sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Alexander Livtinenko


















Gostaria de agradecer a muitas pessoas. Aos meus médicos e enfermeiros e restante pessoal do hospital, por fazerem por mim tudo o que era possível. À polícia britânica, por dar seguimento ao meu caso com vigor e profissionalismo e por cuidar de mim e da minha família.

Gostaria de agradecer ao Governo britânico, por me dar abrigo. É para mim uma honra ser cidadão britânico. Gostaria de agradecer ao povo britânico, por me dar abrigo, pelas mensagens de apoio e pelo interesse demonstrado pela minha luta. Agradeço à minha esposa Marina, que sempre me apoiou. O meu amor por ela e pelo nosso filho não tem limites.

No entanto, deitado nesta cama, consigo ouvir com clareza o bater das asas do anjo da morte. Até poderia tentar fugir-lhe, mas tenho de admitir que as minhas pernas não correm tão depressa quanto eu gostaria.

Como tal, penso que esta poderá ser a oportunidade certa para dizer uma ou duas coisas ao responsável pela minha actual doença.

Poderá conseguir silenciar-me, mas esse silêncio tem um preço. Revelou-se um homem bárbaro e implacável, tal como os críticos mais hostis afirmaram. Revelou não ter qualquer respeito pela vida, pela liberdade ou por qualquer outro valor humano. Revelou não ser digno do cargo que ocupa, revelou não ser digno da confiança de homens e mulheres civilizados.

Poderá conseguir silenciar um homem, mas um coro de protestos de todo o mundo ecoará nos seus ouvidos durante o resto da sua vida, Sr. Putin.

Que Deus lhe perdoe pelo que fez, não só a mim como também à querida Rússia e ao seu povo.

Alexander Livtinenko

Esta foi a mensagem divulgada na comunicação social a 24 de Novembro de 2006, no exterior do University College Hospital, em Londres.

Alexander, de 43 anos, morreu dia 23 de Novembro de 2006, às 21:21 horas, envenenado com polónio, um raro elemento radioactivo.

O livro, MORTE DE UM DISSIDENTE – O envenenamento de Alexander Livtinenko e o Regresso do KGB, escrito pelo seu amigo Alex Goldfarb e pela sua mulher Marina, é um documento profundamente inquietante.

O livro descreve as causas da morte de Livtinenko que, de acordo com os autores, foi assassinado a soldo do Presidente da Rússia, Vladimir Putin e do FSB, os serviços secretos russos de que Putin foi responsável, antes de ser eleito Presidente.

As acusações do envolvimento dos serviços secretos russos nos massacres de 9 de Setembro de 1999 e de 23 de Setembro de 2002, com o objectivo de responsabilizar os grupos radicais chechenos e, assim, continuar a sangrenta guerra nesse território, por um lado, e obter a vitória de Putin nas eleições, são relatadas com factos perturbantes.

A NÃO PERDER!

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