo Cónego Melo proposto pelo CDS-PP, que contou com a abstenção da maioria socialista e os votos contra do BE e PCP. Alguns dos parlamentares bloquistas e socialistas abandonaram a sala enquanto se cumpria um minuto de silêncio.
A este propósito, Victor Louro, ex-deputado à AR, enviou a carta (já divulgada noutros blogues) que se transcreve ao grupo parlamentar do PS:
Permitam lembrar Brecht: de cedência em cedência (antes, era só um operário; depois, apenas um padre; depois, era ainda só um comunista...) acabam por nos cortar a cabeça...a nós próprios, que não éramos nada disso!"
Tenho o dever cívico de vos manifestar profunda indignação pela atitude do PS,na 6ª feira, na Assembleia da República, a propósito do voto de pesar ao cónego Melo. Mesmo que ela tenha ocorrido após a vergonha da homenagem do seu Presidente ao Dr. A. J. Jardim: temos o direito - e o dever - de não nos habituarmos! É que Melo agiu, em 1974/75, activamente e por meios terroristas contra a democracia que dava os primeiros passos: os comunistas eram as primeiras vítimas, mas o objectivo era a própria Democracia. Por isso é que é intolerável que na hora da provocação, o PS encontre um qualquer álibi para não se pôr do outro lado da barreira.
A vossa abstenção é uma traição à Democracia! Digo-vo-lo com a responsabilidade de vos ter precedido na representação popular no Parlamento. E de ser filho de um Homem que também vos precedeu, Victor de Sá, como outros perseguido durante a luta contra o fascismo, que se viu obrigado a fugir de casa, em Braga, nesse "verão quente" para não ser abatido pela camarilha do cónego que deixastes que o Parlamento homenageasse como um democrata.
É pelo respeito que os nossos mortos nos devem merecer, aqueles que lutaram para que Portugal vivesse em liberdade, que vos manifesto a repulsa democrática por essa indignidade que alguns de vós personificastes.
Não vos queixeis do divórcio do Povo! Esta vossa atitude teve ainda a ironia de ocorrer quando se invocam os 40 anos do Maio 68: alguns de vós estavam, como eu, do lado dos que se revoltaram contra o stato quo do poder estabelecido. E agora, que sois Poder?
A minha indignação junta-se à dele.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário