Ideia: representação mental; representação abstrata e geral de um objeto ou relação; conceito; juízo; noção; imagem; opinião; maneira de ver; visão; visão aproximada; plano; projeto; intenção; invenção; expediente; lembrança. Dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
31 de janeiro de 1891
Justiça à portuguesa - Um polvo e um shampô
2 anos e alguns milhares de euros dos impostos dos portugueses foram gastos para condenar um sem abrigo a pagar 250€ por ter tentado roubar um polvo e um champô, produtos que não chegaram a sair do Pingo Doce.
Isto no dia em que a Srª ministra da Justiça declarou que os direitos salariais adquiridos podem perfeitamente ser postos em causa.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Bloody Sunday - 40 anos
A 30 de Janeiro de 1972, 13 católicos foram mortos quando soldados britânicos dispararam durante uma manifestação em Londonderry. Este dia passou a ser celebrado como o Bloody Sunday. Passam hoje 40 anos!
What happened?
"100 anos da Greve Geral de 1912"
Em 28 de janeiro de 1912 proclamava-se a greve geral em solidariedade com os rurais alentejanos vítimas de dura repressão em Évora.
100 anos da Greve Geral de 1912
domingo, 29 de janeiro de 2012
As petições contra Cavaco Silva
Não sei se quem promove estas petições sabe que, do ponto de vista legal, elas não têm qualquer hipótese de sequer ser discutida, mas, para mim, o que conta, acima de tudo, é a tomada de posição. Por isso assinei e apelo a todos que assinem. É indispensável que este indivíduo perceba que há limites para o que diz.
No dia em que Cavaco foi eleito pela 2ª vez e ouvi o discurso de vitória, afirmei que este homem é perigoso. Reitero hoje essa afirmação.
O seu percurso político demonstra-o.
Para que tem servido este presidente? Infelizmente não posso dizer que para nada, pois tem vindo a promulgar todos os diplomas deste e do outro governo, incluindo o último OGE.
Não votei nele. Mas acredito que muitos dos que, sabe-se lá porquê, votaram já estão arrependidos. E tomar posição é uma forma de dizer que é necessário falar, é necessário dizer não, é necessário dizer que não se pode ficar politicamente impune.
Mesmo que não se possa demitir o presidente, assinem. Ele precisa de saber!
Human Rights Watch - Worl Report 2012
A Global Responsibility
The past year has seen revolutions in the Arab world that few would have imagined. These uprisings present extraordinary opportunities to heed the pleas of people who so far have benefited little from global human rights advances of the last half-century. Yet given the violent forces resisting progress, it is wrong to leave the fate of the Arab world solely in the hands of the people facing the guns. The international community has an important role to play in assisting the birth of rights-respecting democracies in the region.
So far, that role has been played only equivocally. Short-term parochial interests are still too often allowed to stand in the way of a more principled and helpful response. Ultimately, the international community must decide what it stands for—whether it values the rights and aspirations of the individual over the spoils and promises of the tyrant. As we pass the first anniversary of the initial Arab Spring rebellions, the international community will help to determine whether violent governments prevail over protesters seeking a better life, and whether the protesters’ vision includes respect not only for their own rights but also for those of all their fellow citizens. It is a global responsibility to help see a positive conclusion to the Arab people’s brave efforts to demand their rights, and to ensure that the toppling of one autocratic regime does not lead to its replacement by another.
Pode ler aqui o relatório completo.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
"Português de etnia chinesa em risco de ser executado na China"
Lau Fat-wai, foi detido em abril de 2006 na China e acusado de transportar drogas e de contrabandear materiais para fabrico de drogas. Condenado à morte pelo Tribunal de Guangzhou em 2009, viu a sentença confirmada em segunda instância em setembro de 2011. O caso está ainda em apreciação no Supremo Tribunal Popular mas se este ratificar a sentença, Lau Fat-wai poderá ser executado dentro de uma semana.
Lau Fat-wai, de 51 anos, residia em Macau, onde obteve o último passaporte português, em 2003, e Bilhete de Identidade, em 2004.
Independentemente dos delitos que lhe são imputados, a pena de morte é um castigo desumano e inútil.
Apesar dos compromissos assumidos internacionalmente pela China sobre a adoção de padrões internacionais para julgamentos justos, isso não ocorre para os condenados à morte: não existe presunção da inocência, há interferência política e as confissões obtidas sob tortura são aceites como provas. Os acusados têm também frequentemente o acesso aos advogados limitado, aos quais é dado um tempo insuficiente para consultar os processos.
Assine a petição apelando às autoridades chinesas que não executem Lau Fat-wai e para que lhe seja permitido receber visitas da família, que não vê desde 2006, bem como eventual acesso a tratamento médico. Ao assinar esta petição, será automaticamente enviado um email em seu nome ao Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau. A sua assinatura será também enviada ao Presidente do Supremo Tribunal Popular.
"Lisboa"
as gaivotas doutros dias,barcos, gente
apressada ou com o tempo todo para perder,
esta névoa onde começa a luz de Lisboa,
rosa e limão sobre o Tejo, esta luz de água,
nada mais quero de degrau em degrau.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
A Justiça não é cega!
Lidl luta por julgar ladrão de pacote de feijão de 77 cêntimos
Isaltino: nova ordem de prisão.
Quem paga estes escândalos? Nós!
Manuel Carvalho da Silva
Ao fim de 25 anos na direção da CGTP-IN, deixa neste fim de semana o cargo.
Não quero deixar de agradecer a este homem as lutas que travou durante estes anos. A última das quais há bem pouco tempo: quando não assinou o vergonhoso "acordo" na "Concertação Social".
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
"Nevoeiro"
Carlos de Oliveira
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
"Música"
com vitrines de sol pelos passeios
e as avenidas com passeios de almas.
A TDT em Portugal
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Petição - "CONTRA A CONSTRUÇÃO DE SILO AUTOMÓVEL DE 3 ANDARES NO LARGO DO CORPO SANTO - RIBEIRA DAS NAUS em LISBOA"
Esta situação está mais do que identificada e tem vindo a ser corrigida a norte, na zona da Expo e a poente, a partir de Alcântara, mas permanece inalterada na zona histórica com maior potencial turístico, entre o Campo das Cebolas e o Cais de Sodré, cortando os trajectos que poderiam e deveriam existir entre a Alfama, a Baixa ou o Chiado e o rio.
O projecto de recuperação da Ribeira das Naus era por isso um passo na direcção certa: Recuperava-se património, condicionava-se a circulação automóvel, ajardinavam-se os espaços em volta do Ministério da Marinha, criando percursos pedonais agradáveis, junto ao rio e entre este e a Baixa e o Chiado, através da Rua do Arsenal e da Praça do Município.
Esta obra está parada há um par de anos, dizem-nos que por falta de verbas, sendo apenas visíveis os cartazes que anunciam os jardins prometidos que, supostamente, iriam substituir o lamaçal do estaleiro que por lá está esquecido.
Agora foi finalmente anunciada a assinatura da adjudicação da empreitada, com uma pequeno detalhe, que faz toda a diferença: Em vez do jardim que iria envolver a fachada poente do Ministério da Marinha e fazer a tal ligação entre o rio e a Baixa e o Chiado, vamos ter um parque de estacionamento. E não se trata de uma construção térrea, discreta, que se possa perder entre os edifícios circundantes, mas antes um silo de três andares, que irá constituir uma enorme barreira visual entre a cidade e o rio e descaracterizar de forma irreversível uma zona tão sensível da nossa cidade.
Não podemos por isso deixar de manifestar a nossa enorme surpresa com este anúncio, por todas as razões:
- Porque afinal há verba, já não para completar a recuperação da zona ribeirinha, mas para construir um silo para automóveis.
- Porque os previstos trajectos pedonais que deveriam ligar a Baixa e o Chiado à Ribeira da Naus, através da Praça do Município e da Rua do Arsenal serão afinal interrompidos pela construção de um edifico de três andares.
- Porque numa zona classificada, onde ninguém pode sequer alterar uma janela, se vai autorizar a construção de um edifício com esta volumetria.
- Porque o condicionamento de trânsito nesta zona histórica, tantas vezes defendido, será substituído por um grande parque de estacionamento de 300 lugares, com o consequente e inevitável incentivo à circulação automóvel.
- Porque o trânsito na Rua do Arsenal, já insuportável com a concentração de 17 linhas de autocarro e 3 de eléctricos, irá ser ainda mais agravado com as viaturas que venham a utilizar o futuro parque.
- Porque, as referidas linhas de autocarros e eléctricos, a que acrescem duas linhas de metro com três estações num raio de umas centenas de metros, fazem desta, provavelmente, uma das zonas de Lisboa melhor servidas por transportes públicos
- Porque nesta parte da cidade só se sente verdadeiramente a falta de estacionamentos nas noites de 5ª feira e de fins de semana, resultado de um hábito que julgamos dever ser desincentivado, o de conduzir depois de uma noite de consumo abundante de álcool.
- Porque esta construção vai afectar ainda mais a vida dos moradores desta zona, sem que tenha sido feita qualquer tentativa para os ouvir.
- Porque uma alteração desta magnitude é anunciada como facto consumado, na cerimónia de adjudicação da empreitada.
Pelas razões apontadas, os signatários desta petição solicitam a V. Exa:
- A suspensão imediata da construção do silo automóvel em causa, antes que sejam constituídos direitos adquiridos, que dificultem a busca de alternativas.
- A garantia de V. Exa. de que este projecto não será retomado sem que antes seja alvo de uma discussão pública alargada onde a Câmara a que V. Exa. preside possa explicar as premissas que entendem justificar a construção de um equipamento destas proporções, mas que permita igualmente que sejam apresentadas alternativas para o desenvolvimento desta zona da cidade.
Os signatários
Assinar aqui
"A Cidade"
desta gente.
Por toda a parte
gente bonita.
Atirando
ramos de flores
nos olhares.
Tão velha a vida.
Raul de Carvalho
domingo, 22 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Homenagem a Elis Regina - (17/03/1945 - 19/01/1982)
Sempre conto que, na minha imaginação, Bethânia, Gal, Gil e eu faríamos algo marcante. Dos quatro, Gal e eu éramos os mais radicalmente joãogilbertianos. E eu talvez mais do que Gal. Bethânia tinha um temperamento e um talento que a levavam para além das marcas estilísticas do "supercool" de João. Gil, por ser o que era mais capaz de apreender os acordes e as levadas de violão do mestre, sentia-se livre para cruzar a fronteira.
Gal desejava entrar cada vez mais fundo no mundo desdramatizado da bossa pura. Eu, que me julgava um observador útil, capaz apenas de contribuir com acompanhamento crítico e conversas teóricas (o que não me impedia de fazer umas musiquinhas), tinha João como paradigma e, por isso, interessava-me pelo desvelamento do ser da canção como forma. Assim, o canto e o violão dele se opunham, dentro de mim, ao samba-jazz dos grupos instrumentais (ou voco-instrumentais) que se desnvolveram no Beco das Garrafas.
Elis, cantando na TV, num videotape dos que chegavam de avião às províncias (ainda não havia televisão em rede), era a realidade brilhante do estilo que me parecia oposto ao de João.
Mas a evidência de competência, talento e desenvoltura era mais forte do que meus esquemas críticos. O facto bruto de que alguém estivesse dominando divisões complicadas das frases rítmicas e exibindo com espontânea segurança o entendimento de cada nota cantada (o modo como ela instintivamente cuidava da afinação) era em si mesmo um acontecimento que me obrigava a pôr tudo em novo patamar. Bem, tudo o que eu imaginava para meus três amigos era algo que tivesse esse poder - mas por outras vias, a patir de outros elementos, sempre nascidos da atenção a João. Assim, vi uma tensão natural entre nosso projeto e o acontecimento Elis. Tive quase um sentimento de ciúme. Sobretudo me senti com maiores responsabilidades e excitado por desafios mais altos.
Nada disso nunca se desmentiu. Depois de Elis, teríamos que fazer algo mais radical. Bethânia esteve sempre fora da questão, já que ela tinha um estilo assombrosamente desenvolvido e totalmente independente da estética da bossa nova. Mas ela mal tinha se decidido pela música; havia sonhado em ser atriz, escrevia e fazia jóias de metal. Sua voz e sua intensidade pessoal é que a puxaram para o canto, através do interesse despertado em quem a ouvia. O modo extrovertido, o tom expressionista, que contrastava com a sobriedade da bossa nova, tudo isso ela tinha em comum com Elis. Mas eram figuras opostas. Pôr as duas em comparação, dentro da cabeça, era como contrapor Sarah Vaughan a Edith Piaf. Mas o que acontecia era que, com Elis eu era levado a pensar assim, em termos mundiais, considerando figuras nascentes de nossa canção com divas do grande mundo.
Bem, o ambiente de criação de música popular no Brasil estava se diversificando. Era a época de Edu - e Nara tinha aberto o leque do repertório, saindo das salas sofisticadas e indo ao morro e ao sertão. Mas, fosse Edu, Nara ou nós, todos parecíamos treinados em ambiente de teatro, cineclubes e diretórios académicos. Elis era uma mentira que gostava de Ângela Maria e se tornara um fenómeno infantojuvenil em Porto Alegre. A evidência de seu talento chamou a atenção de produtores que sonharam em fazer dela uma nova versão de Nelly Campello, o que resultou em quatro LP's que, depois do estouro de "Arrastão", foram banidos da sua discografia oficial - não tão diferente do que aconteceu com o 78 RPM de João, gravado no início dos anos 50. Seja como for, Elis vinha do mundo da música comercial, enquanto Nara, Edu e nós vínhamos dos ambientes intelectualizados.
O Beco das Garrafas e Armando Pittigliani compuseram a Elis genial que, logo formatada por Solano Ribeiro, veio a ser aquela espantosa explosão de "musicianship" que eu vi na TV.
Todos os encontros e desencontros que tive com Elis tiveram esse histórico como pano de fundo. Rogério, seu irmão, me deu de presente os quatro LPs pré-"Arrastão", numa época em que eu, deslumbrado pelo prazer que dava assistir aos shows dessa cantora que nunca estava fora de sintonia com a música, via mais de uma vez seus espetáculos. Desde que voltei de Londres (coincidindo em parte, com o período em que ela mostrou sua versão de "cool") eu via Elis cantar exclusivamente para me sentir bem. Ela influenciou gerações de cantores, lançou multidões de autores, briguei com a "Veja" por causa do modo como essa revista publicou a notícia da sua morte (briga que nunca mais achei jeito de desfazer), e hoje a gente sabe que a Björk a admira, que quem entende de música no mundo sabe que ela é uma das maiores que já houve. Ela me escreveu um bilhete pedindo perdão pelo que fez com "Gente". E saúdo sua memória com um amor muito pessoal, particular e cheio de conteúdos peculiares.
Caetano Veloso
O mercado dos livros em Portugal e a Leya
A Leya é, há alguns anos, dona de um conjunto de editoras portuguesas. Algumas delas são editoras de referência. A lista é longa:
Academia do Livro
ASA
BIS
Caderno
Caminho
Casa das Letras
D. Quixote
Estrela Polar
Gailivro
Livros d'Hoje
Lua de Papel
Novagaia
Oficina do Livro
Quinta Essência
Sebenta
Teorema
Texto
Desde que Paes do Amaral comprou estas editoras, assistimos, de uma forma consequente, a uma transformação do mercado livreiro em Portugal. Algumas destas editoras publicavam obras de referência que poderiam não dar lucro, mas que eram obras de referência para a divulgação do livro e de escritores de valor. A Leya passou a considerar o mercado do livro semelhante ao dos telemóveis. Sem deixar, diga-se em abono da verdade, de publicar alguns excelentes autores, o seu objetivo passou a ser o mero lucro. O livro e os leitores perderam.
Agora a Leya passou a apostar na produção de conteúdos digitais e de ensino à distância, em Portugal, e apostar na edição no Brasil.
O editor da Teorema e a editora da Estrela Polar, assim como os dois gestores de marca, o da Dom Quixote e o da Asa, estão entre as mais de 30 pessoas de diversos sectores que o grupo editorial Leya está a despedir desde terça-feira, no Porto e em Lisboa, alegando extinção de postos de trabalho.
O mercado livreiro poruguês sofre mais um grande golpe.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Gostava de ter escrito este "post" - "Nós não merecemos um ministro tão grande assim..."
Álvaro Santos Pereira, O Medo do Insucesso Nacional
"Novo Dia"
A manhã sobe
na minha vidraça.
Ó penumbra nítida!
Ó claridade!
A manhã rebenta
como explosão.
Salto remoçado
da cama pró chão.
Ó realidade
crescida, sincrónica,
sempre afirmação
só para quem ama!
A manhã vibrou
numa gota fina
suspensa da folha
que à janela assoma.
Que manhã tão fria
me anuncia inverno.
Quanto arrepio
na minha cidade.
Medito na vida
ano após ano.
Um mês repetido
sempre um desengano.
Ruy Cinatti
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A Concertação social e a desvalorização do trabalho ou como um sindicalista se transforma num ser desprezível
O acordo acordado ontem e que será assinado amanhã é o maior ataque aos direitos dos trabalhadores desde o 25 de Abril.
O governo deixou cair a proposta de mais meia hora de trabalho (A Greve Geral valeu a pena!). Em troca, a UGT acordou, entre outas medidas;
- uma bolsa de horas (podemos trabalhar menos horas num dia para trabalhar mais no outro) - é a desregulação do horário de trabalho;
- o fecho das empresas à sexta ou 3ª feira, em caso de "pontes", sendo esse dia descontado nas férias:
- a facilitação da justa causa no despedimento;
- a diminuição das indemnizações no despedimento;
- o fim da bonificação nas férias;
- etc...
A CGTP, felizmente, abandonou a reunião.
Estas declarações do 1º Ministro deviam envergonhar a UGT.