terça-feira, 20 de novembro de 2007

Aborígenes - um Povo


A maior parte dos australianos não gosta de ser considerada racista. Para eles, racistas foram os sul-africanos de há 20 anos, os norte-americanos de antes da época dos direitos cívicos, ou mesmo os colonos australianos de há 200 anos.

"Mas como se explica que os aborígenes tenham a mesma taxa de mortalidade das ovelhas?" "E que palavra utilizar para explicar que, em termos de previsão de morte, seja mais perigoso ser aborígene australiano do que viver no Iraque ocupado pelos norte-americanos?" Porque é que todos os anos há 7.803 mortes de aborígenes que podiam ser evitadas?

O racismo institucional está florescente na Austrália e o país permanece indiferente ao grupo mais desfavorecido da população.

Os aborígenes morrem 17 anos mais novos do que os não autóctones e o número de mortos é, provavelmente, muito mais alto do que os 2.000 oficialmente declarados por ano. Na verdade, tudo indica que chegue aos 10.236.

Este facto atinge os primeiros habitantes da Austrália, onde as terras lhes foram tiradas, os direitos desrespeitados, os salários roubados e foram atirados para as margens da sociedade e relegados para reservas.

A Austrália é considerado um país civilizado. É até um país de sonho para quem quer emigrar e ter uma vida desafogada. Mas o sonho para aqueles que lá nasceram há mais de 300 e 500 anos passa por saírem da reserva, serem respeitados nas suas crenças e na sua cultura.

Fonte: Chris Graham, National Indigenous Times

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