Hoje, dia 13 de Outubro, no preciso local (do antigo Teatro Aberto) onde no 1º de maio de 1981 José Mário Branco cantou e gritou contra o FMI, gritamos juntos. E não estamos sozinhos.
Hoje, em centenas de cidades do mundo, um enorme movimento de protesto cidadão manifesta-se com um Ruído Global (Global Noise) contra as políticas de austeridade e por um rumo diferente. A nossa luta é internacional.
Em Portugal, estamos em Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Caldas da Rainha, Coimbra, Faro, Guarda, Lisboa, Loulé, Portimão, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu. No Brasil, decorre um protesto em Fortaleza. E aqui afirmamos:
Que se lixe a troika, este orçamento não passará!
Tomámos as ruas e as praças das cidades. Juntámos as vozes, as mãos.
No dia 15 de setembro, rompemos o silêncio e enfrentámos o medo.
O governo tremeu. O povo derrotou a política da troika e a TSU, mas ainda não vencemos a guerra.
Esta proposta de orçamento retoma o assalto a quem trabalha, pelo aumento brutal do IRS e outras medidas de ataque ao trabalho, de criação de mais desemprego, de aumento da pobreza e da precariedade, de injustiças sociais e de desespero.
Esta política, sabemo-lo bem, é um caminho sem fim e sem futuro.
Hoje, 13 de outubro, dizemos não!
Esta “Manifestação Cultural” coloca a cultura ao lado do povo, na frente da contestação, da luta e da resistência.
Hoje, milhares de artistas, de profissionais do espetáculo e de pessoas anónimas juntaram-se em todo o país para afirmar que a nossa vitória contra este governo e a política da troika passa também pela defesa da cultura.
Este governo acabou.
Só serve os interesses financeiros, faz crescer o desemprego, a miséria e a dívida. Perdeu toda a legitimidade ao deixar de servir o povo que o elegeu.
Não há ministro que saia à rua sem ser insultado e o Presidente teme celebrar a República com o povo.
Não abdicamos de quem somos. Um povo com direitos, liberdade, identidade e cultura.
Este Orçamento do Estado não passará!
A proposta deste governo representa um agravamento colossal do roubo. A nossa resposta é o aumento da participação, a multiplicação das ações e o endurecimento da luta. O caminho que nos querem impor não é inevitável. Combateremos este e qualquer orçamento injusto de austeridade e miséria.
Apelamos a todos para fazerem frente a esta política da troika, para que participem em todas as formas de resistência e pressão que nos próximos 15 dias vão tomar forma até derrubarmos este orçamento, esta política e este governo.
No dia 31 de outubro será votado no parlamento o Orçamento do Estado para 2013.
Começando hoje, aqui, e passando por dia 31, estaremos na rua para dizer: “este orçamento não passará!
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Entre as brumas da memória
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