domingo, 18 de novembro de 2007

200 chicotadas


Uma mulher saudita, vítima de violação, foi condenada a seis meses de prisão e a 200 chicotadas, por decisão de um tribunal que reforçou a pena que lhe tinha sido aplicada em primeira instância.

O advogado e activista de direitos humanos, Abdel Rahman al-Lahem, contou à AFP que o tribunal da cidade de Al-Qateef, no Leste da Arábia Saudita, lhe retirou a licença para exercer, depois de ter anunciado que iria recorrer do primeiro veredicto imposto à sua cliente.

Em Novembro do ano passado, o tribunal local tinha condenado os seis homens acusados da violação, armados no momento do crime, a penas entre um e cinco anos de prisão, ao mesmo tempo que condenara a vítima a 90 vergastadas. O juiz sublinhava que a mulher estava sozinha num carro com um homem, sem que os dois fossem casados, no momento em que foram abordados por um grupo de assaltantes, que depois violaram a jovem.

Considerando a pena demasiado leve para os agressores, num país onde o crime de violação é passível de ser punido com a pena capital, o advogado recorreu para a mais alta instância judicial do país, que ordenou a repetição do julgamento.

Ontem, o tribunal de Al-Qateef condenou os seis arguidos a penas entre os dois e os nove anos de prisão, mas no mesmo veredicto viria a duplicar o castigo da vítima, agora sujeita também a prisão.

O advogado, que não pode acompanhar a repetição do julgamento, adiantou ter sido intimado pelo Ministério da Justiça para comparecer perante uma “comissão disciplinar”, na primeira semana de Dezembro.

Esta mulher, vítima de um crime hediondo, foi condenada porque estava num carro com um homem que não era seu parente.
Fonte: Público de 17/11/2007

1 comentário:

Raimundo Narciso disse...

O menos que se pode dizer é que é revoltante esta situação que afinal atinge metade da população de tantos países onde o islamismo fundamentalista é lei.